Notícias Relacionadas

Newsletter

Quarta, 05 de Fevereiro de 2025 - 16h56

Guerra comercial entre China e Estados Unidos pode favorecer agro brasileiro, analisa FPA

Segundo o colegiado, setor não deve sair ileso de imposições tarifárias americanas, mas pode transformar embates em oportunidades

DATAGRO

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP-PR), disse, em entrevista à imprensa na noite desta terça-feira (4), que as sobretaxas comerciais impostas pelos Estados Unidos à China, bem como a resposta dos chineses aos americanos, podem se converter em oportunidades para o mercado brasileiro. Apesar disso, o deputado admitiu que o Brasil também deve ser alvo da estratégia comercial do presidente americano, Donald Trump, diante da política protecionista do Partido Republicano.

“Sempre foi característica dos republicanos o protecionismo à agropecuária. Temos boa relação com a China e disputamos com os Estados Unidos essa posição de destaque comercial. As barreiras impostas pelos americanos com resposta imediata dos asiáticos pode ser uma oportunidade de ter acesso ao mercado e uma ainda melhor relação com a China”, explicou Lupion.

Quanto aos setores que devem ser mais afetados, o presidente da bancada afirmou que os americanos devem optar por proteger a indústria de etanol de milho, principal fonte energética. De acordo com o parlamentar, o Brasil exportou muito mais milho que os Estados Unidos, já que o país estaria segurando o produto para produzir etanol. Na mesma vertente, a alta produção de suco de laranja por parte dos brasileiros deve ser um problema para o mercado americano.

“Eles têm a preocupação de proteger a indústria de etanol de milho, como principal energia de renováveis por lá, o suco de laranja é um grande problema para eles e nós somos os responsáveis por 80% do suco mundial. Acho que vem algo por aí, porque eles são agressivos na negociação, por isso, acredito que tenhamos alguma imposição de tarifas”, disse.

:: Preços de alimentos

Acerca da alta dos preços dos alimentos, Lupion ressalta que as ações do Governo Federal não têm sido suficientes para contornar a situação e as narrativas criadas depõem, ainda mais, contra as estratégias vindas do Palácio do Planalto. Para ele, o governo gasta muito mais do que arrecada, não está preocupado com os gastos públicos e quer impor ao setor e produtores rurais uma culpa que não lhes compete. 

“Criam narrativas de que a alta de alimentos possui relação com a produção agropecuária do país, mas esse dinheiro não vai para o bolso do produtor, não chega no produtor. Isso é prejuízo porque se vende menos, esfria a economia e aumenta a inflação. A população sente a dor no bolso na hora de fazer as compras e tudo se resume a um ataque direto ao setor que, de fato, abastece o país e é responsável por 30% do PIB”, enfatizou.

:: Vetos e Reforma Tributária

Às vésperas da Sessão do Congresso Nacional que irá analisar os vetos presidenciais, a reforma tributária volta à pauta, já que alguns vetos dizem respeito ao tema. Em especial, a trechos que tratam dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e do Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro).

Segundo Lupion, a regulamentação da reforma foi um momento de intensa articulação e os Fiagros um dos destaques dessas discussões. Para o líder da FPA, jamais foi proposta qualquer taxação aos Fundos nos momentos de negociação e o veto surgiu como uma “surpresa” para o setor.

“Estão tentando se justificar e achar uma resposta para quem está querendo vetar. Se não há vontade do veto, por qual motivo temos que negociar para alterar a legislação? É uma falta de habilidade política de negociação e de modus operandi dentro do Congresso. A liderança do governo, a Casa Civil, o Ministério da Fazenda, ninguém conversa. O desgaste acaba com o governo”, afirmou Lupion.

:: Prioridades da FPA e COP 30

Sobre as prioridades para os próximos dois anos, Lupion salienta que a bancada está atenta desde às questões econômicas até a realidade das invasões de terras país afora, que segundo ele, são orquestradas por movimentos sociais que estão dentro do governo.

“Precisamos buscar soluções para a economia que afetam diretamente produtores rurais e toda a sociedade. Além disso, existem problemas que envolvem direito de propriedade e os movimentos sociais que estão em todas as esferas do governo. Isso sem contar, Plano Safra, Seguro Agrícola, equalização de juros.

O presidente da FPA acrescenta outra preocupação: a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. Ele destaca que o Brasil deve mostrar que é o país das florestas, mas também da produção de alimentos.

“O agro vira o cardápio desses eventos e sempre é atacado. Temos que chegar com boas iniciativas, bons números e mostrar que graças ao setor somos socioambientalmente responsáveis e, ao mesmo tempo, alimentamos dois bilhões de pessoas no mundo”.


Link


Warning: file_get_contents(http://uag.ro/api/addurl/?f=http://www.uagro.com.br/editorias/mercado-agricola/economia/2025/02/05/guerra-comercial-entre-china-e-estados-unidos-pode-favorecer-agro-brasileiro-analisa-fpa.html) [function.file-get-contents]: failed to open stream: HTTP request failed! HTTP/1.1 403 Forbidden in /home/storage/b/bb/56/uagro/source/templates/noticias/leitura.tpl.php on line 176

Compartilhar