Quarta, 03 de Abril de 2013 - 14h06
Preços das commodities já sofrem influência do apagão logístico
"Só a questão da dificuldade de escoamento nos portos já está interferindo nos preços, por exemplo, da saca da soja", destacou Mônika
Agência UDOP de Notícias
O Brasil enfrenta hoje uma espécie de apagão logístico com enormes filas e congestionamentos de caminhões que seguem aos principais portos do país e, igualmente, filas de até 60 dias para o embarque de seus produtos agrícolas em navios com bandeiras de diversas nacionalidades.
Em entrevista para a TV UDOP, a secretária de Agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi destacou que os problemas logísticos enfrentados já atrapalham os preços das principais commodities exportadas pelo País. "Só a questão da dificuldade de escoamento nos portos já está interferindo nos preços, por exemplo, da saca da soja", destacou Mônika.
Segundo a secretária, o apagão logístico vivido atualmente "é um apagão anunciado, praticamente as pessoas já vinham falando disso, como outros apagões também que já foram premeditados por grandes lideranças do setor. Não tenha dúvida que isso pode atrapalhar não só a cana como toda a nossa estrutura de negócios", explica a secretária.
Para solucionar o problema, na visão de Mônika Bergamaschi, seriam necessários investimentos no "planejamento de nação". De acordo com a secretária de Agricultura, lamentavelmente a estrutura toda de modais no Brasil está alicerçada em cima do rodoviário, "que é o mais caro, e o pior. A gente deveria sim, enquanto nação, fazer uma boa reflexão para desenvolver muito mais o modal ferroviário e porque não também trabalhar nossa questão hidroviária, não só com as hidrovias internas, como também navegação de cabotagem", que segundo Mônika, facilitaria o acesso de chegada e saída de produtos por outros portos que temos no País.
Sobre a MP dos Portos, que tramita no Congresso Nacional, Mônika acredita que só sua aprovação não seja suficiente para resolver os problemas, defendendo um planejamento de nação, "isso vale para a questão de modais, para nossa questão energética, para nossa questão de combustíveis, vale para o agronegócio principalmente, de uma maneira geral, porque é o setor mais importante, o que mais emprega, o que mais gera divisa, e sem dúvida nenhuma, no médio e longo prazo, é por aí que o Brasil tem condições de galgar outros patamares e de ocupar o lugar que lhe é de direito", finaliza.
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