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Quinta, 01 de Agosto de 2013 - 14h20

Falta de recursos e de políticas de renda afetam cafeicultura nacional

Grupo de cafeicultores e lideranças do setor debateram a crise do setor na sede da Sociedade Rural Brasileira (SRB)

SRB

Um grupo de cafeicultores e lideranças do setor debateram no final de julho, na sede da Sociedade Rural Brasileira (SRB), os rumos da cafeicultura nacional. Entre as principais medidas apontadas para amenizar a crise atual, estão a disponibilização dos recursos do Funcafé e as políticas de renda emergenciais.

O diretor do Departamento do Café da Rural, Sr. Luiz Hafers, destacou as dificuldades encontradas na esfera de produção principalmente do café da variedade arábica, de melhor qualidade, produzido em altitude acima de 800 m. "O café tem baixíssimo preço no mercado e o produtor não tem capital para manter essa produção até que as coisas melhorem."

Segundo Hafers, os exorbitantes custos de produção estão entre os principais entraves. "Em algumas regiões, a mão-de-obra pode representar até 60% dos gastos totais, em outras, não há sequer capacitação técnica para a atividade."

Para o ex-presidente da Rural, essa situação onera principalmente o médio produtor. "O grande que consegue utilizar maquinário ou aquele que utiliza sua própria mão de obra para o cultivo estão assegurados, porém, o produtor que ainda não se mecanizou tem poucas escolhas e vê sua rentabilidade corroída pelos altos custos de produção", avalia Hafers.

Os presentes foram unâmimes em afirmar que houve uma falha do governo na adoção de medidas de auxílio à comercialização, que tiraria do mercado 4 milhões de sacas há alguns meses, e teria dado mais sustentação aos preços atuais. E que agora, mesmo que adote essas medidas, o efeito será menor porque já chega ao mercado o produto da nova safra. "Precisamos de uma política de renda para o setor passando por um programa de opção e um programa de Pepro. Sem isso, a situação ficará insustentável para a cafeicultura nacional.

A verba de R$ 3,16 bilhões destinada a linhas de crédito para os cafeicultores foi anunciada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) há um mês e ainda não foi disponibilizada às instituições financeiras.

Para o presidente da Rural, Cesario Ramalho da Silva, a questão não é a disponibilidade de recursos, mas a correta aplicação desses. Segundo ele, é necessário desenhar um novo projeto para agronegócio brasileiro. "Por mais específicos que sejam os problemas do café, eles aparecem em toda a cadeia do agro, o que demonstra a falta de eficiência do governo."

Incaper

O pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Romário Gava Ferrão, e o degustador Artur Fiorott, da Conilon Brasil, apresentaram aos participantes do evento os resultados obtidos com a integração de pesquisa, assistência técnica e extensão rural no Estado. “Nos últimos dez anos, a qualidade do Conilon não era tão conhecida. As pesquisas científicas desenvolvidas na área de produção; de colheita, secagem e beneficiamento; e também na industrialização do café, mostram que o Conilon, junto com o Arábica de qualidade, forma um produto final ainda melhor”, disse Ferrão.

Para o vice-presidente da Rural, Roberto Ticoulat, não há, neste momento, grandes pesquisas e desenvolvimento de novas espécies de café Arábica e neste ponto está a grande inovação do Conilon, que conseguiu ganhar espaço e produtividade com o melhoramento de novas variedades.

As novas variedades clonais de café Conilon, lançadas recentemente pelo Incaper, também foram apresentadas no evento. Pela primeira vez, análises sensoriais foram utilizadas como critério para a seleção dos novos clones. As cultivares ‘Diamante Incaper 8112’, ‘Jequitibá Incaper 8122’ e ‘Centenária Incaper 8132’ diferenciam-se pela época de maturação dos frutos. Para o produtor, o escalonamento da colheita traz diversas vantagens, como a melhor gestão da mão de obra e a melhor utilização de terreiros e secadores. A alta produtividade das novas variedades permite o aumento da produção na indústria cafeeira. E a melhora na qualidade da bebida é a maior vantagem para o consumidor.

“O Brasil não tem uma tradição de qualidade do Conilon, mas o Incaper conseguiu desenvolver este importante projeto para o Robusta no país. Neste encontro, vamos estabelecer o Brasil como fonte de qualidade. É a nossa arma para combater os concorrentes internacionais”, disse Henrique Sloper, presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), que também participa do evento.

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