Área cultivada com sementes transgênicas no Brasil atinge 44,2 milhões de hectares

Em 2015, o mundo alcançou a marca de 180 milhões de hectares cultivados com sementes transgênicas em 28 países, com a biotecnologia avançando entre os pequenos agricultores. Este é um dos destaques do mais recente relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), divulgado nesta semana, que ressalta ainda o protagonismo do Brasil como o país que apresentou o crescimento mais significativo no uso de transgênicos em sua agricultura.

De acordo com o levantamento, dos cerca de 18 milhões de agricultores em todo mundo que já adotam a biotecnologia, 90% são pequenos produtores. Clive James, diretor do ISAAA, credita este volume de adoção à compreensão cada vez maior por parte dos agricultores de que os transgênicos são uma tecnologia testada e com eficácia comprovada.

Segundo o relatório, o Brasil cultivou, em 2015, 44,2 milhões de hectares (ha) com sementes geneticamente modificadas, avanço de 5% sobre a área de 2014, ficando atrás apenas dos Estados Unidos [70,9 mi/ha]. Em terceiro lugar no ranking está a Argentina (24,5 mi/ha), seguida pela Índia (11,6 mi/ha), Canadá (11 mi/ha) e China (3,7 mi/ha). 

No Brasil, 94% do plantio de soja são cultivados com variedades transgênicas, no milho a proporção é de 84%, e no algodão chega a 73%. No ano passado, ressalta o levantamento do ISAAA, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou um número recorde – 14 – de variedades geneticamente modificadas. “Destaco, por exemplo, o primeiro eucalipto transgênico do mundo”, diz Adriana Brondani, diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). 

O levantamento do ISAAA aponta que a ciência aplicada ao desenvolvimento de novas sementes geneticamente modificadas enfatiza, agora, a pesquisa por variedades que apresentem tolerância à seca, solos salinos e inundações.