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Sexta, 16 de Agosto de 2013 - 11h14

Monsanto X MT: acordo ‘paga’ R$ 212 milhões

Cifra representaria a totalidade do valor devido aos produtores, caso todos concordassem com fim da ação

Diário de Cuiabá

MARIANNA PERES

Acordo firmado entre as entidades que representam os produtores rurais de Mato Grosso com a multinacional norte-americana de produtos agrícolas Monsanto vai ressarcir 40% do total inicialmente previsto na ação coletiva que havia sido protocolada em setembro do ano passado. 

A ação que discutia a validade da cobrança dos pagamentos pelo uso da tecnologia Roundup Ready (RR1), os chamados royalties, pedia a devolução de R$ 519 milhões que teriam sido pagos daquele ano em diante. Mas em função de liminar que suspendeu as cobranças dos royalties em fevereiro deste ano, restaram R$ 212 milhões para serem revertidos em sementes da nova tecnologia da Monsanto, a Intacta RR2, conforme o entendimento oficializado em 25 de julho. Conforme o segmento, R$ 307 milhões “foram solucionados com a suspensão de fevereiro”. Segundo o segmento, as tecnologias RR1 e Bollgard I (BT), aplicada à cotonicultura, estavam com as patentes vencidas desde 2010 e mesmo assim o seu uso seguia sendo cobrado. 

Há quase um mês, entidades e a Monsanto colocaram fim à ação coletiva que tratava da legalidade da cobrança da tecnologia RR1. Apesar de a maioria ter anuído a decisão, como fez no último dia 8 a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), o acordo não é consenso, não foi bem recebido por alguns produtores e sindicatos rurais do Estado que preferem seguir com ações individuais por não concordarem com a decisão, como é o caso do Sindicato Rural de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá). 

No final da tarde da última quarta-feira, a Aprosoja/MT, Aprosoja Brasil, Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação dos Produtores de Sementes do Estado de Mato Grosso (Aprosmat), a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (Abrass) e o Instituto Pensar Agro (IPA), emitiram nota conjunta para esclarecer os pontos do acordo e enaltecer a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato) pela forma como conduziu e resolveu a questão jurídica. Mesmo com a extinção da ação coletiva, a nota avalia que houve grande conquista por parte do segmento mato-grossense e “parabeniza a Famato e os 47 sindicatos rurais pelas conquistas obtidas com a ação judicial contra a Monsanto”. 

Na prática, ao considerar as safras em questão e valor do bônus, o retorno por parte da Monsanto será de R$ 255,3 milhões, quase 21% maior que o valor ajustado. Nestes ciclos, 2010/11 e 2011/12, a área coberta com a RR1 no Estado foi de 13,8 milhões de hectares, superfície que multiplicada pelo bônus, gera de fato um ressarcimento em produto no valor de R$ 255,3 milhões. 

O acordo prevê ainda que a Monsanto irá repassar em dinheiro o valor de R$ 13,25 milhões às entidades proponentes da ação judicial, que dividirão as cifras para as ações de representação dos produtores. 

“o resultado final da ação é um benefício total aos produtores mato-grossenses de R$ 575 milhões, ou seja, R$ 56 milhões a mais que o valor total reclamado”, destaca trecho da nota. 

O TEXTO - Ainda como destaca a nota, dos R$ 519 milhões reclamados por meio da ação coletiva, R$ 307 milhões foram solucionados em fevereiro deste ano quando houve a suspensão da cobrança dos royalties da soja RR1 para as safras 2012/13 e 2013/14. 

Para ressarcir os R$ 212 milhões de “pagamentos indevidos nas 2010/11 e 2011/12, a Monsanto bonificará os produtores em R$ 18,50 por hectare” para quem assinar o acordo e utilizar “a nova tecnologia de soja da Monsanto pelos próximos quatro anos”. Em outras palavras, mesmo havendo inúmeras vitórias dos produtores no decorrer do processo, eles trocaram a possível indenização – já que não houve decisão de mérito – que poderia levar algum tempo para receber por sementes da nova tecnologia, a Intacta RR2. 

Outro ponto esclarecido na nota é que os preços da nova tecnologia, a Intacta RR2, “fixados anteriormente ao início da disputa judicial, só poderão ser corrigidos conforme a variação da inflação durante o período de quatro anos. 

Como explicou ao Diário o presidente da Famato, Rui Prado, na época em que o entendimento veio a público, mesmo desistindo da ação, a entidade se sentia vitoriosa no processo. “Mesmo contabilizando sucesso no decorrer da ação, não temos certeza de vitória e o acordo nada mais é do que trocar aquilo que poderíamos ganhar daqui a cinco anos, por descontos para utilização da nova tecnologia”. Prado acredita que 99% dos produtores que têm direito de ressarcimento vão aderir à troca pelos descontos. “Mas quem não concordar tem todo o direito de seguir em frente com a ação”. 

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