Sexta, 26 de Janeiro de 2024 - 09h48
Ações militares no Mar Vermelho afetam transporte de cargas, custos e emissões globais
Análise da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento aponta tendência de vulnerabilidade internacional a tensões geopolíticas e desafios climáticos; especialista aponta situação “dramática” para os custos de envio
DATAGRO
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, disse que atividades militares em curso no Mar Vermelho ditam atrasos no transporte de cargas, aumentam custos e emissões de gases de efeito estufa.
Esta situação é combinada a interrupções que têm sido verificadas nas rotas de navegação de grãos na Ucrânia. No canal do Panamá, o nível baixo das águas fez reduzir o fluxo do comércio marítimo em 36% em relação a um ano.
:: Canal de Suez
Falando a jornalistas, de Genebra, o chefe da Seção de Facilitação do Comércio da Unctad, Jan Hoffmann, diz o "ONU News", lembrou que entre 12% e 15% do comércio global passaram pelo Canal de Suez em 2023. O volume do transporte de contêiners pela ligação ao Mar Vermelho supera os 20% do total internacional.
O impacto da continuação de ataques de combatentes houthis nas embarcações que passam pela via torna a situação “dramática” para os custos de despacho. Um dos exemplos é a subida nas taxas diárias cobradas às embarcações provenientes da cidade chinesa de Shangai em US$ 500, o maior aumento semanal de sempre.
Já os custos relativos ao transporte de Shangai para a Europa mais do que triplicaram. Em relação à costa leste dos Estados Unidos, a alta foi de 162%, no que ilustra o impacto da crise no Mar Vermelho em outras regiões do planeta.
:: Redução de contêineres
Desde novembro, muitas embarcações optam por rotas alternativas passando pela África do Sul. Em 2024, mais de 300 navios porta-contentores, ou mais de 20% da capacidade global, tomaram essa medida.
A diminuição semanal de contêiners passando pela rota do Mar Vermelho chegou a 67% em relação ao ano passado. Na comparação aos 12 meses anteriores, o declínio de carregamento de contêiners foi de 77%.
Já o trânsito de petroleiros reduziu 80%, enquanto os transportadores de gás liquefeito cessaram totalmente as suas atividades. O maior receio destes operadores é que as embarcações sejam atacadas.
:: Menor disponibilidade de grãos
O especialista apontou o impacto da crise no Mar Vermelho na navegação marítima que se reflete na necessidade de pagar por mais dias de viagem, na alta do preço diário de trânsito e na obrigação dos navios acelerarem para compensar o desvio gastando mais combustível.
A agência revela preocupação com a economia com o potencial aumento da inflação, das interrupções prolongadas e dos atrasos em entregas que podem fazer disparar custos em nível global.
Com a alta dos preços de energia teme-se um efeito cascata sobre preços de alimentos que pode agravar ainda mais a situação criada pela redução da disponibilidade de grãos da Europa e da Rússia. Os custos de cerca de metade dos alimentos em 2022 subiram devido ao aumento de taxas de transporte.
A Unctad diz que continua a monitorar especialmente o impacto da situação nos países em desenvolvimento. A agência aponta que estas interrupções sublinham a tendência de vulnerabilidade global às tensões geopolíticas e aos desafios do clima.
Jan Hoffmann declarou que outro motivo de preocupação é a insegurança de marinheiros, no contexto atual em que o transporte marítimo global corresponde a mais de 80% do comércio internacional.
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