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sexta-feira, 23 de agosto de 2013 - 10h32

A Fermentec realiza mais uma edição do curso Liderança no setor sucroalcooleiro nos dias 25 e 26 de setembro de 2013 na cidade de Piracicaba, SP. Alessandro Natal e Dinailson Corrêa de Campos vão abordar as questões comportamentais, gestão, comunicação, feedback, além da responsabilidade dos líderes com a segurança no trabalho.

Sobre os palestrantes:

Dinailson Corrêa de Campos, consultor na área de processo e microbiologia. Coordena o setor de cursos de treinamentos da Fermentec, é líder de uma das equipes de transferência de tecnologia e do comitê de eventos.

Alessandro Natal, diretor da UNIC Gestão e Negócios Empresariais. Palestrante em cursos, treinamentos e eventos para preparação de lideranças e profissionais para o mercado atual Auditor Líder de Sistema de Gestão da Qualidade certificado pelo RABQSA.

Curso Liderança no setor sucroalcooleiro
Datas: 25 e 26 de setembro
Horário: das 8h às 17h
Local: Fermentec
Endereço: Avenida Antonia Pazzinato Sturion, 1155. Piracicaba, SP.
Informações sobre inscrições e investimento pelo e-mail cursos@fermentec.com.br

Programação:

25 de setembro
Quarta-feira manhã
08h30 Abertura e palestra sobre o comportamento de líderes
10h – Coffee break
10h30 – Comportamentos de liderança e atividades práticas
12h – almoço

Quarta-feira à tarde
14h – Comportamentos de liderança
15h45 – Coffee break
16h15 – Responsabilidade das lideranças com a segurança no trabalho e atividades práticas
17h – Encerramento

26 de setembro
Quinta-feira de manhã
8h – Gestão e liderança
10h – coffee break
10h30 – Gestão e liderança e atividades práticas
12h – Almoço

Quinta-feira à tarde
14h – Comunicação e feedback
15h45 – Coffee break
16h15 – Atividades práticas
17h – Encerramento

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segunda-feira, 12 de agosto de 2013 - 6h14

A colheita mecanizada trouxe mais desafios para a agrícola que precisa lidar com a cana crua. Além da quantidade maior de impurezas vegetal e mineral, é necessário evitar uma série de problemas causados por colhedoras, pragas, etc. Esses problemas foram abordados na Reunião Anual, assim como novas soluções no campo para aumentar a produção de etanol e melhorar a amostragem da matéria-prima quando chega à indústria.

Estudo avalia alterações nas amostragens de cana

Claudemir mostrou como alguns fatores podem alterar a amostragem

Claudemir Bernardino coordenou um estudo para analisar diversos pontos do caminhão (frente, meio e fundo, partes superior e inferior) e verificar se há alteração na fibra, POL de cana, pureza, AR e ART. Foram avaliadas 37 cargas, sendo que em nove delas foram realizados testes de impureza mineral e em 14 de impureza vegetal. Confira alguns resultados da pesquisa:

Fibra: na parte inferior da frente foi maior que a fibra da parte inferior e superior do fundo da carga, ambas com diferenças, significativas a 10% de probabilidade.

POL: não apresentou diferença significativa;

Pureza: não houve diferenças significativas, seja em dias secos ou com chuva;

POL%cana: na parte inferior da carga no fundo foi maior que a Pol % Cana da parte inferior da frente assim como do furo superior do fundo, ambas com diferença significativa a 5% de probabilidade;

AR: não houve diferença significativa;

ATR: nos dias com chuva o ATR na parte inferior do fundo da carga foi maior que a parte inferior da frente da carga, assim como a parte superior no fundo da carga, ambas com diferenças significativas a 5% de probabilidade.

Impurezas vegetais: não houve diferença significativa;

Impurezas minerais: a parte inferior da carga se apresentou com mais Impureza Mineral que os furos da parte superior da carga, com diferença significativa com 5 % de probabilidade.

Com este trabalho, foi constatada a necessidade de fazer a furação na amostragem em duas etapas, pois a impureza mineral em dias secos foi significativamente maior na parte inferior da carga em relação à parte superior. Também foram realizados testes com impurezas mineral e vegetal pelas metodologias de prensa e digestor.

Pelo método da prensa houve diferenças dos resultados de fibra % cana entre as diferentes distribuições da terra em relação à amostra e na fibra e pol % cana em comparação com as concentrações e aos diferentes tipos de terra. No digestor não ocorreram diferenças significativas com esses parâmetros, portanto a prensa tem se mostrado mais sensível às impurezas minerais. “Todo este trabalho mostrou que o procedimento de amostragem de cana com duas perfurações na carga e na parte central da carga se mostrou adequado às necessidades e explica porque a Fermentec continua indicando as análises do digestor para os cálculos de balanço de ART e eficiências industriais e a prensa para o sistema de pagamento da cana”, concluiu Bernardino.

