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Segunda, 28 de Setembro de 2015 - 15h43

Exclusivas uagro

Cooperativas: pilar do desenvolvimento agrícola e da segurança alimentar

Brasil já conta com 11,5 milhões de pessoas cooperadas, entre as quais 161,7 mil são pecuaristas ou agricultores

Exclusiva redação Uagro

A ação das cooperativas agrícolas é um importante mecanismo de garantia da segurança alimentar e redução da pobreza. Essa afirmação pode soar óbvia para alguns, mas ela faz parte do resultado de uma pesquisa recente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e do Programa Mundial de Alimentos (WFP).

Por trás da força do agronegócio brasileiro, está a capacidade das cooperativas em assegurar que pequenos e médios produtores sejam competitivos. A atividade agrícola é permeada por uma complexidade que vai além do círculo de influência dos agricultores. Os empreendedores rurais têm de enfrentar oscilações de mercado, barreiras comerciais, exigências impostas por selos e certificações, bem como deficiências na infraestrutura logística existente. Além disso, nenhuma outra atividade econômica está tão suscetível aos imprevisíveis e incontroláveis fatores climáticos como a agricultura.

No Brasil, cooperativas representam 50% do PIB agrícola

No Brasil, o cooperativismo agropecuário tem participação ativa na economia brasileira, sendo responsável por quase 50% do PIB agrícola e envolvendo mais 1 milhão de pessoas. Dentre todos os ramos de atuação – habitacional, educacional, saúde, transporte –, o agropecuário desponta como um dos destaques, com 1.597 instituições e 161,7 mil produtores cooperados.

Os benefícios vão além da aquisição de fertilizantes, defensivos, equipamentos e demais produtos e serviços, resultando em economia expressiva no decorrer de um ano. É no momento de venda da produção que os produtores que aderem às cooperativas agrícolas descobrem as vantagens de atuar coletivamente.  Sem contar o poder de reduzir custos com armazenamento e transporte.

Vale ressaltar, entretanto, que a finalidade desse sistema produtivo não se restringe às operações comerciais. “Cooperativismo é um modelo socioeconômico com referenciais de participação democrática, solidariedade, independência e autonomia. Por sua natureza e particularidades, visa às necessidades do grupo e não somente ao lucro, aliando o economicamente viável ao ecologicamente correto e ao socialmente justo”, explica Márcio Lopes de Freitas, presidente do sistema OCB. “O objetivo final é promover, simultaneamente, o desenvolvimento econômico e o bem-estar social de todos”, complementa.

Ao tratar da gestão da cooperativa, o presidente destaca a igualdade de importância dos associados, independentemente do tamanho da propriedade ou volume de produção. “Cada pessoa representa um voto. As decisões são tomadas coletivamente e os resultados obtidos são distribuídos de forma justa e igualitária, na proporção de sua participação na cooperativa”, assegura.

Pujança em tempos de crise

O Brasil enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história. Mas a crise não tem a mesma dimensão em todas as regiões. Nas cidades em que o agro é carro-chefe, os bons resultados das lavouras e o crescimento das exportações da agroindústria tornam a crise bem menos amarga do que nos grandes centros urbanos. Prova disso é o resultado do PIB. No primeiro semestre deste ano, o PIB agropecuário cresceu 3% em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto o PIB total registrou queda de 2,1%.

As exportações feitas por cooperativas agropecuárias no primeiro semestre cresceram 4,22% na comparação com o mesmo período de 2014, somando US$ 2,79 bilhões. Em 2014, o total exportado foi US$ 2,68 bilhões. Segundo dados da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), a China foi o principal mercado, sendo que 69% do valor exportado (US$ 528,7 milhões) correspondem à soja, seguida pela carne de frango (congelada, fresca ou refrigerada, incluindo miúdos), com 22,9%. Também foram mercados relevantes no período Alemanha (US$ 224,2 milhões), Estados Unidos (US$ 219,1 milhões) e Emirados Árabes (US$ 194,7 milhões). Ainda conforme a OCB, o Paraná respondeu por 33,6% das exportações, ou US$ 940,8 milhões, e São Paulo, por 21,3%, ou US$ 596,9 milhões.

Uma das maiores cooperativas paranaenses, a Cocamar está ampliando a sua atuação no estado de São Paulo. Com estrutura de atendimento nas cidades de Presidente Prudente e Iepê, a cooperativa prepara a abertura de duas novas unidades, em Palmital e Piraju, todas na região oeste.

A ida para os estados vizinhos – há outra frente no sudoeste do Mato Grosso do Sul, onde já está em Nova Andradina e Ivinhema - , faz parte da estratégia da cooperativa para continuar crescendo. O objetivo, conforme define o seu planejamento estratégico, é chegar em 2020 com o dobro do faturamento previsto para 2015, de R$ 3,1 bilhões.

A Cocamar possui 15,4 mil produtores associados e uma rede de 60 unidades, a maioria nas regiões noroeste e norte do Paraná. O interesse da cooperativa, no entretanto, não se resume apenas em aproveitar oportunidades para expandir. “Temos compromisso com o desenvolvimento econômico das regiões”, aponta o presidente do Conselho de Administração, Luiz Lourenço.

Para Márcio de Freitas, o cooperativismo tem contribuído para o desenvolvimento econômico e social do país e tem potencial para crescer mais. “Para tanto, é fundamental que o poder público compreenda melhor o seu funcionamento, consolidando ações efetivas para fortalecer este movimento que hoje é responsável pela inclusão de milhões de brasileiros.”

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