Ministério do Meio Ambiente fará mapeamento de florestas brasileiras

Drielly Santana, estagiária de jornalismo

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) acaba de investir recursos que somam, pelo menos, R$ 65 milhões visando o mapeamento das florestas brasileiras. Os recursos foram contratados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na última quinta-feira (24/1), e tem como objetivo disponibilizar equipes de técnicos e especialistas para que coletem informações sobre florestas brasileiras.

As equipes técnicas analisarão todo o material que vai compor o Inventário Florestal Nacional (IFN), que começou a ser construído em 2010. Serão detalhados aspectos como a qualidade dos solos, as espécies existentes em cada área e o potencial de captura e emissão de gás carbônico pelas florestas. Para saber como as comunidades que vivem em torno das florestas convivem nestes territórios, serão entregues questionários. O inventário também reunirá informações sobre florestas situadas em diversos biomas, como o Cerrado e a Caatinga.

A medida foi tomada porque, apesar de o Brasil ser coberto por 60% de florestas nativas, não existem dados mais específicos sobre as áreas. As informações são limitadas a imagens da cobertura vegetal capturadas por satélites, dentre outras origens que fornecem poucos detalhes de cada região. Ao todo serão mapeados quase 22 mil pontos em todo o território nacional.

“Normalmente vemos as florestas do ponto de vista de perda [desmatamento e queimadas]. Com o inventário vamos conhecer a floresta por dentro. Vamos obter vários resultados. A ideia é que, de 5 em 5 anos, façamos novas medições” disse Antônio Carlos Hummel, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que está conduzindo o levantamento.

Em uma fase experimental, assim que o projeto foi aprovado, o governo já mapeou florestas em Santa Catarina e Distrito Federal. Em SC os técnicos descobriram florestas que estão se regenerando naturalmente, sem que os especialistas tivessem conhecimento.

“O Brasil só fez um levantamento como este uma vez, que foi publicado nos anos 1980, com dados dos anos 1970. Não foi um levantamento nacional. Este é o primeiro 'censo' florestal, e será o trabalho de maior envergadura de todo o planeta”, disse Izabella Teixeira, Ministra do Meio Ambiente.

As informações colhidas também servirão para as novas concessões florestais e conservação da biodiversidade no território nacional.

A conclusão do projeto está prevista para 2016, porém haverá relatórios parciais todos os anos.