Notícias Relacionadas

Newsletter

Quarta, 22 de Janeiro de 2014 - 08h59

Exclusivas uagro

Mais potencia para o Mais Alimentos

Entidades ligadas à agricultura familiar pretendem solicitar ao governo a mudança nos critérios de compra dos tratores, beneficiando também máquinas com potência superior a 80 cavalos

Universoagro

Segundo a Fetag, em muitos casos há necessidade de tratores com potência superior a 80 cv. Foto: Adair Sobczak.

Adair Sobczak

Em 2008, o governo federal criou o programa Mais Alimentos, uma linha de crédito do Pronaf que financia investimentos para a modernização da propriedade familiar, possibilitando a aquisição de máquinas e novos equipamentos, correção e recuperação de solos, entre outras áreas.

Um dos principais benefícios do programa é a compra de tratores e implementos em condições especiais, o que ocasionou – e tem ocasionado – o redesenho econômico da pequena propriedade, possibilitando aumento na renda familiar, a manutenção dos jovens no campo e, principalmente elevou a oferta de alimentos, contribuindo com a estabilidade dos planos econômicos.

Graças ao programa, em muitas propriedades, a junta de bois e o arado deram lugar ao trator e a implementos de plantio direto, o que além de ocasionar o aumento de produção, também impulsionou as vendas das fabricantes de equipamentos. No entanto, entidades ligadas à agricultura familiar pretendem debater junto ao governo a mudança nos critérios de compra desses tratores em relação ao número de cv, pois em muitas regiões há necessidade de máquinas com potência superior a 80 cv.

Para Carlos Joel da Silva, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul, Fetag, a opção de potência na hora de adquirir um trator dentro de programa Mais Alimentos deve ser liberada, mantendo apenas o limite de valor da compra, hoje em 150 mil. “Essa liberação é extremamente necessária, pois na maioria dos casos, os tratores de 80 cv não puxam os implementos, como as semeadoras de plantio direto, tendo em vista a topografia de muitas regiões produtoras, além das características de solo, principalmente no cultivo de arroz”, explica.

Hoje, o Mais Alimentos contempla tratores com até 80 cv, cujo valor gira entre R$ 85 mil e R$ 90 mil, financiados a taxa de 2% ao ano, com 10 anos para pagara, sendo três de carência.

Cultivo de arroz exige tratores com maior potência. Foto: Adair Sobczak.

Rizicultores necessitam de maior potência

Com a queda do critério potência, Joel comenta que o produtor poderá adquirir um trator de acordo com suas necessidades, dentro do limite de R$ 150 mil. “Hoje, a maioria dos produtores que trabalha em áreas inclinadas ou úmidas e que tem tratores de 80 cv, tem que recorrer ao vizinho para fazer a semeadura, mediante pagamento ou troca de horas-máquina”, aponta. Situação esta bastante problemática na rizicultura, onde praticamente todos os cerca de oito mil rizicultores ligados à agricultura familiar necessitam de equipamentos com maior potencia.

“Estimamos que cerca de 30% dos pequenos agricultores gaúchos demandam tratores com maior número de cv”, destaca Joel

O assunto sobre a liberação da potência na compra de tratores pelo Mais Alimentos começou a ser estudada pela Fetag em 2013. No entanto, Joel destaca que esta proposta será fortemente debatida pela entidade em 2014. “Vamos discutir o assunto com o governo e esperamos uma solução para esta questão ainda nos primeiros meses deste ano. Caso contrario, ela será incluída na pauta do Grito da Terra, que ocorrerá em abril, em Brasília, onde vamos discuti-la com a presidente Dilma”, diz o vice-presidente da Fetag.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, MDA, a maioria das propriedades ligadas à agricultura familiar no Brasil tem menos de 30 hectares, o que, em tese, não justificaria tratores com potência superior a 80 cv. Mesmo assim, o ministério está aberto ao diálogo.

Preocupação do governo é que produtor tenha o trator adequado

“Ainda não fomos procurados para tratar sobre a liberação da potência na aquisição de tratores via Mais Alimentos, mas temos todo interesse em debater esse assunto, desde que haja uma real necessidade dessa medida”, comenta Marco Antonio Viana Leite, diretor do PAC - Equipamentos e do programa Mais Alimentos.

Viana destaca que a preocupação do governo é que o produtor tenha um trator que seja adequado às suas necessidades, assim, se for necessário ampliar a opção de potência dos tratores que fazem parte do programa para beneficiar os produtores, a demanda será atendida.

“Estamos estudando o caso e abertos à negociação. Mas, tudo dependerá da avaliação de especialistas, pois há necessidade de um embasamento técnica sobre isso. Se houver um estudo comprovando que é necessário ampliar a opção de potência, estaremos aptos a contribuir”, diz Viana.

Se aprovada, proposta pode aumentar as vendas das fabricantes. Foto: Adair Sobczak.

Na opinião deRudimar Rigo, gerente comercial da New Holland, caso a proposta em ofertar máquinas com mais potência no programa Mais Alimentos seja aprovada pelo governo federal, haverá impacto sobre as vendas de máquinas agrícolas. “É positivo para a New Holland, porque além de aumentar o número de vendas, o mais importante, é que a marca terá um relacionamento mais estreito com o produtor que atua em áreas menores e que necessita de tratores com maior potência”, destaca.

Segundo Rigo, a expectativa é que a aprovação da proposta ampliará a oferta de produtos da New Holland, que começa com tratores de 50 cv e que poderá chegar a 95 cv ou 100 cv (com e sem cabine), mas que hoje está limitada a 80 cv. “Para o produtor rural, esse maior portfólio de máquinas agrícolas facilitará na hora de escolher o melhor produto para trabalhar na sua lavoura”, observa o gerente comercial da New Holland.

Link


Warning: file_get_contents(http://uag.ro/api/addurl/?f=http://www.uagro.com.br/editorias/tecnologia/maquinas-e-implementos/2014/01/22/mais-potencia-para-o-mais-alimentos.html) [function.file-get-contents]: failed to open stream: HTTP request failed! HTTP/1.1 403 Forbidden in /home/storage/b/bb/56/uagro/source/templates/noticias/leitura.tpl.php on line 176

Compartilhar