Cachaça, açúcar orgânico, levedura podem ser a saída para pequenos produtores

O setor sucroenergético cresceu em um cenário de consolidação e expansão de novas áreas. Aumento de escala de produção e redução de custos passaram a ser condições de sobrevivência na agroindústria canavieira, o que pode excluir do jogo os pequenos produtores.

Para piorar, o setor vive mais uma crise por falta de estímulos e indefinições em relação ao etanol. A baixa remuneração e falta de perspectivas derrubaram os investimentos, a cana maltratada está mais suscetível as ações climáticas e a produtividade despencou. Segundo o coordenador de pesquisas Tecnológicas do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Suleiman José Hassuani, a tendência é que as pequenas e as médias empresas produtoras não consigam sobreviver em meio a atual crise revelada.

Mudar a tática pode ser uma saída para os pequenos produtores. Suleiman aconselha que o caminho é deixar de depender das commodities agrícolas, como o açúcar e o etanol, e investir em produtos com maior valor agregado, por exemplo, deixar de produzir etanol e passar a produzir cachaça, que não necessita de grande volume e oferece um ganho três vezes maior que o etanol combustível.

Durante a coletiva de encerramento da Fenasucro&Agrocana 2012, maior evento sucroenergético do mundo, que aconteceu de 28 a 31 de agosto em Sertãozinho, SP, Suleiman comentou que algumas unidades já produzem açúcar diferenciado como o dietético ou orgânico; produtos químicos para cosmético e leveduras, que representam para muitas usinas 40% do seu faturamento. Uma nova alternativa é o recolhimento da palha para a bioeletricidade.

“Essas especialidades as usinas menores terão que buscar por si só, algumas podem vingar e outras não. Caso contrário, as empresas pequenas ou médias terão dificuldades de sobreviver”, observou.