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sexta-feira, 22 de novembro de 2013 - 11h17

Na Rural, governador de Pernambuco e provável candidato à presidência ressalta que o setor está sem acesso ao centro nervoso do Planalto

18/11/2013 – A agricultura não tem prestígio no governo, afirmou o governador de Pernambuco e provável candidato à presidência da República, Eduardo Campos, na manhã desta segunda-feira (18), em encontro com diretoria, conselho e convidados da Sociedade Rural Brasileira (SRB), na sede da entidade, em São Paulo (SP).

A reunião deu sequência ao ciclo de discussões que a Rural vem promovendo com futuros presidenciáveis. O primeiro foi, em julho, com o senador Aécio Neves. A presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, deverá ser a próxima a participar. O convite será feito nesta semana.

Para uma plateia de produtores rurais, parlamentares, dirigentes setoriais, empresários, executivos, entre outros públicos ligados ao setor, Campos ressaltou que “não há audiência da agricultura com o centro nervoso do Palácio do Planalto”.

Segundo o governador, há preconceito na máquina pública federal com a agricultura. “A pasta da Fazenda tem preconceito, a do Meio Ambiente tem preconceito”, salientou, mas ressalvando que isso também é culpa do setor que não faz bem a narrativa de seus feitos.

“Não se conhece direito as realizações do campo para o País, a ciência e tecnologia usadas na agricultura. O setor ainda é reativo ao se comunicar, e precisa melhorar isso para ser mais bem reconhecido, principalmente pela sociedade urbana.”

O presidente da Rural, Cesário Ramalho da Silva, endossou Campos, assinalando que a agricultura precisa de mais carinho. “O setor precisa ser mais bem tratado pelo governo, em razão, do que contribui para o País”, frisou Ramalho.

Carta aos agricultores

De acordo com Campos, que também é presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), não dá para o Brasil se desenvolver sem a agricultura, por depender dos resultados socioeconômicos gerados pelo setor.

“O campo tem mais oportunidade para o País do que qualquer outra coisa”, acentuou, acrescentando que o Brasil desenvolveu a agricultura tropical mais importante e moderna do mundo. “Vamos fazer uma carta aos agricultores brasileiros, expondo nossas propostas.”

E, segundo Campos, uma entidade como a Rural tem muito a contribuir para o desenho de um programa estratégico para o Brasil.

Aliança com Marina

A aliança de Campos com a ex-ministra Marina Silva preocupa a agricultura, externou Ramalho ao governador.

Para a Rural, historicamente, Marina demonstra preconceito com a agricultura, ancorando sua posição em ideologias que não coadunam com a realidade de um setor que cresce economicamente, buscando sintonia com o meio ambiente e o tecido social.

Na avaliação da entidade, em seus anos à frente da pasta do Meio Ambiente, Marina não abriu diálogo com o setor, abdicando de qualquer relacionamento com os produtores rurais, mesmo diante de várias tentativas de contato tomadas pelo segmento.

“De fato, há um problema com Marina, mas Campos é um bom engenheiro capaz de construir uma ponte entre a agricultura e a ex-ministra, diminuindo assim o radicalismo da ex-senadora”, destacou Ramalho.

De acordo com Campos, fazer um diálogo franco e respeitoso com a agricultura é o objetivo. “A agricultura sabe que a sustentabilidade é um valor cada vez mais procurado na gôndola dos supermercados”, disse o governador. “E, por exemplo, fomentar a energia renovável a partir de bases agrícolas, como o etanol, é unir a agricultura e o meio ambiente”, completou.

No encontro, Ramalho também trouxe à tona o imbróglio instaurado no País em relação às demarcações de supostas reservas indígenas. “Produtores, sejam eles pequenos, médios ou grandes estão desistindo da atividade em regiões do Mato Grosso do Sul, por exemplo, pela gravidade da situação.”

