Cooperativas agropecuárias têm que agregar mais valor à produção, diz presidente da OCB
Daqui em diante, agronegócio não pode somente se escorar na conjuntura cambial para se manter competitivo
DATAGRO
As cooperativas agropecuárias precisam investir cada vez mais na agregação de valor dos produtos que fabricam, a fim de se manter competitivas em um cenário de transformações contínuas no comércio doméstico e internacional. A afirmação é do presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas, que participou do Fórum das Cooperativas Agropecuárias, realizado nesta semana [segunda (04) e terça (05)], em São Paulo (SP).
Segundo o dirigente, as cooperativas agropecuárias vêm em um espiral crescente de profissionalização da gestão e capacitação dos cooperados, trabalhando com foco em resultados, com o objetivo de enfrentar mercados que se tornam dia a dia mais desafiadores. Na avaliação do presidente da OCB, o cooperativismo está mais bem preparado em comparação a outros “players” da agropecuária nacional, embora isso, ressalva, certamente não se aplica a todas as cooperativas. “É um processo em curso ainda.”
Esta necessidade pela busca de uma produção que incorpore mais beneficiamento, manufatura e acabamento de produtos agropecuários encontra pressão em números que mostram margens cada vez mais apertadas no mercado puro de commodities. A partir de análise dos balanços das principais empresas do agronegócio, cálculos apresentados pelo diretor da MPrado Associados, Marcelo Prado, mostram que o retorno financeiro com commodities agrícolas para estas companhias se situa entre 1,5% a 2% - não mais que isso -, o que, obviamente também se reflete no lucro para o produtor/cooperado.
Zeina Latif, da corretora XP Investimentos, reforça a tese de que a agregação de valor é o caminho, ao pontuar que o agronegócio é um setor dolarizado, mas que, devido a mudanças que estão ocorrendo na demanda mundial, não pode somente se escorar em um câmbio valorizado [dólar bem apreciado sobre o real] para se manter competitivo. Segundo ela, o mundo apresenta sinais de que cresce menos – especialmente pela desaceleração dos emergentes [exceção da China] -, com o protecionismo tendendo a aumentar. Desta forma, observa Zeina, os resultados financeiros têm que ser a partir de agora mais ancorados em avanços estruturais, via ganhos de “market share”, com mais acordos bilaterais e oferta de melhores produtos, e menos dependentes da conjuntura cambial.
Com base neste raciocínio, José Cícero Aderaldo, vice-presidente da Cocamar, assinala, ainda, que uma cooperativa de sucesso precisa ter escala, baixo custo e eficiência operacional, assim como saber lidar, com inteligência e transparência, com as várias “personas” do cooperado, que é, ao mesmo tempo, cliente, fornecedor, dono e por vezes até concorrente da própria cooperativa a que está vinculado.
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