Governo do Estado de SP busca PPPs para enfrentar problemas logísticos

            Apontada como principal entrave ao desenvolvimento do agronegócio, a logística encarece exportações e retira competitividade do setor. Um levantamento da Associação Brasileira de Exportadores de Cereais (ANEC) mostra que os produtores podem ter um prejuízo de US$ 4 bilhões este ano em razão da situação caótica da logística para a exportação de soja e milho. Esse montante considera as perdas decorrentes das estradas esburacadas, falta de armazéns e burocracia nos portos.

De acordo com Mônika Bergamaschi, Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, estão sendo feitos investimentos significativos para superar este gargalo. “O programa Melhor Caminho já recuperou 11,5 mil quilômetros de estradas rurais e várias pontes metálicas, melhorando o arranjo do interior. Em termos de logística, 14 das 15 melhores estradas do pais estão no Estado. Ainda prescindimos de ferrovias competitivas, muito porque não adianta termos estradas de ferro somente aqui - é preciso integrar com outros estados produtores”.

Segundo ela, projetos maiores como o Ferroanel e a adequação e modernização de ferrovias existentes são custosos, e demandam participação do setor privado para se tornarem realidade. “Ninguém hoje tem bala para fazer tudo sozinho. O desenvolvimento de ferrovias passa não só pela construção do Ferroanel, que estamos lutando para fazer, mas também adequação das ferrovias existentes - há problemas de passagens de nível, bitola, obsolescência de trechos. Para isso sempre estamos buscando PPPs (Parcerias Público-Privadas)”.

Atualmente o Estado de São Paulo possui apenas 3% do território nacional para agricultura, mas é o maior produtor do país em cana de açúcar e derivados, frutas e suco de laranja, 3º maior em café e 4º maior em frango.

A Secretária acrescentou que há bons exemplos de investimentos em logística na iniciativa privada, como o etanol duto em Paulínia. “Estamos incentivando este tipo de investimento e as parcerias com o Governo do Estado”.