Plantio alternado e sistematização são caminhos para evitar perdas

Cássio Paggiaro: Raízen reduziu custos com plantio alternado

Para evitar o pisoteio excessivo da cana a mudança no espaçamento é uma alternativa viável para o aumento de produtividade. Com a adaptação no canavial de duas linhas de 1,5 metros e a do meio com 90cm a colhedora consegue colher duas linhas de uma só vez. Esse foi o exemplo apresentado por Cássio Paggiaro, da empresa Raízen, que com estas mudanças fez o custo com corte, carregamento e transporte cair de 50% em 2009 para 34% em 2012.

Na mesma linha, José Alencar Magro, da Campofértil, chamou a atenção para a distinção entre a linha de cana e a linha de tráfego para não perder matéria-prima com o pisoteio. Para fazer a adaptação, o terreno deve estar livre de erosão e descompactado. É preciso eliminar elevações e depressões em curta distância, pois sem o alisamento do terreno irá impureza mineral para a indústria.

Alencar mostrou os métodos para fazer a sistematização do plantio

O sulco precisa ser reto, mesmo em terreno acidentado. Deve haver também um terraço por talhão, mas baixo para evitar o tombamento da colhedora. Os sulcos devem estar paralelos, na mesma distância, senão a esteira passa sobre as canas não colhidas e a colhedora fica longe ou muito perto do transbordo, danificando o elevador.

Cana-energia aumenta produção de etanol

Segundo Matsuoka, cana-energia é mais resistente e produtiva

A cana-energia é duas vezes mais produtiva que a cana convencional, tem baixo teor de sacarose e alto teor de fibra. Sua soqueira é mais longeva e mais resistente a pisoteios, stress ambiental, nutricional, hídrico e doenças, além de suportar solos mais pobres, ter melhor capacidade de brotação e razão maior de multiplicação. Quem explicou as vantagens desta variedade na Reunião Anual foi Sizuo Matsuoka, da Vigns.

Este tipo de cana, desenvolvido por americanos em Porto Rico, pode produzir 12.938 litros de etanol contra 3.609 litros da cana normal, em um quilo por hectare em base seca. Além da produtividade, a cana-energia apresenta diversas vantagens ambientais, como sequestro de carbono no solo alto e imediato, baixo escorrimento de nitrogênio, menor erosão do solo (devido ao sistema radicular), menor consumo de fertilizantes e pesticidas, menor competição por solo (podem ser plantadas em solos piores), menor uso de área para a mesma produção de energia e amenização da temperatura ambiente.

O desafio de combater as pragas no canavial

Cana crua tornou mais difícil o controle das pragas, afirmou Leila Dinardo do IAC

Além de levar mais impurezas para a indústria, a cana crua trouxe dificuldades para o controle de pragas. Isso porque o fogo, que antes contribuía para reduzir as populações principalmente do sphenophorus e da Cigarrinha, não existe mais e abriu caminho para essas populações se multiplicarem ainda mais no canavial. A pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas, Leila Dinardo, afirmou que dificilmente haverá um número de variedades resistentes a todas as espécies de pragas e nematoides e não será fácil de livrar deles mesmo com as culturas transgênicas.

Segundo Leila, o sphenophorus e o migdolus são as pragas que mais exigem atenção porque são muito mais difíceis de controlar em relação à broca e à cigarrinha. Eles são protegidos pelo solo ou rizomas e é preciso contaminar muito o local onde ele se alimenta. Suas populações aumentam à medida que o canavial envelhece e causam muitos danos. Outro agravante é o poder de disseminação com as mudas, podendo se alastrar para diversas regiões.

Fonte: Fermentec News

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sexta-feira, 09 de agosto de 2013 - 4h22

Leveduras industriais se destacam em fermentações contaminadas

O investimento em tecnologia é o caminho para a redução dos custos, afirmou Henrique Neto

O desempenho das leveduras selecionadas e personalizadas foi significativamente superior em relação às leveduras de panificação em fermentações contaminadas. Este foi o resultado de um trabalho conduzido por Henrique Amorim Neto apresentado na Reunião Anual que confirmou a superioridade das leveduras industriais em todos os parâmetros analisados.

Em relação à acidez produzida pelas bactérias, a levedura de panificação registrou 4483 ppm de ácido lático contra 811 ppm da levedura selecionada PE-2 e 626 ppm da levedura personalizada FT859L. Enquanto a levedura de panificação apresentou viabilidade de 48,92%, a PE-2 teve 79,97% e a FT859L, 86,98%. Já o teor alcoólico que utilizando a de panificação chegou a 7,72%, com a PE-2 alcançou 9,93% e com a FT859L ficou em 9,84%.

