Jovens japoneses rejeitam pesca de baleias

As baleias são hoje ameaçadas tanto pela pesca quanto pelo declínio geral do ecossistema global. No Japão, onde a atividade da pesca é mais intensa e controvertida, a própria indústria se tornou insustentável já no final dos anos 1970. No momento, a demanda por carne e baleia e golfinho permanece baixa e estagnada. As empresas de grande escala na região de Iwate foram devastadas pelo terremoto e o tsunami de março de 2011.

No entanto, a caça persegue implacável, com os japoneses alegando que têm direito a uma cota de pesca como material de “pesquisa.” No governo do novo primeiro-ministro Shinzo Abe, o ministro da agricultura, florestas e pesca, Yoshimaza Hayashi, responsável pela questão, é conhecido pela sua posição pró-pesca. E a cultura japonesa, conservadora e organizada, nunca permitiu grandes movimentos e protestos contra a atividade – eles acontecem geralmente de fora, com pressões de organizações como o Greenpeace.

A coisa parece estar mudando. Recentemente, um movimento de militância recém-formado marchou em protesto contra as políticas japonesas de pesca da baleia. Foi a primeira resistência aberta dentro do próprio Japão. No dia 24 de novembro passado, o grupo Ação pelos Mamíferos Marinhos protestou contra a atividade na movimentada estação Shibuya, no centro de Tóquio.

A manifestação enfrentou alguma oposição de um grupo nacionalista, mas de resto transcorreu em paz, foi considerada um grande sucesso pela comunidade ambiental internacional e reconhecida como um primeiro passo para a mudança de políticas. O lider do grupo, Satoshi Komiyama, afirmou que a organização vai continuar a “fazer protestos nos locais apropriados, com as pessoas apropriadas.” “Vamos usar a internet, flyers, brochuras, fornecer informações corretas sobre os mamíferos, seu comportamento e seu ambiente atual,” disse ele, segundo o Digital Jounal

Komyama diz que tem havido muitas discussões sobre a pesca de baleia e golfinhos no país, mas que elas não são feitas por uma maioria dos japoneses, e sim por um “número muito menor de pessoas que têm um interesse na questão. E durante estas discussões os animais continuam sendo mortos.”