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Segunda, 24 de Março de 2014 - 08h28

Exclusivas uagro

Pequenas no tamanho, mas grandes na importância socioeconômica

Pequenas agroindústrias agregam valor à produção e renovam as esperanças de milhares de famílias gaúchas.

Universoagro

A diversidade da agricultura familiar faz o sucesso dos empreendimentos.

Texto e fotos: Adair Sobczak

Com produtos de qualidade reconhecida, esses empreendimentos têm pela frente o desafio de ampliar o leque de consumidores e a principal ferramenta de marketing tem sido as feiras, onde o contato direto com os consumidores e potenciais clientes tem se revelado uma importante estratégia comercial.

De acordo com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul, Fetag, o estado gaúcho conta com 1700 agroindústrias cadastradas no Programa Estadual de Agroindústria Familiar “Selo Sabor Gaúcho”, sendo que grande parte dessas já estão formalizadas e as demais em processo final de formalização e que segam a empregar 3,4 mil pessoas. “Segundo o censo do IBGE de 2006, temos nove mil famílias gaúchas que transformam o que produzem em suas propriedades, agregando valor à produção primária”, explica Jocimar Rabaioli, assessor de Política Agrícola e Agroindústrias da Fetag.

Embora não seja possível mensurar o faturamento anual desse segmento no mercado local e em políticas públicas, Rabaioli destaca que apenas o resultado obtido pelas agroindústrias na participação em feiras chega a R$ 10 milhões por ano. “Com certeza esse valor seria muito superior se levado em conta o faturamento total envolvendo o setor”, salienta.

Diversidade

Não há uma atividade em especial que se destaque entre as agroindústrias. Produtos como embutidos de suínos, artesanato, derivados do leite, entre muitos outros transformaram a vida de milhares de famílias, pois, segundo a Fetag, é a diversidade da agricultura familiar que faz o sucesso dos empreendimentos. “Um agrega valor ao outro e é graças a isso que os consumidores encontram um mix tão grande de produtos nas feiras”, diz Rabaioli, comentando que cada vez mais o agricultor familiar está percebendo a importância de produzir, transformar e comercializar, pois isso faz com que ele tenha maior controle do processo produtivo, além de lhe propiciar maior renda na produção. “Estimamos em crescimento anual de 25% no número de empreendimentos que estão saindo da informalidade”, aponta.

Direto do produtor

Um dos grandes impulsos à formalização das agroindústrias é o trabalho realizado pela Fetag eSindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, que têm como bandeira de luta a permanência do agricultor no campo com qualidade de vida e garantia de renda, incentivando a atividade agroindustrial, bem como as formas associativas para viabilizar a comercialização dos produtos sem a necessidade de atravessador.

“Para tanto, entendemos que participar das feiras como a Expodireto Cotrijal e Expointer é uma alternativa estratégica de desenvolvimento não só para agroindústrias familiares que estarão expondo seus produtos, mas, para todos os agricultores que visitaram estes eventos, sendo um espaço ideal de demonstração de produtos, técnicas e serviços, concentrados num único espaço”, destaca Rabaioli.

Com a industrialização da produção praticamente dobrei meu faturamento, revela produtor.

“Participo de feiras desde 2008, pois esses eventos são extremamente importantes para as pequenas agroindústrias divulgarem seus produtos”, complementa Augustinho Seibel, proprietário da Agroindústria Seibel, localizada em Tupanciretã, na região central do estado, e que mensalmente industrializa 40 mil litros de leite, sendo 30 mil de produção própria e 10 mil adquiridos de uma associação de produtores.

A matéria-prima é destinada à produção de queijos, iogurtes, bebidas lácteas, e, em breve, segundo o produtor, o doce de leite também fará parte do portfólio de produtos. “Antes produzíamos grãos e o leite, que era vendido para a indústria. Então, após muito estudo, acabei optando por montar a agroindústria para agregar valor à produção e, assim, dar condições para que meus três filhos possam permanecer no campo, pois com a industrialização praticamente dobrei meu faturamento”, revela Seibel.

Mão de obra familiar reduz custo

“As pequenas agroindústrias são viáveis e rentáveis nas pequenas propriedades principalmente em função da mão de obra familiar”, explica Luciano Rozalino, coordenado adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do Rio Grande do Sul, órgão criado em 2011 para atender as pequenas propriedades através de programas de apoio à produção. “São disponibilizados recursos de até R$ 10 mil para compra de insumos e equipamentos, melhoramento genético do rebanho, entre outros, com subsídio de até 80% para os adimplentes”, comenta Rozalino.

No entanto, Rozalino destaca que não adianta apenas produzir. “É fundamental que o produtor busque canais de divulgação para seus produtos”, aponta. Assim, a secretaria estadual também organiza e possibilita a participação das agroindústrias em feiras, desde que essas estejam cadastradas no programa Sabor Gaúcho.

Feiras como a Expodireto Cotrijal (foto) são eventos que possibilitam demonstrar todo o potencial e a diversificação que está acontecendo no estado gaúcho.

Feiras que, segundo a Fetag, trazem oportunidades ilimitadas por serem espaços importantes no ponto de vista econômico, pois possibilitam, para os agricultores familiares (agroindústrias familiares), a venda direta para o consumidor, a abertura de novos canais de comercialização, contatos comerciais e a trocas de experiências.

“Os produtores podem falar, por exemplo, de onde e de que forma os produtos são produzidos, quais suas particularidades e o que os torna mais saborosos, propiciando, desta forma, negociar diretamente com o consumidor final”, ressalta Rabaioli, destacando que são esses eventos que possibilitam demonstrar todo o potencial e a diversificação que está acontecendo no estado gaúcho, agregando renda e qualidade de vida às famílias rurais, representando cada vez mais a afirmação política da agricultura familiar. “É mais uma prova da capacidade que esta tem em produzir alimentos de qualidade para população, sendo um momento importante para alavancagem da agricultura familiar, permitindo acessar maior mercado e ser cada vez mais reconhecida pela sociedade brasileira”, diz.

“A agroindústria é fundamental para a sobrevivência da pequena propriedade, principalmente se a família for grande. Caso contrário, não sobrevive”, afirma Seibel.

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