Neste aspecto, o governador pontuou que o Brasil precisa recuperar o valor do respeito aos contratos, da segurança jurídica.

Crise de expectativa

Na opinião de Campos, o País vive uma crise de expectativa na economia, que não corresponde aos fundamentos. “Mas se esta crise de expectativa perdurar, ela se tornará estrutural, colocando em risco as conquistas que o Brasil teve.”

Segundo o governador, o País fez reformas num ritmo aquém do desejável, e que precisará corrigir isso, tendo que enfrentar uma série de tabus nas eleições de 2014.

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terça-feira, 08 de outubro de 2013 - 11h00

Redação

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) é uma das entidades apoiadoras da Frente Parlamentar de Defesa do Setor Sucroenergético, lançada na quinta-feira (3), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Coordenada pelos deputados estaduais Roberto Morais (PPS) e Welson Gasparini (PSDB) e apoiada por representantes de 12 partidos, a Frente tem por objetivo chamar a atenção do Governo Federal e de toda a sociedade para os problemas que a indústria da cana e do etanol vem enfrentando nos últimos anos.

“Os números mostram uma situação que vem se agravando desde a crise financeira mundial de 2009, aprofundada por três safras consecutivas com graves problemas climáticos e queda de produção, além da ausência de políticas públicas de longo prazo que permitam ao setor planejar para sair da crise,” explicou Elizabeth Farina, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

Além de representantes da Rural, o evento reuniu lideranças do setor, industriais, produtores de cana e trabalhadores rurais num esforço comum em prol de uma energia ecologicamente correta e 100% renovável.

O setor sucroenergético movimenta a economia de mais 450 municípios paulistas que concentram 56% de toda população brasileira e gera mais de 420 mil empregos diretos.

Saiba mais: Frente Parlamentar vai expor a realidade do setor sucroenergético, diz Unica

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terça-feira, 08 de outubro de 2013 - 10h59

Redação *

O funcionamento do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (CAR) ainda depende da regulamentação em nível federal, no entanto, o diretor jurídico da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Francisco de Godoy Bueno, orienta os produtores rurais a preparar a documentação necessária com antecedência.

“A nossa recomendação é que o produtor se antecipe ao lançamento das plataformas do CAR no âmbito de cada um dos Estados e possa se preparar levantando os dados da sua propriedade e os eventuais passivos que vão surgir. Mas é importante que os produtores levantem estas informações e municiem os seus sindicatos, as suas associações de classe para que possa trabalhar com efetividade e objetividade na defesa dos seus interesses”, salienta Godoy.

Dos 27 estados brasileiros, apenas seis implementaram o sistema do CAR: Goiás, Acre, São Paulo, Mato Grosso, Pará e Rio Grande do Sul. Porém, para funcionar, todos os Estados dependem da regulamentação em nível federal, o que deverá acontecer até o mês de dezembro, segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

No Estado de São Paulo, por exemplo, 1.500 produtores fizeram o cadastro no Sistema Estadual. Ainda é muito pouco, apenas 0,5% do total, que corresponde a mais de 300 mil propriedades rurais.

“A lei 12651 de 2012 diz que os produtores rurais terão um ano, a partir do ato da ministra, para se inscrever no CAR, prorrogável por mais um ano. Este tempo ainda não está correndo, começará a correr quando a Izabella baixar o ato dela e disser: agora o CAR está valendo”, disse a Coordenadora de Biodiversidade e Recursos Naturais do Estado de São Paulo, Cristina Azevedo.

O importante é o produtor rural entender que o novo Código Florestal brasileiro já é uma realidade e deve ser cumprido. O CAR faz parte desse código e vai ser necessário para a continuidade das atividades no campo. Não é um título de domínio, não altera a titularidade do imóvel, apenas o regulariza em termos ambientais.

