Abstartups cria comitê focado no avanço das agfoodtechs

Em busca de compreender o ecossistema em suas diversas atuações, a Associação Brasileira de Startups, entidade sem fins lucrativos que promove o ecossistema brasileiro de startups, criou o Comitê Agfoodtech, reunindo os principais players do ecossistema de inovação do setor Agfood. A ideia é somar forças com empreendedores para identificar os principais desafios do mercado, bem como traçar estratégias para o crescimento do ecossistema.

Formado inicialmente por 10 startups, o Comitê Agfoodtech será liderado por dois executivos: Francisco Lúcio, fundador e COO da E-ctare, agfintech (termo utilizado para se referir às fintechs do agronegócio) diversificam oferta de crédito para agricultores, e Alain Marques, cofundador da Agventure Hub, aceleradora focada na cadeia de valor do agronegócio.

De acordo com Francisco Lúcio, o principal propósito desta movimentação é mostrar para o Brasil e o mundo a força do ecossistema e sua importância para o desenvolvimento econômico do país. “Em 2021, o agronegócio alcançou participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior desde 2004. Além disso, mais de 40% das agtechs são focadas em soluções financeiras para o agricultor. Precisamos mostrar que o crescimento do agronegócio está diretamente atrelado à ideias disruptivas, deixando o setor mais competitivo e cada vez mais profissional”, explica o executivo.

Outra vertente que será contemplada nas reuniões do comitê são as foodtechs, startups focadas no setor agro-alimentar. Alain Marques destaca a importância dessas inovações para o setor e para nosso país. “As foodtechs levam inovações disruptivas para o setor agro-alimentar e estão mudando a forma como nos alimentamos. Um exemplo são as CellBased, startups do setor que desenvolvem carnes baseadas no cultivo de células em laboratórios. Carne de verdade, mas sem a necessidade de matar os animais. O Brasil já é um dos maiores produtores mundiais de alimentos, mas temos a chance também de liderar as inovações do setor, com as agfoodtechs, que levam soluções inovadoras para toda a cadeia, e que tem melhorado a qualidade da alimentação das pessoas.”, diz Alain Marques, cofundador da Agventure Hub.

De acordo com a última edição do Relatório Anual de Investimento da AgFunder, as AgriFoodTechs levantaram investimentos recorde de US＄ 52 bilhões em 2021. O valor representa um aumento de 85% em relação ao total de US＄ 27,8 bilhões de 2020, indicando um mercado bastante aquecido e uma demanda acelerada.

Os EUA continuam sendo o maior mercado do mundo para investimento em agfoodtechs, com 41% do capital investido e respondendo por 34% dos deals globais em 2021. O Brasil subiu várias posições em relação a 2019 e aparece como o 6º país que mais investe no setor, sendo o 5º com maior número de startups investidas.

Diante deste cenário promissor, o comitê fará diversas ações com o objetivo de impulsionar as startups de agfootech, como dar maior visibilidade e posicionamentos em rankings internacionais; conexão e abertura de mercados; acesso a rede de investidores parceiros; acesso a corporações do setor; conexão com vários eventos estratégicos da cadeia agfood; dentre outras ações.

“Não restam dúvidas que o futuro do agronegócio está totalmente atrelado à tecnologia, já que esta é a ferramenta base das soluções que vem revolucionando o setor. Esse é o melhor caminho para a verticalização da produção e garantir a escalabilidade das produções. Com um comitê totalmente focado em levar informações importantes para o setor, a ideia - que já está dando certo - chegará ao máximo de pessoas possível ”, comenta Luiz Othero, diretor executivo da Abstartups.

Para participar do comitê, as startups do segmento de Agfood precisam ser Associadas Growth da Abstartups. A associação abriu desconto por tempo limitado para startups que ainda não fazem parte da associação e desejam entrar no comitê.