Ibama autorizou 1.948 produtores a fazerem controle populacional de javalis

Do Agrodebate

Desde a publicação da Normativa Nº03/2013 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no início deste ano, que regulamenta o controle populacional de javalis, foram registrados 1.948 cadastros no Brasil para a legalizar a eliminação do animal da propriedade. Em Mato Grosso foram apenas 29 registros.

De acordo com o Ibama, estes animais podem causar danos nas plantações e nas florestas, além de apresentar perigo aos seres humanos, considerando ataques e transmissão de doenças. De acordo com a normativa, "está autorizado apenas o controle populacional do javali-europeus em todas as suas formas de linhagem e graus de cruzamento com o porco doméstico, vivendo em liberdade em todo o território nacional". 

Para a autorizar a eliminação dos animais, os produtores devem se inscrever no Cadastro Técnico Federal (CTF). Esta regulamentação não inclui o controle de populações nativas como o porco-monteiro ou porco-do-pantanal.

“O javali é uma das piores espécies invasoras. Ela tem causado muitos problemas no mundo todo. Por isso precisamos fazer o controle”, explica o superintendente do Ibama, Marcos Keiny.

Gilberto Rosato, produtor de milho da região de Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, disse que neste ano o prejuízo com ataque de javali foi muito pequeno em comparação com ano passado. “No ano passado, toda a parte da lavoura que fica ao lado da área de preservação permanente foi destruída. Cerca de 340 hectares dos 1.015 hectares da fazenda foram perdidos. Neste ano, eu só tive um ataque ainda”, explicou Rosato. O produtor afirma também que a destruição é maior quando a planta é pequena. "Quando grande é mais difícil, pois o vegetal já está mais firme".

Na região de Lucas do Rio Verde, a 360 quilômetros da capital, o agricultor Pedro Vigo diz que os animais ganharam novos hábitos. “O javali aprendeu onde encontrar comida fácil, por isso as invasões. Os ataques sempre são feitos em bandos, variando entre o final da tarde até o início da manhã”.