Biossegurança de transgênicos não é impasse para desenvolvimento do mercado

A produção e comercialização de produtos geneticamente modificados é lenta e tem um elevado custo para os produtores. Desde a produção até a aprovação de comercialização, exportação e importação, por agências governamentais, o processo pode levar até 8 anos, dependendo do marco regulatório de cada país.

Somente após aprovação por agências governamentais é que o produto transgênico é liberado para produção, no entanto, é preciso deste visto tanto no país produtor quanto no importador.

A assincronia entre governos e indústrias globais gera um impasse e retarda a expansão de novas tecnologias.

Segundo Adriana Brondani, diretora do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), questões políticas são as grandes responsáveis por este impasse: “O sistema regulatório e as normas são internacionais. Impedir que os produtos sejam comercializados não é por questão de biossegurança e sim por questões mercadológicas, ideológicas e culturais”.

A especialista também afirmou que questões culturais tem grande influência sobre a não padronização do marco regulatório no mundo, já que alguns países são muito influenciados por suas crenças religiosas.

Para Adriana, o mundo devia seguir o exemplo do Brasil, adotando um regulamento baseado unicamente em fatores técnico-científicos e na garantia da biossegurança.

A diretora afirmou que a regulação de produtos transgênicos é muito exigente e deveria ser revista, especialmente na União Europeia. Se um país o aprova, ele já testou a biossegurança de determinado transgênico, logo a avaliação em outros países deveria ser mais rápida. “Este impasse prejudica muito o comercio e o consumidor”.