“Quem sai na frente ganha primeiro em tempo e dinheiro. A tendência é que os projetos fiquem mais caros, concorridos, há um déficit de prestação de serviço. Não há gente qualificada o suficiente para orientar os produtores e esta questão do tempo é importante, quem começar antes vai ter mais tranquilidade para cumprir a lei. Este é o recado fundamental”, diz Godoy.

* Com informações do Canal Rural

Assista a reportagem: http://www.srb.org.br/noticias/article.php?article_id=6895

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segunda-feira, 02 de setembro de 2013 - 12h18

Ronaldo Luiz

“O capital é mal tratado no Brasil”, disse Julio Toledo Piza (foto), CEO da BrasilAgro, uma das maiores empresas produtoras de grãos e cana-de-açúcar do País.

A afirmação ocorreu na noite desta quarta-feira (28), durante mais um seminário organizado pela Rural Jovem, na sede Sociedade Rural Brasileira (SRB), em São Paulo (SP). Para Piza, o Brasil tem um ambiente regulatório falho, e que esta insegurança jurídica tem represado investimentos na atividade agrícola.

Segundo o executivo, a complexidade nas legislações [ambiental e trabalhista] e impasses na questão do uso de capital estrangeiro em aquisições no setor são desafios que geram insegurança jurídica a empreendedores, empresários e investidores. “Cada dia é uma coisa nova, é um quadro meio surreal. Eu não consigo, por exemplo, explicar para um investidor de fora a lógica disso.”

Segundo Piza, a burocracia que permeia as obrigações regulatórias também é outra chaga do País. De acordo com o executivo, “são tantos requisitos, que surgem da noite para o dia, que muitos não conseguem cumprir, e aí ficam expostos”.

Ademais, Piza citou os problemas de infraestrutura logística como outro entrave à competitividade dos setores produtivos. “Principalmente os portos”, ressaltou.

Competição

Na avaliação do executivo, há uma acentuada tendência de uma maior competição por capital nos mercados internacionais, e que isso pode trazer riscos para o Brasil, que necessita cada vez mais de novos recursos para seguir em frente. “A retomada da economia dos Estados Unidos, e a China alterando seu foco de poupança para investimento são fatores que funcionam como imã para a atração de investimentos nestes países.”

Na opinião de Piza, há, no momento, uma janela de oportunidades significativa para o agro brasileiro, em função de que a demanda mundial por produtos agropecuários ser superior à oferta. Segundo ele, no curto prazo as coisas caminharão bem. Todavia, o executivo alertou que se nada for feito para que o Brasil tenha um ambiente mais “amigável” ao setor produtivo – o que favorecerá sua competitividade – a concorrência no comércio agrícola internacional se acirrará.

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segunda-feira, 02 de setembro de 2013 - 12h17

Redação, com agências

30/08/2013 – O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva, considerou ‘dentro do esperado’ o resultado do PIB da Agropecuária, que cresceu 3,9% no segundo trimestre, em relação ao primeiro. ‘O segundo trimestre coincide com o período de comercialização da safra agrícola 2012/13, que foi recorde’, afirmou.

Ele acrescentou que ‘o segundo trimestre foi uma grande ‘janela’ de oportunidade para o agronegócio nacional, pois combinou a comercialização de uma safra recorde de grãos e os estoques muito baixos nos Estados Unidos, grande exportador, que vinha de uma frustrante safra por causa da estiagem’, explicou Ramalho da Silva.

O executivo da SRB comentou que o Brasil se tornou um dos maiores exportadores de milho nos últimos anos. Os preços internacionais do cereal alcançaram valores ‘estratosféricos’, por causa da frustração da safra norte-americana, a maior do mundo. ‘Isso proporcionou um faturamento elevado, que foi incorporado ao PIB’, disse.

Ele salientou que o segundo trimestre também coincide com a Agrishow, umas das maiores feiras de máquinas agrícolas do mundo, realizada no início de maio, em Ribeirão Preto (SP). ‘As vendas no evento cresceram cerca de 20% em relação ao ano anterior’, garantiu.