Segundo Henrique Neto, o investimento com leveduras selecionadas e personalizadas se paga em menos de quatro dias de safra. “Cada 1% a menos no teor alcoólico significa 8,65% a menos no rendimento da fermentação. Para uma usina que produz 800 mil litros de álcool por dia, se perde cerca de 76 mil litros diariamente, o que representa R$ 108.414,00. Quando falamos em otimizar custos significa utilizar a tecnologia para aprimorar o processo e reverter em litros de álcool. Com essa simulação mostramos que nem sempre utilizar produtos mais simples, de menor valor, pode ser a melhor saída para reduzir custos”, afirmou Henrique Neto.

Redução de vinhaça pode economizar milhões de reais

Fernando H. Giometti: alto teor alcoólico poderia gerar economia de R$ 600 milhões por safra

O desenvolvimento da tecnologia ECOFERM, uma parceria da Fermentec com a Dedini, que permite a realização da fermentação com 16% de teor alcoólico e, consequentemente, aumento na concentração da vinhaça, pode gerar uma grande economia para as usinas no momento de dar uma destinação ao subproduto.

Segundo Fernando Henrique Giometti, considerando a elevação do teor de 9,5% para 16% e a destinação da vinhaça a 30 quilômetros de distância, a economia pode chegar a R$ 5 milhões na destilaria por safra. Se a produção da safra 2013/14 chegar a 25 milhões de litros de etanol e todas as usinas trabalharem com 8% de teor alcoólico, a produção de vinhaça será de 300 milhões de litros. Trabalhando com alto teor alcoólico (16%) o número é reduzido para 125 milhões de litros. Com o custo médio da aplicação da vinhaça de R$ 3,60/litro a economia, somando todas as usinas, chega a R$ 600 milhões no total da safra.

“O ECOFERM trouxe um grande impacto para o setor que pode reduzir seus custos logísticos com a vinhaça e distribuí-la em áreas mais distantes, além de facilitar o retorno da vinhaça para a lavoura”, explicou Giometti.

Alto teor alcoólico e determinação correta do rendimento 

Para Rudimar Cherubin, elevação do teor alcoólico deve ser gradual

Para fechar todos os temas ligados ao alto teor alcoólico, Rudimar Cherubin ressaltou a importância de se investir em conhecimento para obter um rendimento elevado na fermentação. O controle da temperatura é uma das chaves para chegar a um bom resultado, porém quanto maior ela for, menor será a tolerância da levedura. Por isso, o grande desafio é determinar o rendimento e o momento certo de finalizar a fermentação.

Um trabalho realizado pela consultoria mostrou que temperatura e teor alcoólico não estiveram relacionados. O tempo de fermentação não respondeu ao teor alcoólico, mas ao tempo de alimentação. Portanto, a produtividade da unidade está relacionada ao tempo de alimentação, que quanto mais rápida, maior a velocidade da fermentação, mas houve maior produção de glicerol e espuma. Todos estes fatores provocaram diferença entre produtividade e rendimento.

Por isso, Cherubin recomenda que se faça uma elevação gradual do teor alcoólico “O ideal é passar de 8% para 10%, depois 12%, assim é possível aumentar o conhecimento e estabelecer os procedimentos corretos para cada unidade”, concluiu Cherubin.

Novas ferramentas determinam causas de problemas na filtrabilidade

Osmar Parazzi abordou os parâmetros que comprometem a filtrabilidade

O consequente aumento de impurezas vegetais e minerais na cana, em virtude da colheita mecanizada, dificultou a filtrabilidade do açúcar. Filtrabilidade é a facilidade e habilidade para filtrar uma solução e seu resultado é expresso em minutos. Até 2,5 minutos a filtrabilidade é considerada ótima, até 5 minutos é aceitável e mais tempo já indica prováveis problemas na filtração. Há empresas de refrigerante que toleram, no máximo, 3,5 minutos. De acordo com Osmar Parazzi, os principais fatores relacionados a esses problemas são os polissacarídeos, cálcio e impurezas.

Os principais polissacarídeos encontrados na cana são o amido, dextrana, sarcarana, ISP, glucana de Roberts, polissacarídeo C.P e polissacarídeo de melaço. O amido está relacionado à impureza vegetal, enquanto a dextrana tem origem na impureza mineral. Quanto maior o tempo de entrega da cana, maior a contaminação e a concentração de dextrana na cana e no açúcar, assim como o amido. Já o cálcio, que tem origem no tratamento do caldo, ainda potencializa a aglomeração de moléculas de dextrana.

Para conhecer as causas reais dos problemas com filtrabilidade, a Fermentec desenvolveu uma nova ferramenta com análise estatística (regressão única e PCA, análise de componentes principais). Além do amido e dextrana, esse método analisa uma série de outros parâmetros como o uso de enzimas, escolha da matéria-prima, qualidade tecnológica da cana, tempo de entrega, entre outros. A Fermentec também está adotando o indicator value, que mede a turbidez em diferentes pHs, um bom indicativo para avaliar se o açúcar terá problemas.