Quarta, 06 de Novembro de 2019 - 08h23
PL propõe que recursos do Fust sejam utilizados para ampliar infraestrutura de internet no campo
Texto de autoria do deputado José Medeiros, da FPA, tramita em caráter de urgência na Câmara
DATAGRO
O Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) atualmente é vinculado apenas ao serviço de telefonia fixa, cada vez menos utilizado e obsoleto no Brasil. O PL 4061/2019, do deputado José Medeiros (PODE-MT), quer permitir que os recursos do Fundo sejam utilizados para financiar, de forma geral, políticas governamentais de telecomunicações, ampliando o acesso à Internet entre as famílias de baixa renda, e no meio rural. O tema foi discutido na reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) desta terça-feira (05).
O relator do projeto, deputado Zé Silva (SD-MG), coordenador de Comunicação da FPA, afirmou que a conectividade rural tem sido tratada há muitos meses pelo colegiado. “Ela irá garantir o dinamismo do agronegócio, para que a gente de fato entre na agricultura 4.0, com assistência técnica 4.0”.
De acordo com ele, desde a criação do FUST, prevista na Lei Geral de Telecomunicações, editada em 1997, até sua efetiva implantação, houve uma lacuna de três anos e a estratégia estabelecida na época foi democratizar o serviço de telecomunicações por meio da instalação de orelhões em todo o país. “Enquanto isso, o meio rural carece da tecnologia. Depois disso, os recursos não foram utilizados e o volume que tem lá hoje, cerca de R$ 20 bilhões, vai ser empregado para reduzir o volume do déficit público do Tesouro Nacional.”
Zé Silva destacou que há, hoje, 64 projetos tramitando na Câmara dispondo sobre a questão da conectividade rural, mas o Parlamento precisa aprovar o PL 4061, para destravar os recursos do Fundo. “Há mudanças estruturantes, inclusive, previstas no projeto. Ele propõe que a gestão e fiscalização, hoje realizada pela Anatel, passe a ser feita por um Conselho Gestor, com a participação de vários órgãos. Entre eles, a do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”.
A produtividade no campo pode aumentar consideravelmente com o uso de novas tecnologias. Um exemplo é o uso de tratores e outros maquinários ligados à internet, com GPS, e mecanismos para economia de combustível e manutenção mais eficaz que fazem toda a diferença na eficiência da lavoura. A internet também pode estimular a abertura e funcionamento de novas empresas, como startups do agro, e conectar pesquisadores e estudantes de agronomia, zootecnia veterinária, entre outros, com universidades no mundo para desenvolver novos projetos em assistência técnica e extensão rural.
Para o presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), o campo precisa da conectividade, inclusive para a agricultura de precisão. “A agricultura de precisão é uma plataforma tecnológica fundamental para garantir a competitividade e sustentabilidade do agronegócio brasileiro. E só podemos viabilizá-la com acesso à Internet, e de qualidade. Sem falar que a conectividade no campo representa inclusão social e é a oportunidade de homogeneizar o agro brasileiro”, disse.
Licenciamento ambiental – Na reunião do colegiado, a questão do licenciamento ambiental também foi levantada. O deputado Zé Vítor (PL-MG) afirmou que o relatório do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), do PL 3729/2004, chegou a uma versão pacífica, e de convergência. “Ainda há uma pendência com relação à Licença por Adesão e Compromisso, mas está sendo solucionada. E a instituição do Cadastro Ambiental Rural (CAR) como a licença ambiental necessária para a agropecuária foi uma solução que atende o setor”, explicou.
Vice-presidente da FPA, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR) destacou que o setor produtivo agropecuário é um dos menos afetados pelo licenciamento ambiental, e que há um folclore afirmando que o gargalo do licenciamento está nas propriedades rurais. “O grande problema do licenciamento ambiental está na infraestrutura para fazer rodovias, ferrovias, portos. Está na indústria, no comércio, e aumenta o custo de produção do Brasil”, explicou.
De acordo com Souza, o PL que está para ser votado em plenário irá promover agilidade e não tem a intenção de facilitar a concessão de licença. “O que não é razoável é esperar dez anos para licenciar a pista de um aeroporto, para autorizar a construção de mais 500 metros de ferrovia”.
Moreira também ressaltou que o projeto de licenciamento vai destravar as obras no país e é o novo marco regulatório para a questão ambiental. “Ele vai ajudar enormemente na desobstrução dos nossos investimentos no Brasil, gerando emprego e renda”, concluiu.
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