Ramalho da Silva citou, ainda, o bom desempenho das lavouras de soja e de arroz. No caso da soja, o Brasil produziu aproximadamente 82 milhões de toneladas, volume muito próximo dos Estados Unidos, maiores produtores mundiais da oleaginosa. O presidente da SRB argumentou que o arroz, apesar da queda na produção, está com preços favoráveis, beneficiado pela redução da importação de países do Mercosul, principalmente Uruguai.

Ramalho da Silva observou, no entanto, que o setor teve de enfrentar problemas no segundo trimestre, principalmente em relação ao escoamento da produção de grãos, com ausência de infraestrutura ideal. ‘Isso ‘sequestrou’ parte da renda dos agricultores’, informou.

Com relação ao PIB da Agropecuária no terceiro trimestre, Ramalho da Silva é pouco otimista. ‘O PIB (da Agropecuária) não deverá repetir o resultado do segundo trimestre’, ponderou. Ele argumentou que já o Brasil já terá comercializado a safra recorde de grãos. ‘As cotações do milho, por exemplo, estão em queda e em Mato Grosso já estão 30% abaixo do preço mínimo de garantia, que é o preço de custo’, alertou.

No terceiro trimestre, o País comercializa boa parte da safra de cana-de-açúcar, café e laranja. ‘Café e laranja têm perdido valor e só a safra de cana deverá ajudar’, disse. Apesar disso, ele considera que o Brasil deve voltar a produzir safra recorde de grãos em 2013/14, que poderá alcançar 200 milhões de toneladas. ‘É muito provável, sem acidentes climáticos’, concluiu.

Repercussão

À Reuters, o economista Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências afirmou que “o principal destaque positivo foi a agropecuária, com crescimento da produção e aumento de ganho de produtividade”. Segundo o economista, a previsão de crescimento de 2,1% da consultoria pode ser repensada para cima com o bom resultado.

José Carlos Hausknecht, sócio da MBAgro Consultoria, afirma que as safras de grãos deste ano cresceram em cima de más colheitas em 2012. “A gente teve, em 2012, quebra de safra, principalmente na primeira safra de soja e milho”

Gustavo Mendonça, economista da consultoria Saga Capital, concorda que o setor agrícola foi a “surpresa positiva” do trimestre, mas ele duvida que o crescimento da agricultura seja o suficiente para salvar o desempenho da economia. Para ele, ao mesmo tempo que as vendas diminuem com o aumento da taxa de juros e, por isso, do custo do empréstimo, a inflação continua alta. “As pessoas podem revisar suas estimativas para o ano para cima, mas não muito”, disse.

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quarta-feira, 14 de agosto de 2013 - 1h26

Seminário no dia 30 de agosto debate regularização ambiental das propriedades rurais

Redação

O Departamento Jurídico da Sociedade Rural Brasileira (SRB) promove no próximo dia 30 (sexta-feira) o seminário: “A Regularização Ambiental de Propriedades Rurais: Obrigação de Reserva Legal e Áreas Consolidadas”.

Os debatedores serão:
- Prof. Fernando Campos Scaff – Faculdade de Direito – Universidade de São Paulo – FADUSP
- Dr. Daniel Smolentzov – Subprocurador Geral do Estado de São Paulo
- Dr. Luís Fernando Rocha – Promotor de Justiça de Assis/SP
- Leonel Mello – BV Rio
- Mediador: Francisco de Godoy Bueno – membro do Departamento jurídico da Rural.

Pedimos a gentileza de confirmar presença entrando em contato com Adriana pelo telefone (11) 3123-0662 ou pelo email: adriana@srb.org.br .

Serviço:

Debate sobre Regularização Ambiental de Propriedades Rurais
Data: 30 de Agosto (Sexta-Feira), às 9h30
Local: Sociedade Rural Brasileira (SRB)
Endereço: Rua Formosa, 367 – 19º andar – Centro – São Paulo (SP).

