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Terça, 10 de Abril de 2018 - 16h39

Exclusivas uagro

Trator autônomo esbarra em falta de infraestrutura de telecomunicações no campo

Conectividade deficiente é fator limitante para avanço desta tecnologia na agricultura brasileira

DATAGRO

Deficiente infraestrutura de telecomunicações e falta de mão de obra qualificada são barreiras para expansão de máquinas semiautônomas e/ou autônomas na agricultura brasileira. É o que ressalta Paulo Vecchia, gerente de tecnologia da ZF na América do Sul, multinacional de origem alemã especializada em tecnologia de chassis, como, por exemplo, eixos transmissores para máquinas agrícolas.

De acordo com Vecchia, a tecnologia para maquinário agrícola semiautônomo ou autônomo avança, assim como ocorre com os veículos nas cidades, mas para o campo, especialmente no Brasil, a questão da conectividade com a Internet ainda é um grande obstáculo. Isso ocorre porque, explica o executivo, até o momento, o sinal ativo de Internet é item indispensável para este tipo de tecnologia, que guia as máquinas por meio de GPS. “E como a infraestrutura de telecomunicações em muitas regiões agrícolas é deficiente, isso acaba sendo um fator limitante”, diz.

Entretanto, Vecchia destaca que esta questão [da conectividade] mais dia, menos dia será superada, e máquinas semiautônomas e/ou autônomas terão um cenário mais favorável para serem utilizadas nas fazendas. O executivo esclarece que a tecnologia para maquinário agrícola semiautônomo e/ou autônomo avança rapidamente e nos próximos anos equipamentos com estas características estarão, de fato, sendo usados nas lavouras.

Protótipo

A própria ZF vem desenvolvendo um modelo de trator semiautônomo/autônomo em parceria com a montadora austríaca Lindner. Ainda sob o rótulo de máquina-conceito, o trator pode ser controlado remotamente por tabletes e/ou smartphones, além de ser equipado com câmeras e sensores que viabilizam a automação de diversos processos no campo.

O protótipo é equipado com sistemas de armazenamento de dados e programação que “gravam procedimentos que estão sendo feitos” que, posteriormente, podem ser repetidos sem a presença do operador na cabine ou mesmo de controle ininterrupto à distância. “O trator vai aprendendo trajeto e operações enquanto ele trabalha”, diz Vecchia. “Em uma próxima tarefa, bastará o operador dar um clique num tablete conectado à máquina, que ela executará sozinha a atividade.”

Outra característica que está sendo desenvolvida neste protótipo é para que ele venha a funcionar como uma espécie de trator guia, explica o executivo. “Um só trator pode guiar dezenas de outros tratores ´seguidores´ com o uso de tecnologia de Internet das Coisas e Big Data. Isso pode ser aplicado, por exemplo, em operações de colheita e plantio quase que simultâneas. Enquanto uma máquina colhe a soja, as outras que vêm atrás já plantam a safrinha de milho.”

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