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Agrojornalista

terça-feira, 23 de julho de 2013 - 4h01

Por Cesario Ramalho da Silva, produtor rural e presidente da Sociedade Rural Brasileira

O jornal O Estado de S. Paulo é um dos signatários da ata de fundação da Sociedade Rural Brasileira, datada de 19 de maio de 1919. Por si só, esse fato já exemplifica a ligação da família Mesquita, proprietária do periódico, com a agricultura. Os Mesquita tinham laços com os grandes produtores de café do final do século XIX e do início do XX. O café era o principal produto agrícola da época, sendo também o carro-chefe da economia brasileira no período. E os cafeicultores foram protagonistas também da fundação da Rural.

Muito já se falou sobre o legado de coragem, profissionalismo, espírito democrático, justiça, sabedoria, entre tantos outros atributos, deixado pelo Dr. Ruy Mesquita, falecido recentemente, no último dia 21 de maio, acometido de câncer. Também se falou bastante sobre seu forte vínculo com a agricultura, especialmente pelas palavras do articulista Xico Graziano, em seu texto “O jornalista fazendeiro”.

O Dr. Ruy nasceu em 16 de abril de 1925, na cidade de São Paulo, filho do jornalista Júlio de Mesquita Filho e de Marina Vieira de Carvalho Mesquita. Cresceu no seio de uma das mais tradicionais famílias de jornalistas do Brasil. Além do amor ao jornalismo, o Dr. Ruy tinha paixão também pela agricultura, como diz o ex-secretário da Agricultura de São Paulo e amigo do Dr. Ruy, João de Almeida Sampaio Filho, bem como também destacou Graziano ao assinalar: “o grande jornalista adorava as coisas do campo. Era um verdadeiro agricultor”.

João Sampaio faz o relato de um bom “causo” que ilustra bem o casamento promovido pelo Dr. Ruy entre o jornalismo e a realidade da agricultura. Sampaio conta que além da plantação de seringueira, em sua fazenda na cidade mineira de Frutal, o Dr. Ruy também investiu no cultivo de coco.

Localizada às margens do Rio Grande, a propriedade rural, ressalta Sampaio, não era muito grande, e por isso o Dr. Ruy procurava investir em produtos agrícolas que tivessem maior potencial de agregação de valor.

Estimulado pelas perspectivas do produto, injetou recursos na produção de coco. João Sampaio conta que o Dr. Ruy substituiu uma área de pastagem, e ali implantou o coqueiral. A plantação exigiu um investimento significativo, com equipamentos e manejo para agricultura irrigada.

Já com a atividade a todo vapor, João Sampaio recorda que o Dr. Ruy recebeu de um amigo, um vídeo que tratava do processo de produção do coco. O material pontuava que existiam mais de duas centenas de pragas que atacavam a plantação de coco, colocando em risco sua existência e prosperidade.

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