Sexta, 21 de Fevereiro de 2025 - 18h17
Entidades do agro criticam suspensão das linhas subvencionadas do Plano Safra
Interrupção entrou em vigor nesta sexta-feira (22)
DATAGRO
A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) vê com preocupação a interrupção das novas contratações de financiamentos rurais com subvenção federal nas linhas do Plano Safra 24/25, que entraram em vigor a partir desta sexta (21/2).
A entidade avalia que a medida anunciada trará ainda mais incertezas a um setor que é uma verdadeira indústria a céu aberto, representa aproximadamente 22% da economia nacional – o PIB do agro em 2024 foi de mais de R$ 2,58 trilhões – e tem papel fundamental na segurança alimentar e energética do país.
Ainda, o impacto do freio ao Plano Safra se estenderá por uma ampla cadeia econômica, atingindo diretamente segmentos como indústria, tecnologia, logística e diversos outros segmentos que dependem do dinamismo do agronegócio.
Essa limitação de crédito subsidiado vai atingir diretamente os agricultores em mais um ano de safras recordes, pois acarretará uma perda de produtividade no campo e consequentemente um aumento no preço dos alimentos, que serão repassados aos consumidores, além de provocar uma perda da competitividade no mercado internacional.
Isso compromete não apenas o financiamento de pequenos, médios e grandes produtores, mas também impacta investimentos essenciais para os avanços do setor, incluindo inovação tecnológica, modernização de equipamentos e infraestrutura logística. O reflexo disso poderá ser sentido em toda a economia, com a possibilidade de retração na geração de empregos, aumento dos custos de produção e, é claro, efeito direto nos alimentos.
O Plano Safra é a principal ferramenta de financiamento rural no país, com linhas de crédito e incentivos para os produtores e seus recursos não podem ser reduzidos sob a alegação de questões orçamentárias. A ABAG espera que o Governo Federal, por meio dos Ministérios da Agricultura e da Fazenda, encontre uma solução urgente para reverter essa medida.
A entidade reforça a necessidade de um diálogo aberto com o Governo para reverter essa decisão e garantir previsibilidade ao setor agropecuário, que desempenha um papel central na economia do país e no abastecimento global. O Brasil tem se consolidado como uma referência em sustentabilidade atrelada à eficiência produtiva, e a continuidade do Plano Safra é fundamental para manter esse protagonismo.
:: Faesp
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, a decisão demonstra total falta de compromisso do governo com milhões de produtores rurais que trabalham diariamente para garantir o sustento dos brasileiros e o superávit da balança comercial.
“Lamento profundamente essa decisão e vejo como uma falta de compromisso do governo com o setor agropecuário. O governo perdeu o controle da política monetária e vai penalizar o setor produtivo. Os R$ 476 bilhões anunciados no Plano Safra 2024/2025, dos quais R$ 133,6 bilhões poderiam ser acessados em linhas com a equalização de juros, que garante taxas mais baixas, são importantes para dar musculatura principalmente aos pequenos e médios produtores, que são a maioria no Brasil”, frisou Meirelles.
:: Orplana
A ORPLANA – Organização das Associações de Produtores de Cana de Açúcar do Brasil - entende que a medida se baseia no aumento dos custos de equalização das taxas de juros. Mas, acredita que ela prejudica diretamente o setor agrícola, que necessita de investimentos urgentes em manutenção, renovação e melhoria na infraestrutura para os pequenos, médios e grandes produtores.
“A suspensão comprometerá os planos de investimento dos produtores rurais, afetando a geração de empregos, inibição de investimentos e a descarbonização do Brasil”, frisa José Guilherme Nogueira, CEO da ORPLANA.
:: Famato
Na avaliação da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a medida compromete diretamente a continuidade da produção agropecuária, a segurança alimentar e a estabilidade econômica do setor.
De acordo com a Famato, a suspensão do crédito rural gera insegurança para os produtores, especialmente no momento em que muitos ainda colhem a safra atual e iniciam o plantio da próxima.
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