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quarta-feira, 14 de agosto de 2013 - 1h23

Por João Adrien, da Rural Jovem

No final de julho, jovens lideranças rurais encontraram-se na Argentina, durante a Exposição Agropecuária de Palermo, com o intuito de reativar o núcleo jovem da Federação das Associações Rurais do Mercosul (FARM).

Vale lembrar que a FARM surgiu após a conclusão do projeto de integração regional dos países do cone sul: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Composta pelas principais entidades rurais de cada país, a FARM é uma instituição supranacional representante da produção agrícola sulamericana onde são propostas medidas para o desenvolvimento do setor.

A Farm Jovem renasce com objetivos similares aos “maiores” de promoção e intensificação das relações entre os países do bloco. A ata de refundação debatida pelas delegações da Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil, representada pelo Departamento de Jovens da Rural e da Farsul, estabeleceu as diretrizes e estrutura do grupo.

A promessa de criar um diálogo entre as futuras lideranças do agro significa, na prática, a troca de conhecimento da realidade agrícola de cada país, o intercâmbio entre os jovens, o fomento a programas de capacitação técnica, atuação junto aos meios de comunicação e, principalmente, o debate sobre importância econômica do Mercosul, com suas capacidades e desafios.

Nos últimos cinco anos, as exportações do bloco mostraram o dinamismo do agro regional e o crescente intercâmbio com restante do mundo. Entre 2007 e 2011, as exportações intra-regionais saltaram de US$ 39,6 bilhões para US$ 62,69 bilhões, aumento de 58,44%, enquanto o intercâmbio comercial do bloco com o mundo aumentou em 53,82%, passando de US$ 508,64 bilhões para US$ 782,41 bilhões¹.

Segundo uma pesquisa da consultoria americana Bain & Company, publicada no ano passado, o bloco em 2010 foi responsável pelo abastecimento de 318 milhões de toneladas de soja, açúcar, trigo, arroz e milho, representando 13% do total mundial calculado em 2,4 bilhões de toneladas. Esses dados ilustram bem o potencial que este bloco representa no abastecimento mundial de alimentos, além de ressaltar sua capacidade de produção das cinco principais culturas alimentares do mundo (trigo, milho, soja, açúcar e arroz). O Mercosul é o maior exportador líquido de açúcar, o maior produtor e exportador mundial de soja, 1º produtor e 2º maior exportador mundial de carne bovina, o 4º produtor mundial de vinho, o 9º produtor mundial de arroz, além de ser grande produtor e importador de trigo e milho.

A FAO estima para 2025 uma população total de 7,8 bilhões de pessoas, com 4,5 bilhões (58%) vivendo em cidades e 3,2 bilhões (42%) no campo. Segundo a entidade, 36% da população mundial se concentrarão na China e índia, porém, 90% das áreas propícias à agricultura que ainda não foram utilizadas estão na América Latina e África e serão essenciais para o incremento na produção mundial de alimentos terá que ser da ordem de 1,3 bilhões toneladas.

Mas, para aproveitar o potencial do bloco, é preciso superar sérias dificuldades. Além das diferenças sócio-econômicas, há divergências políticas e a sobreposição da ideologia sobre as razões econômicas, do mercado e da competitividade.

Durante o 12° Fórum Brasileiro de Agribussines, organizado pela ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) em São Paulo, o CEO da BrasilAgro, Julio Piza, afirmou que uma das grandes dificuldades que encontramos hoje no Agro é a falta de união dos produtores. Segundo ele, essa desarticulação impossibilita que o setor tenha o controle do mercado. Por consequência, tornam-se reféns das exigências dos países consumidores. Esse quadro é também observado no Mercosul. Para isso um dos objetivos da Rural Jovem é criar um canal de comunicação não somente entre os produtores brasileiros, mas com todos que compartilham da mesma realidade produtiva.

