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Sexta, 08 de Março de 2013 - 08h58

Conquistando territórios

Como as mulheres abrem espaços em setores considerados machistas, como o sucroenergético

Revista CanaOnline

José Roberto Maia

O lugar da mulher é na cozinha? Também, mas faz tempo que ela conquista outros espaços, com o mesmo talento com que desempenha tarefas domésticas e no cuidado dos filhos.

Mas esse processo tem sido uma batalha para o sexo feminino. Em 2010, elas apenas ocupavam 14% dos cargos de diretoria das 500 maiores empresas brasileiras. Além disso, em pesquisa divulgada em 2012, o salário delas era 28% menor que o dos homens, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mesmo assim, é notória a redução da diferença entre homens e mulheres no mundo do trabalho ao longo das últimas décadas.

Porém, há territórios notadamente machistas, mais resistentes à chegada das mulheres, mas que também têm sido conquistados por elas. O setor sucroenergético é um exemplo. Segundo Beatriz Rossi Resende de Oliveira, gerente Divisão RH na Usina Batatais e da comissão de desenvolvimento do Gerhai (Grupo de Estudos em Recursos Humanos do Agroindústria), hoje já temos muitas mulheres na área operacional, técnica e de pesquisa das usinas, e desempenhando papel de destaque. “O mundo já aprendeu a valorizar isso.”

Guerra dos sexos – Beatriz não faz apologia à luta entre mulheres e homens. “Todos têm seu espaço.” De acordo com ela, a mulher tem características como facilidade de relacionamento, sensibilidade, intuição. Ela consegue alinhar e observar o todo. “São características que lhe são inerentes, e se utilizá-las bem, com o propósito de obter algo maior, tem carreira brilhante.”

“Todos têm seu espaço”, afirma Beatriz

Mas nessa caminhada pelo sucesso, elas precisam se masculinizar? Desenvolver características masculinas? “Estamos num mundo masculino”, reconhece Beatriz. Por isso, segundo ela, se a profissional tiver dificuldade de conversar com colega, que é gestor masculino, de se colocar positivamente, de ser assertiva, não consegue fazer o trabalho ou ser respeitada.

“A mulher tem que ser respeitada não pelo feminino, por ser bonita ou charmosa, mas porque tem competência, porque sabe do que fala, tem seriedade, é elegante, transita em todos os níveis, sem precisar fazer jogo com ninguém, sem fofoca ou ciúmes.” Se a mulher quer ter posicionamentos mais altos na empresa, tem que ter postura séria e discreta. “Não é ser igual o homem, mas ter um misto de racionalidade e sensibilidade ao mesmo tempo.”

Segundo Beatriz, as mulheres que não estão em posição mais estratégica no setor se posicionam no nível operacional, trazendo muito o emocional para o trabalho. “Elas precisam se preparar para relações mais complexas, para um universo de pensamento diferente.”

Competência rompe barreiras

Ela lembra que se trata de um setor ainda muito machista, o que exige delas muita segurança e autoconfiança no dia-a-dia. O machismo está presente tanto no volume (a maioria dos profissionais é homem), quanto no pensamento geral. “Para conquistar respeito nesse setor, tem que ter competência. Uma mulher que tenha competência e gabarito para estar na posição é aceita naturalmente, admirada e reconhecida.” Mas ela reconhece que, para as mulheres, não é uma missão fácil: “se afirmar nesse setor é uma luta diária, é preciso dedicar 24 horas do dia para provar que é competente”.

Isso ela sentiu na pele quando ingressou na Usina Batatais.  “Eu era a única gestora no meio de 25 gestores homens. Pela minha postura respeitosa, competente e séria, devagar conquistei respeito e o meu espaço”, relata Beatriz. Segundo ela, na Usina Batatais, por exemplo, as mulheres estão basicamente na área administrativa, de apoio à indústria, como laboratório, e na limpeza. “O número de mulheres na operação de máquinas é muito pequeno ainda”, sublinha. Mas, com garra, competência e coragem, muitas têm conquistado lugar ao sol, galgando vagas tradicionalmente ocupadas por homens nas usinas de açúcar e etanol.

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