Segunda, 23 de Agosto de 2021 - 18h56
Consumo per capita de carne suína cresce no mercado interno, diz ABCS
Desde 2015, proteína registrou avanço superior a 20%, apontam dados da entidade
DATAGRO
O consumo de carne suína per capita aumenta no Brasil pelo segundo trimestre consecutivo, chegando a 17,65 kg nas projeções no 2o. trimestre e 17,58 kg na média semestral, lembrando que o consumo recorde foi atingido em 2020, com 16,9 kg, aponta balanço da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). Ou seja, apesar de problemas de poder aquisitivo da população em geral e das restrições da pandemia de Covid-19, a carne suína tem se mostrado cada vez mais como uma opção para o consumidor brasileiro, que tem aumentado cada vez mais a presença da suína na mesa em 2021.
Este fenômeno do aumento de consumo doméstico (per capita) no primeiro semestre de 2021 foi observado também para as outras proteínas, totalizando uma projeção anual de 93,01 kg per capita, sendo que a carne suína representa 19% deste total.
Enquanto a carne bovina perdeu espaço na mesa do consumidor brasileiro (-6,95%), a carne suína, desde 2015, teve o maior crescimento (+21,48%), bem superior ao do frango (+6,62%). Em números absolutos, o brasileiro passou a consumir 4,12 kg per capita ano a mais de todas as carnes, sendo que reduziu 2 kg de carne bovina e praticamente aumentou as mesmas quantidades de frango e suíno (3,02 kg e 3,11 kg respectivamente).
Para o consultor de mercado da ABCS, Iuri Pinheiro Machado, “este aumento consistente e contínuo do consumo doméstico de carne suína é, sem dúvida, o fato mais positivo do ano até o momento. Pode-se considerar como uma espécie de “território conquistado” ao longo dos últimos anos, fruto do árduo trabalho do setor, encabeçado pela ABCS, em várias frentes: maior produtividade nas granjas (competitividade no preço), busca incessante da qualidade da carne e da apresentação dos cortes e informação aos consumidores e profissionais de saúde quanto à saudabilidade da carne suína, dentre outras ações estruturantes”.
Já falando sobre mercado externo, o mês de julho fechou com 92,84 mil toneladas de carne suína in natura embarcada. No balanço acumulado do ano, de janeiro a julho, quando comparado com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 16 % (+81,9 mil toneladas) no volume de carne suína brasileira in natura embarcada no total e de 22 % para a China (+61,8 mil toneladas). Para os próximos meses á esperado uma redução da diferença em relação ao mesmo período do ano passado, como já vem acontecendo nos últimos 3 meses, projetando-se terminar o ano de 2021 com volumes exportados acima de 10% superior ao de 2020.
Porém, ainda preocupa o baixo preço da carne suína no mercado doméstico chinês, o que pode pressionar a uma possibilidade de barganha de preços de nossa carne, reduzindo as margens de exportação, com risco de redução do ritmo dos embarques. Por outro lado, o câmbio do dólar no Brasil tem se desvalorizado, propiciando maior competitividade para nossas vendas externas. É preciso ficar atento a estes movimentos, pois o mercado doméstico tem se apresentado bastante ofertado e, eventuais reduções nos embarques podem aumentar a oferta interna, pressionando para baixo os preços pagos aos produtores.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, comenta que, “apesar dos preços pagos pelo suíno vivo serem insuficientes para cobrir os elevados custos de produção ao longo da maior parte do ano de 2021, dados preliminares do IBGE demonstram que o consumo doméstico de carne suína continua subindo de forma constante e consistente, conquistando cada vez mais espaço na mesa do consumidor brasileiro. Essa é uma vitória importante que mobiliza ainda mais o setor nas ações de marketing da nossa carne”.
Ele salienta também a chegada da Peste Suína Africana ao continente americano (República Dominicana), que acendeu a luz de alerta no setor que já vinha se mobilizando desde 2018, quando a doença apareceu na China. “Todos os profissionais envolvidos devem se informar sobre as medidas de biosseguridade e orientar suas equipes para reforçar a prevenção. As instituições privadas representativas do setor (incluindo a ABCS) e os órgãos governamentais de defesa e sanidade animal estão se movimentando e implementando ações importantes para evitar que a PSA entre no país, mas é fundamental que cada granja redobre suas barreiras, restringindo acesso de pessoas, controlando a origem de insumos e animais adquiridos, dentre outras”, conclui.
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