Os dados apresentados aumentam a responsabilidade do Mercosul, mas também trazem ótimas oportunidades que realçam a necessidade de união e de maior diálogo político entre os países.

Nosso trabalho é para que as próximas gerações tenham consciência da importância econômica que este bloco representará para o mundo. A FARM Jovem surge como esperança para que essas questões possam ser superadas e que este bloco tenha maior poder de decisão no comércio mundial.

* Quer fazer parte da Rural Jovem? Escreva para joaoadrien@srb.org.br

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Assessoria

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terça-feira, 06 de agosto de 2013 - 10h33

                                                                                                                                                                                                                      Cesário Ramalho da Silva

O governo ventilou reduzir impostos sobre as importações de insumos como, por exemplo, fertilizantes, produto em que o Brasil é dependente de compras externas. Se concretizada, será uma medida positiva para a agricultura em tempos de desvalorização do real ante o dólar.

A apreciação da moeda norte-americana é boa para as exportações, mas preocupa na hora da aquisição de insumos, por ocorrer na época do ano em que o produtor vai às compras para compor o pacote tecnológico da safra de verão. Estatísticas mostram os ganhos de produtividade do agro brasileiro destacando que cada vez mais o produtor faz mais (e melhor) com menos. Mas a evolução custa caro. Tomando como exemplo o custo de produção da soja por dólar/bushel, a despesa na fazenda saltou de US$ 2, em 2002, para US$ 6,20, em 2012. Os custos logísticos até o porto subiram de US$ 3,90 para US$ 12,10 no mesmo período. Os números são da Agroconsult. Dados da Ocepar revelam que o frete de Sorriso (MT) para Paranaguá (PR) subiu de R$ 190 a tonelada na safra 2011/2012 para R$ 270 no ciclo 2012/2013.

São dados que ilustram o tremendo esforço financeiro que o agricultor tem feito para se manter competitivo e abastecer com quantidade, qualidade e preços satisfatórios a mesa do brasileiro, gerando ao mesmo tempo excedentes exportáveis e receita para o País. No acumulado de junho de 2012 para junho deste ano, as exportações do agro ultrapassaram a marca histórica de US$ 100 bilhões, aponta balanço do Ministério da Agricultura.

O torniquete dos custos está cada vez mais apertado. Além da inflação ligada ao vaivém dos mercados, exigências ambientais e trabalhistas – para ficar em duas – acentuam ainda mais os gastos do produtor. O valor da mão de obra cresce em paralelo com o aumento das máquinas agrícolas. A mesma carestia ataca a energia elétrica e o óleo diesel, já majorado neste ano.

Outra chaga é o fardo fiscal. Se não bastasse a carga de impostos beirar 38% do PIB, uma empresa média no Brasil gasta 2,6 mil horas por ano para cuidar de suas obrigações tributárias, ante 300 horas em países que tratam bem a iniciativa privada, indica estudo do Movimento Brasil Eficiente.

Somos competitivos dentro das fazendas, mas fora delas o produtor sofre as mesmas mazelas de quem mora nas cidades, como os desafios em mobilidade (escoamento da produção), educação (falta de assistência técnica e extensão rural), saúde precária (defesa sanitária deficiente) e assim por diante. O agro apoia as recentes manifestações e se sente parte delas.

O Brasil desenvolveu o mais bem-sucedido modelo de agricultura tropical, impulsionado por tecnologia, empreendedorismo, condições naturais favoráveis, entre outros fatores. Mas será que esse modelo é sustentável ante os desafios aqui listados, entre outros já existentes e que estão por vir?

As projeções apontam para aumento da demanda mundial por produtos agropecuários, com o Brasil se posicionando como o guardião da segurança alimentar e da energia limpa. Mas é imprescindível que o País encaminhe a resolução de uma série de entraves para se situar como um grande provedor, a começar por questões ligadas à segurança jurídica vinculada ao direito de propriedade, que ainda hoje sofre ameaças de ser relativizado.

