Projeto Biomas detecta que Pantanal tem porções ricas em carbono

Uma equipe de pesquisadores do Projeto Biomas identificou teores expressivos de carbono em solos arenosos do Pantanal, no Estado de Mato Grosso do Sul. Os estudos estão sendo efetuados em três paisagens distintas do Pantanal da Nhecolândia, sendo duas na Fazenda Nhumirim (fazenda da Embrapa Pantanal) e a outra na fazenda Santo Expedito, a qual receberá, no ano de 2014, toda a experimentação com árvores nativas.

Apesar das pesquisas ainda estarem em fase inicial, já foi possível identificar teores de carbono em solos que se encontram submersos grande parte do ano, como fundo de baía, caracterizando uma importante funcionalidade ecológica, dentre tantas outras.

"Por meio destas pesquisas, efetuadas com pedossequencial, foi possível identificar dois ambientes contrastantes quanto ao potencial de imobilização de carbono: baixos teores nos solos das cordilheiras (partes mais altas) e elevados níveis de carbono nos solos das baías", comenta Dr. Gustavo Curcio, coordenador nacional do Projeto Biomas pela Embrapa.

Estes estudos estão sendo conduzidos interativamente com outras áreas da ciência, onde se destaca a relação com a cobertura vegetal. "O interessante é que a natureza sabe compensar como ninguém", destaca o pesquisador. "Se os teores de carbono nos solos das cordilheiras são baixos, em contrapartida, há elevados teores de carbono imobilizados na floresta/cerrado presentes nestas áreas. Na medida em que novos resultados de pesquisa sejam alcançados, poderemos obter alguns coeficientes técnicos que venham auxiliar na discussão e aprimoramento da legislação ambiental brasileira”, ressalta.

Os pesquisadores que atuam nesta temática são: Dr. Alexandre Uhlmann (pesquisador da Embrapa Florestas), Dra. Annete Bonnet (pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura), Dra. Cátia Urbanetz (pesquisadora da Embrapa Pantanal), Dra. Michele R. Ramos (pesquisadora contratada do Projeto Biomas) e Dr. Renato A. Dedecek (pesquisador contratado do Projeto Biomas).