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Sexta, 20 de Fevereiro de 2015 - 10h58

Lavouras transgênicas avançam no Brasil e já ocupam mais de 42 milhões de hectares

Em 2014, foram 42,2 milhões de hectares plantados com transgênicos

SNA

Desde 2003, ano da primeira legalização de um plantio de sementes de organismos geneticamente modificados (OGM) no Brasil, cada vez mais agricultores adotam e investem nessa tecnologia. Segundo o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), em 2014, foram 42,2 milhões de hectares plantados com transgênicos. No ano passado, a taxa de adoção da soja transgênica alcançou 93%, do milho, 82% e do algodão e 66%.

Pelo quinto ano consecutivo, o País perde apenas para os Estados Unidos em área de cultivo de transgênicos, com cerca de 23% do total mundial, conforme o relatório do ISAAA, divulgado recentemente.

De acordo com a publicação, no mundo, os grãos modificados geneticamente são cultivados em 170 milhões de hectares. Os EUA, por exemplo, utilizaram transgênicos em 70,3 milhões de hectares, o equivalente a 40% do total global (2013).

Ainda conforme  o relatório, o Brasil é o que mais cresce em área para produção de transgênicos, evolução de 10% no ano passado. Entre 2012 e 2013, o crescimento acumulado foi de 3,7 milhões de hectares no Brasil, o que representa mais que o triplo da média mundial, que foi de 3%.

“Os organismos geneticamente modificados representam mais uma fermenta poderosa para ajudar o agricultor realizar o manejo no campo e reduzir as perdas em virtude do ataque de pragas, além de poupar recursos naturais, como a água”, afirma Adriana Brondani, diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB).

Cultivo de transgênicos no Brasil representa 23% do total mundial

“As variedades transgênicas que já estão no mercado contribuem para isso”, afirma Adriana. Ela ressalta também que, como o manejo das plantas geneticamente modificadas (GM) é mais flexível e elas expressam características agronômicas, o uso de insumos pode ser racionalizando, resultando em economia de água. Além disso, ela afirma que plantas com tolerância à seca, que conseguem se desenvolver mesmo em situações de escassez hídrica, têm ainda mais potencial para economizar água.

Segundo o ISAAA, nos Estados Unidos, 275 mil hectares já estão sendo cultivados com um milho que expressa essa característica (tolerância à seca). Este evento transgênico foi doado à parceria público privada africana Water Efficient Maize for Africa (WEMA) com o objetivo de adaptá-la aos biomas do continente e disponibilizá-la aos agricultores até 2017. No Brasil, diversas empresas pesquisam variedades que apresentam essa inovação, entre elas, a Embrapa Soja.

NOVIDADES

De acordo com Adriana, as principais novidades em transgênicos para o País, emcurto prazo, para as commodities (soja, milho e algodão), são as sementes que combinam tolerância a diversos herbicidas e resistência a insetos.

“Inclusive, a CTNBio, instância colegiada vinculada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável pelas análises de biossegurança no Brasil, está analisando plantas resistentes a outros herbicidas, com o objetivo de permitir que os agricultores realizem a rotação de princípios ativos”, anuncia.

Em médio e longo prazos, ela afirma que já é possível pensar em plantas resistentes a estresses abióticos, como soja, milho, cana-de-açúcar e eucalipto tolerantes à seca, e variedades com propriedades nutricionais melhoradas, entre as quais, alface com mais ácido fólico, soja com mudança no perfil oleico, eucaliptos com melhor qualidade de madeira.

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