A agenda precisa abarcar, ainda, soluções para as incongruências nas legislações trabalhista e ambiental, a paralisia das negociações internacionais, o impasse jurídico para participação de capital estrangeiro na compra de terras, e outros desafios. Apesar de termos tido ótimos ministros, o desmantelamento da pasta da Agricultura colaborou para esse quadro de inflexão.

Não se nega o efeito benéfico, embora paliativo, de eventuais desonerações. Contudo, o que o Brasil precisa mesmo é de um ambiente regulatório mais qualificado, que acene com mais previsibilidade para a tomada de decisão dos setores produtivos e, simultaneamente, funcione como ímã para atração de investimentos.

*CESÁRIO RAMALHO DA SILVA É PRESIDENTE DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA

Fonte: O Estado de S. Paulo

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segunda-feira, 05 de agosto de 2013 - 1h34

Cesario Ramalho da Silva, presidente da Sociedade Rural Brasileira *

O governo ventilou reduzir impostos sobre as importações de insumos como, por exemplo, fertilizantes, produto em que o Brasil é dependente de compras externas. Se concretizada, será uma medida positiva para a agricultura em tempos de desvalorização do real ante o dólar.

A apreciação da moeda norte-americana é boa para as exportações, mas preocupa na hora da aquisição de insumos, por ocorrer na época do ano em que o produtor vai às compras para compor o pacote tecnológico da safra de verão. Estatísticas mostram os ganhos de produtividade do agro brasileiro destacando que cada vez mais o produtor faz mais (e melhor) com menos. Mas a evolução custa caro. Tomando como exemplo o custo de produção da soja por dólar/bushel, a despesa na fazenda saltou de US$ 2, em 2002, para US$ 6,20, em 2012. Os custos logísticos até o porto subiram de US$ 3,90 para US$ 12,10 no mesmo período. Os números são da Agroconsult. Dados da Ocepar revelam que o frete de Sorriso (MT) para Paranaguá (PR) subiu de R$ 190 a tonelada na safra 2011/2012 para R$ 270 no ciclo 2012/2013.

São dados que ilustram o tremendo esforço financeiro que o agricultor tem feito para se manter competitivo e abastecer com quantidade, qualidade e preços satisfatórios a mesa do brasileiro, gerando ao mesmo tempo excedentes exportáveis e receita para o País. No acumulado de junho de 2012 para junho deste ano, as exportações do agro ultrapassaram a marca histórica de US$ 100 bilhões, aponta balanço do Ministério da Agricultura.

O torniquete dos custos está cada vez mais apertado. Além da inflação ligada ao vaivém dos mercados, exigências ambientais e trabalhistas – para ficar em duas – acentuam ainda mais os gastos do produtor. O valor da mão de obra cresce em paralelo com o aumento das máquinas agrícolas. A mesma carestia ataca a energia elétrica e o óleo diesel, já majorado neste ano.

Outra chaga é o fardo fiscal. Se não bastasse a carga de impostos beirar 38% do PIB, uma empresa média no Brasil gasta 2,6 mil horas por ano para cuidar de suas obrigações tributárias, ante 300 horas em países que tratam bem a iniciativa privada, indica estudo do Movimento Brasil Eficiente.

Somos competitivos dentro das fazendas, mas fora delas o produtor sofre as mesmas mazelas de quem mora nas cidades, como os desafios em mobilidade (escoamento da produção), educação (falta de assistência técnica e extensão rural), saúde precária (defesa sanitária deficiente) e assim por diante. O agro apoia as recentes manifestações e se sente parte delas.

O Brasil desenvolveu o mais bem-sucedido modelo de agricultura tropical, impulsionado por tecnologia, empreendedorismo, condições naturais favoráveis, entre outros fatores. Mas será que esse modelo é sustentável ante os desafios aqui listados, entre outros já existentes e que estão por vir?

