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Quarta, 05 de Setembro de 2012 - 18h28

“Armadilhas” da BR-158 no Pará travam logística para os portos do Norte

Pontes em péssimo estado sobre rios e igarapés, ameaças constantes de assaltos e mais de 30 pontos críticos em 192 km de estrada

Universoagro

Não há proteções laterais para o tráfego de veículos em diversas pontes na BR-158. Foto de Ariosto Mesquita

Ariosto Mesquita (*) – de Redenção, Pará

Pontes em péssimo estado sobre rios e igarapés, ameaças constantes de assaltos e mais de 30 pontos críticos em 192 km de estrada. Tudo isso aguarda os caminhoneiros que se aventuram pela BR-158 no trecho de 192 quilômetros entre as cidades de Santana do Araguaia e Redenção, no Pará. A rodovia é a principal via de escoamento da produção agrícola do nordeste do Mato Grosso e do sul paraense rumo aos portos do Norte, como o de São Luiz, no Maranhão.

O trecho é considerado concluído e pavimentado, mas em vários pontos a capa asfáltica foi arrancada por problemas de drenagem e não refeita.  Em vários outros as inúmeras “panelas” exigem arriscadas manobras dos motoristas. Os “balés” de carretas na pista colocam claramente em risco a vida de quem trafega pela região.

A situação caótica da estrada, no sul do Pará, foi constatada na tarde desta quarta-feira (05.09) pelos integrantes do Estradeiro BR-158, expedição organizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) em conjunto com o Movimento Pró-Logística. A iniciativa tem o objetivo de inspecionar as condições das estradas que dão suporte ao escoamento da produção de grãos mato-grossense e de outros estados do Centro-Oeste.

As péssimas condições de trafegabilidade entre Santana do Araguaia e Redenção deixaram preocupado o coordenador da Expedição, Edeon Ferreira. “Se não houver uma rápida e total recuperação da pavimentação da BR-158 podemos esquecer logística para alguns portos do Norte”, afirmou.

Enorme buraco ameaça caminhoneiros na ponte sobre o Rio Inajá, 91 km depois de Santana do Araguaia, rumo à Redenção, no Pará. Foto de Ariosto Mesquita

O que mais lhe impressionou foram as limitadas pontes sobre igarapés e rios, a maioria sem as mínimas condições de segurança, sobretudo as de metal, instaladas, segundo ele, há décadas pelo Exército Brasileiro como medidas paliativas e que hoje servem como se fossem definitivas. Existem enormes buracos no piso de rolamento, sinais claros de deterioração em estruturas e nenhuma proteção para o tráfego de veículos.

“Eu caracterizo isso como crime de lesa pátria. Trata-se de um patrimônio da União. Se é para ser assim é melhor não implantar a rodovia”, desabafa. Ferreira passou pela estrada em novembro do ano passado e garante que as condições estão piorando. “Os buracos aumentaram em quantidade e em tamanho; fica evidente que a estrada está sem manutenção”, diz.

Durante todo o trecho de 192 quilômetros  a expedição não encontrou qualquer viatura de policiamento rodoviário. Conversando com um caminhoneiro, Ferreira ficou sabendo de mais riscos à segurança. “Eles estão trafegando somente durante o dia, pois contam que os assaltos à noite são frequentes. Mesmo assim só na safra 2011/2012 foram escoados pelo trecho 500 mil toneladas de grãos, a maioria da ponta Nordeste do Mato Grosso; isso equivale entre 12 a 15 mil caminhões por safra”, calcula.

Caminhão boiadeiro atravessa lentamente trecho com piso irregular na BR-158. Foto de Ariosto Mesquita

A deterioração deste trecho da BR-158 constará do relatório final e oficial da Aprosoja MT referente a esta expedição de logística. A idéia é informar os problemas e sugerir soluções para os principais pontos de gargalo. No caso deste trecho no sul do Pará, o coordenador  do Estradeiro garante: “boa parte tem de ser totalmente refeita”.

O Estradeiro BR-158 teve início na última segunda-feira e já percorreu em três dias mais de 1.200 km entre Primavera do Leste, MT e Redenção, no sul do Pará. Nesta quinta-feira o grupo de aproximadamente 20 pessoas segue por rodovia até Colinas, no Tocantins – onde inspecionará as condições de transbordo para modal ferroviário.

(*) Participa da expedição Estradeiro BR-158 a convite da Aprosoja MT

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