Quinta, 19 de Novembro de 2020 - 12h24
Produtores familiares do Vale do Ribeira (SP) se preparam para iniciar exportação de gengibre
Apoiados nos pilares do cooperativismo, agricultores de Tapiraí estão se organizando para ingressar nos mercados da América Latina e do Norte, bem como o europeu
DATAGRO
A pandemia da covid-19 gerou grande impacto em todo o mundo, atingindo, principalmente, pequenos empreendedores, seja no campo ou na cidade. Para superar os desafios impostos pelo novo cenário econômico, comunidades rurais e urbanas tiveram de se unir ainda mais na busca por soluções, o que, no Vale do Ribeira, colaborou para acelerar um projeto antigo: o de ganhar o mercado internacional.
Com o apoio do Programa ReDes - uma parceria entre Legado das Águas, Instituto Votorantim e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), executado pelo Instituto Meio, agricultores familiares da Associação Rural Comunitária de Promoção Humana e Proteção à Natureza estão se preparando para iniciar a exportação de gengibre para o próximo ano.
De acordo com Daniela Gerdenits, coordenadora de responsabilidade social do Legado das Águas, desde que iniciada a parceria com os agricultores familiares, em 2018, o programa ReDes tem atuado, basicamente, em três frentes: melhora na gestão da associação e nas técnicas de manejo no campo, fortalecimento do espírito de cooperativismo entre os produtores e diversificação dos produtos e de nichos de mercado.
"Unidos e organizados, esses produtores conseguiram diversificar a produção com o cultivo de hortifrútis. Com isso, um novo mercado se abriu e eles iniciaram as vendas coletivas no Ceagesp [Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo] de Sorocaba. Já com a pandemia, os agricultores apostaram no delivery para manter as vendas e agora se preparam para um passo ainda maior: exportar gengibre para outros países", explica Daniela.
O Vale do Ribeira é conhecido pela grande produção de gengibre e Tapiraí como principal produtor no estado de São Paulo. Com o cenário favorável, que inclui a alta do dólar, surgiu a possibilidade de produzir mais para exportar. O projeto ainda está em fase inicial. Os agricultores familiares estão preparando solo para o plantio e a expectativa é que as exportações comecem no próximo ano. O objetivo é ganhar mais mercado, sem deixar o já conquistado de lado. "Essa diversificação da produção e dos nichos de mercado é essencial", acrescenta Daniela.
Entre os produtores que estão se preparando para exportar, está Ivanete Borba. Atual conselheira fiscal da Associação, Ivanete fechou parceria para o financiamento de parte da sua produção. "Recebi o apoio para a produção de gengibre orgânico. Eles vão financiar parte da produção e, se Deus quiser, a partir do ano que vem, os meus produtos irão para o Peru. Isso só foi possível graças à parceria com o programa ReDes e a divulgação do nosso trabalho. Agora, nós temos condições de trabalhar", ressalta.
Por meio do projeto, a associação conseguiu a aquisição e instalação de dois lavadores para adequar os produtos à exigência do mercado externo. Enquanto isso, os produtores seguem com o projeto de diversificação da produção de hortifrútis no mercado nacional. Ao todo, 59 toneladas de alimentos foram produzidas e comercializadas pelos 19 produtores associados neste ano. Desse volume, 20% foram comercializados em vendas coletivas.
:: Banarte
Enquanto os agricultores familiares de Tapiraí se preparam para iniciar as exportações, a Banarte, associação de artesãs pioneiras na produção de peças a partir da fibra da folha da bananeira de Miracatu, busca reconquistar o mercado exterior. A iniciativa também ganhou força com a pandemia, em que o grupo de mulheres teve de buscar na internet meios de manter as vendas. "A Banarte existe há 20 anos e já exportou muitas peças no passado. Agora estamos começando a ganhar mercado novamente fora do país", conta Léia Alves, presidente da associação.
De acordo com ela, com a colaboração de clientes na divulgação, a Banarte conseguiu exportar peças para países como Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e Alemanha. "A última demanda foi para Londres, para onde foi enviada uma amostra dos nossos produtos e outros estão em negociação para serem exportados. Paralelamente, também aumentamos a visibilidade no Brasil. Com a campanha de divulgação e o apoio da Rede Artesol [Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro] estamos recebendo pedidos de outros estados, além de São Paulo", completa.
A Banarte fez parte do Plano de Turismo Integrado Regional (PTIR), por meio do Programa de Apoio à Gestão Pública (AGP), realizado pelo Legado das Águas em parceria com o Instituto Votorantim e o Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) para promover o desenvolvimento sustentável das comunidades onde a Reserva está inserida.
Link
Warning: file_get_contents(http://uag.ro/api/addurl/?f=http://www.uagro.com.br/editorias/sustentabilidade/diversificacao-de-renda/2020/11/19/produtores-familiares-do-vale-do-ribeira-sp-se-preparam-para-iniciar-exportacao-de-gengibre.html) [function.file-get-contents]: failed to open stream: HTTP request failed! HTTP/1.1 403 Forbidden in /home/storage/b/bb/56/uagro/source/templates/noticias/leitura.tpl.php on line 176