Puxadas pelos modelos de baixa potência, vendas de tratores aumentam 19,2% no ano até julho

A comercialização de tratores em julho registrou alta mensal de 15,6% e anual de 17%, indicam dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No acumulado do ano até julho, o crescimento foi de 19,2% ante igual intervalo de 2024. No caso das colheitadeiras, as vendas em julho subiram 81,9% ante igual mês do ano passado, mas recuaram 23,2% no comparativo mensal. No acumulado do ano até julho, o volume de colheitadeiras comercializadas aumentou 14,7% em relação ao mesmo período de 2024.

Segundo o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, os números de vendas de máquinas agrícolas, no atacado, em julho, continuam equivalendo apenas à reposição dos estoques. "Haja visto que as vendas para atacado (vendas das indústrias para as concessionárias), estão seguindo acima dos volumes vendidos ao varejo. Um termômetro interessante para entender esse movimento, além dos números absolutos, é acompanhar os desembolsos do

principal programa do BNDES para financiamentos de máquinas agrícolas, o Moderfrota, que teve uma retração importante, apresentando o pior julho desde 2014. “Foram liberados R$ 71,8 milhões em crédito nesta linha, contra R$ 671,2 milhões registrados em 2024”, comenta o dirigente. 

No caso dos tratores, Arcelio Junior assinala que o mercado continua concentrado nas máquinas abaixo de 100cv, que representam quase 73% dos modelos comercializados no Brasil. “As linhas de créditos oficiais, especialmente do Pronaf, que têm taxas de juros abaixo de 5% ao ano, estão incentivando os negócios para essa categoria de tratores. Interessante observar que os recursos destinados ao Pronaf, para o Plano Safra 2025/26, praticamente se esgotaram em meados de agosto, o que demonstra o apetite do produtor para taxas de juros mais baixas.

Já no segmento de colheitadeiras, o dirigente observa que o crescimento do mercado está concentrado na região Centro-Oeste, mais impactada em 2024, mas que, neste ano, acumula aumento de 71,4%, enquanto a região Sul cresce apenas 5% e as demais regiões estão em retração.