Agro é o nosso melhor negócio, diz Aécio Neves na Rural

Encontro com o senador marcou início do ciclo de discussões que a entidade promoverá com futuros presidenciáveis

Ronaldo Luiz

“O agro é o nosso melhor negócio”, disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG), na noite desta segunda-feira (01º), na sede da Sociedade Rural Brasileira (SRB), na capital paulista. Com casa cheia, o senador participou de encontro com diretoria, conselho e convidados da Rural, em evento que deu início ao ciclo de discussões que a entidade promoverá com futuros presidenciáveis.

Segundo Aécio, o agro não vem tendo a atenção que merece ter. “É o setor, por exemplo, que segura nossa balança comercial.” De acordo com o senador, os problemas do agro começam é no Estado. “O setor precisa de interlocução com o núcleo central do governo federal”, acentuou.

Aécio criticou o aparelhamento e intervencionismo, segundo ele do governo federal, cobrando mais planejamento e uma gestão pública com foco na eficiência. O senador destacou também os problemas logísticos enfrentados pelos setores produtivos, que vêm levando à perda de participação do Brasil no comércio agrícola internacional.

Aécio abordou ainda cenários de insegurança jurídica, como, por exemplo, o imbróglio indígena, que afasta investimentos no País. Encerrou sua fala fazendo referência ao agro, ressaltando que o Brasil precisa focar no que produz riqueza, e consequentemente gera paz social.

Visão da Rural

Na abertura do encontro, o presidente da Rural, Cesário Ramalho da Silva, lembrou que o Brasil desenvolveu o mais bem sucedido modelo de agricultura tropical do mundo, impulsionado por pesquisa, tecnologia, empreendedorismo, condições naturais, entre outros fatores.

Todavia, Ramalho alertou que “somos competitivos dentro das fazendas, mas fora o produtor sofre as mesmas mazelas de quem mora nas cidades, a começar pelo transporte ruim, desafios na educação, saúde, impostos, entre tantos outros”.

Salientou ainda que afora isso, o produtor sofre também com problemas de insegurança jurídica, incongruência nas legislações trabalhista e ambiental, baixa cobertura do seguro, etc.

Também presente ao encontro, o ex-ministro da Agricultura e também ex-presidente da Rural, Roberto Rodrigues, pontuou que inúmeros temas relacionados diretamente ao agro estão fora ou praticamente fora da alçada do Ministério da Agricultura, estando espalhados por outras pastas.

Como exemplos citou irrigação, etanol, infraestrutura logística, questões ambientais, negociações internacionais, entre tantos outros. Por sua vez, o também ex-ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, salientou que o Brasil precisa melhorar seu marketing internacional, a fim de mostrar para o mundo o real valor do produto agrícola nacional.

Renato Ponzio