As projeções apontam para aumento da demanda mundial por produtos agropecuários, com o Brasil se posicionando como o guardião da segurança alimentar e da energia limpa. Mas é imprescindível que o País encaminhe a resolução de uma série de entraves para se situar como um grande provedor, a começar por questões ligadas à segurança jurídica vinculada ao direito de propriedade, que ainda hoje sofre ameaças de ser relativizado.

A agenda precisa abarcar, ainda, soluções para as incongruências nas legislações trabalhista e ambiental, a paralisia das negociações internacionais, o impasse jurídico para participação de capital estrangeiro na compra de terras, e outros desafios. Apesar de termos tido ótimos ministros, o desmantelamento da pasta da Agricultura colaborou para esse quadro de inflexão.

Não se nega o efeito benéfico, embora paliativo, de eventuais desonerações. Contudo, o que o Brasil precisa mesmo é de um ambiente regulatório mais qualificado, que acene com mais previsibilidade para a tomada de decisão dos setores produtivos e, simultaneamente, funcione como ímã para atração de investimentos.

* Artigo originalmente publicado no jornal “O Estado de S. Paulo”, em 04 de agosto de 2013

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terça-feira, 23 de julho de 2013 - 4h01

Por Cesario Ramalho da Silva, produtor rural e presidente da Sociedade Rural Brasileira

O jornal O Estado de S. Paulo é um dos signatários da ata de fundação da Sociedade Rural Brasileira, datada de 19 de maio de 1919. Por si só, esse fato já exemplifica a ligação da família Mesquita, proprietária do periódico, com a agricultura. Os Mesquita tinham laços com os grandes produtores de café do final do século XIX e do início do XX. O café era o principal produto agrícola da época, sendo também o carro-chefe da economia brasileira no período. E os cafeicultores foram protagonistas também da fundação da Rural.

Muito já se falou sobre o legado de coragem, profissionalismo, espírito democrático, justiça, sabedoria, entre tantos outros atributos, deixado pelo Dr. Ruy Mesquita, falecido recentemente, no último dia 21 de maio, acometido de câncer. Também se falou bastante sobre seu forte vínculo com a agricultura, especialmente pelas palavras do articulista Xico Graziano, em seu texto “O jornalista fazendeiro”.

O Dr. Ruy nasceu em 16 de abril de 1925, na cidade de São Paulo, filho do jornalista Júlio de Mesquita Filho e de Marina Vieira de Carvalho Mesquita. Cresceu no seio de uma das mais tradicionais famílias de jornalistas do Brasil. Além do amor ao jornalismo, o Dr. Ruy tinha paixão também pela agricultura, como diz o ex-secretário da Agricultura de São Paulo e amigo do Dr. Ruy, João de Almeida Sampaio Filho, bem como também destacou Graziano ao assinalar: “o grande jornalista adorava as coisas do campo. Era um verdadeiro agricultor”.

João Sampaio faz o relato de um bom “causo” que ilustra bem o casamento promovido pelo Dr. Ruy entre o jornalismo e a realidade da agricultura. Sampaio conta que além da plantação de seringueira, em sua fazenda na cidade mineira de Frutal, o Dr. Ruy também investiu no cultivo de coco.

Localizada às margens do Rio Grande, a propriedade rural, ressalta Sampaio, não era muito grande, e por isso o Dr. Ruy procurava investir em produtos agrícolas que tivessem maior potencial de agregação de valor.

Estimulado pelas perspectivas do produto, injetou recursos na produção de coco. João Sampaio conta que o Dr. Ruy substituiu uma área de pastagem, e ali implantou o coqueiral. A plantação exigiu um investimento significativo, com equipamentos e manejo para agricultura irrigada.

Já com a atividade a todo vapor, João Sampaio recorda que o Dr. Ruy recebeu de um amigo, um vídeo que tratava do processo de produção do coco. O material pontuava que existiam mais de duas centenas de pragas que atacavam a plantação de coco, colocando em risco sua existência e prosperidade.

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