Sexta, 23 de Fevereiro de 2024 - 11h00
Estudo da ONU aponta que emissões de veículos pesados aumentaram em 30%
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente afirma que países devem regulamentar veículos usados para reduzir impactos negativos e adotar tecnologias mais limpas
DATAGRO
As exportações de veículos pesados representam apenas 3,6% do comércio automobilístico global, mas suas emissões de CO2 aumentaram mais de 30% desde 2000, com caminhões contribuindo com 80% desse aumento. Este dado foi revelado em relatório publicado nesta quinta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, em Nairobi.
Entre os países lusófonos pesquisados, apenas o Brasil baniu a importação de veículos pesados usados, fazendo parte do seleto grupo de 18 nações que adotaram essa medida entre os 146 estudadas.
:: Brasil aboliu importação de veículos pesados
No ranking sobre regulação nacional, Cabo Verde e Guiné-Bissau estão no grupo avaliado como “bom”. Angola fica entre os 10 cuja regulação foi considerada “fraca”.
Já Moçambique e São Tomé e Príncipe estão entre os mais de 60 países que têm regulação “muito fraca”. No continente africano, Moçambique figura entre os 10 principais importadores de veículos pesados japoneses usados entre 2015 e 2020.
O chefe da Unidade de Mobilidade Sustentável do Pnuma, Rob De Jong, afirma que caminhões e ônibus contribuem para o crescimento econômico em praticamente todo o mundo, mas eles causam grandes impactos ambientais e de saúde.
Assim, ele aponta que são necessárias regulamentações ambiciosas para reduzi-las. A introdução de tecnologias de veículos mais limpas pode ser um importante motor da revolução global rumo a um transporte com baixas emissões ou mesmo com zero emissão de carbono.
:: Cooperação regional para o cumprimento de normas
O relatório, diz o "ONU News", cita a necessidade de uma responsabilidade compartilhada entre os países importadores e exportadores, cooperação regional para o cumprimento de normas, e o desenvolvimento de mais pesquisa.
Políticas nacionais específicas podem incluir uma proibição total de entrada de veículos pesados usados no país, limites de idade para o registro de veículos pesados, tarifas alfandegárias e de registro, e o estabelecimento de padrões de emissão.
Segundo o estudo, se houvesse uma adoção massiva a uma norma para a transição para combustíveis mais limpos, até 700 mil mortes prematuras poderiam ser evitadas até 2030. Atualmente, 97% de todos os novos caminhões e 73% dos ônibus na União Europeia são movidos a diesel.
Assim, as recomendações do relatório incluem impulsionar a adoção de tecnologias avançadas já existentes - incluindo ônibus e caminhões elétricos -, e a uma mobilização pública que ajude a pressionar pela aplicação de regulamentações mais rigorosas.
:: Aumento das atividades econômicas
De acordo com o estudo, o uso de veículos usados pesados deve continuar a crescer consideravelmente devido ao aumento das atividades econômicas e da necessidade de transportar pessoas e mercadorias. Entre 2000 e 2015, por exemplo, segundo o relatório, as vendas globais de caminhões e ônibus duplicaram, confirmando a tendência.
Países em desenvolvimento recorrem à importação de veículos pesados usados para expandir suas frotas, porém, o relatório destaca a falta de regulamentação eficaz sobre sua qualidade, aumentando os impactos negativos, especialmente com modelos antigos, mais poluentes e menos seguros.
Sobre a exportação de veículos pesados usados, o estudo revela que nenhum país possui requisitos mínimos para sua exportação. Outro achado é que as normas em mais de metade dos países importadores são “fracas” ou “muito fracas” e sua aplicação é inadequada.
:: Relatório
Embora 25 países africanos tenham adotado normas de controle da poluição atmosférica, de mitigação das alterações climáticas e de melhoria da segurança rodoviária, apenas quatro implementaram essas normas integralmente. Em todo o mundo, apenas dois países incluíram veículos usados nos seus planos nacionais de ação climática.
O estudo, feito em parceria com a Climate and Clean Air Coalition, fornece pela primeira vez uma visão global sobre a escala e a regulamentação dos veículos pesados, sua contribuição para a poluição atmosférica, acidentes rodoviários, consumo de combustível fóssil e emissões climáticas.
Ele foi baseado em dados de exportação do Japão, da União Europeia e da República da Coreia, que representam juntos cerca de 60% do mercado total de exportação para 146 países predominantemente de baixa e média renda.
O relatório, no entanto, tem limitações, como algumas discrepâncias nas estatísticas comerciais, bem como ausência de dados públicos relevantes dos EUA, que não separam as exportações de veículos novos e usados, e da China, um exportador emergente.
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