Saída sustentável para passivo ambiental pode cortar despesas
“Sustentabilidade tem que se pagar”, afirma Rodrigo Nicoloso, membro do CCAS e pesquisador da Embrapa
Renê Arruda e Jaqueline Brunet
Tanto nos segmentos que estão em crise, como cana de açúcar e pecuária, quanto naqueles que passam por boa fase, como a soja, há pressão para redução de custos - ao mesmo tempo em que se mantém ambientalmente sustentável.
A ideia que sustentabilidade rural gera custos ao produtor tem cada vez menos base real, basta planejamento racional da propriedade agraria, integração dos sistemas de produção e reaproveitamento. Segundo Rodrigo da Silveira Nicoloso, membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, sustentabilidade pode ser atingida com redução de custos, de passivos ambientais e incremento em produtividade. “Um exemplo claro é que qualquer dejeto possu em sua composição química nitrogênio, fósforo e potássio, matéria prima de fertilizantes que muitas culturas agrícolas têm alta demanda”.
O dejeto de suínos, por exemplo, polui se lançado indiscriminadamente no ambiente, mas pode se tornar um fertilizante orgânico lucrativo para a produção de grãos ou forragem se corretamente manejado. Cada metro cúbico (1.000 litros) de dejeto de suínos tem cerca de 3,4 kg de nitrogênio, 2,9 kg de fósforo (P2O5) e 1,7 kg de potássio (K2O). Considerando os preços médios destes nutrientes obtidos a partir de fertilizantes minerais, um metro cúbico de dejeto teria um valor aproximado de R$ 21,00. Assim, uma propriedade suinícola de tamanho médio com 1.000 animais em terminação alojados produz por ano o equivalente a R$ 30.000,00 em fertilizante orgânico.
Dois aspectos são beneficiados apenas com o planejamento sustentável da propriedade rural: o destino adequado aos dejetos da pecuária e o lucro resultante da produção destes fertilizantes. “Quando se fornece a ração para animais no processo de criação apenas uma pequena parte é absorvida, e o resto vira dejetos que possa depois se tornar fertilizantes. Com isso pode-se abater custos com fertilizantes e ainda eliminar um passivo ambiental aproveitando os dejetos”, afirma Nicoloso.
De acordo com o pesquisador, a busca pela sustentabilidade pode ser encorajada de duas formas: de maneira ligada a rentabilidade e com medidas impositivas, como regulações. “Quando há algum retorno do investimento, ou política de remuneração por minimizar risco ambiental, as tecnologias sustentáveis são adotadas com mais rapidez pelo setor produtivo. A tecnologia tem que se pagar, e quando começa a dar retorno econômico são rapidamente adotadas e resolvem o passivo ambiental”. Ele destaca, no entanto, que regulações podem agir também como motivadoras deste processo, desde que acompanhadas de meios que permitam retorno do investimento.
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