MULHERES COMPROMETIDAS COM O COOPERATIVISMO

Mais de 740 mulheres de todo o Estado representaram cooperativas de diversos ramos, demonstrando que a participação delas tem papel fundamental no desenvolvimento do associativismo. O evento foi promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), com apoio da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc).  

Segundo o presidente da Ocesc/Sescoop, Marcos Antonio Zordan,  da mesma forma que a ONU reconheceu 2012 como o ano internacional do cooperativismo, o sistema cooperativista catarinense está fazendo a sua parte para manter em desenvolvimento um modelo que já é reconhecido como exemplo nacional. “A mulher vem aproveitando cada vez mais seu papel  participando das decisões tanto em casa como na cooperativa e na sociedade. Este encontro é um momento para reconhecer e estimular ainda mais a presença feminina na gestão cooperativista”, destacou.

O evento, supervisionado pela coordenadora de promoção social do Sescoop, Patrícia Gonçalves de Souza, teve como tema “O papel contemporâneo da mulher nas cooperativas e na sociedade”. A programação incluiu solenidade de abertura oficial com a presença de autoridades políticas e cooperativistas, palestras e apresentação de case da Cooperja de Jacinto Machado, intercalados com espetáculos e dinâmicas conduzidas pelo Grupo Duavesso Cia do Teatro, de Chapecó. 

AS COOPERATIVAS CONSTROEM UM MUNDO MELHOR

A primeira palestra foi marcada por uma apresentação descontraída conduzida pelo especialista nas áreas de motivação, cooperativismo, empreendedorismo, recursos humanos, qualidade na educação, vendas e atendimento ao cliente, Fabiano Brum. Com o auxilio dos acordes de seu violão,  o palestrante demonstrou habilidade em realizar analogias entre temas musicais com o mundo dos negócios.

De forma dinâmica, motivadora e participativa, Brum abordou  o tema “As cooperativas constroem um mundo melhor”, destacando que cada pessoa pode ao mesmo tempo ser aluno e professor. “É possível ser aluno daqueles que possuem determinados conhecimentos e habilidades e professor daqueles que necessitam de seus conhecimentos e habilidades”, ressaltou.

O palestrante também enfatizou a importância de ter princípios, já  que são deles que partem as opiniões, pensamentos e ações.  Esses princípios devem estar baseados em fatores como educação, treinamento e informação; gestão democrática, autonomia e independência; cooperação entre as cooperativas; interesse pela comunidade; entre outros.

Segundo Brum, a participação feminina é uma conquista muito valiosa, não somente para elas, mas para o próprio cooperativismo. “A mulher simboliza, na prática, um dos princípios cooperativistas: o da igualdade”.  

O OLHAR FEMININO E O SISTEMA COOPERATIVO

“O olhar feminino e o sistema cooperativo” foi o  tema da palestra da presidente da Cooperativa Educacional Magna (CEM) e vice-presidente da Ocesc, professoraElizeth Pelegrini.

A dirigente apresentou um breve histórico da mulher na sociedade, relatando os desafios e as conquistas que vêm aumentando a cada ano. Ela lembrou que foi através da observação das mulheres que começou a produção  em grande escala. Nesse período, formado por uma sociedade agrícola, havia divisão sexual do trabalho e, posteriormente, com a revolução industrial, a mulher entrou para o mercado de trabalho, o que marcou o início de uma guerra entre os dois gêneros. Em 1988 foi instituído, no artigo 5 da Constituição Federal, que os direitos são iguais. “Hoje, além de termos uma mulher na  presidência da república, elegemos 22 prefeitas, o que representa mais de 11% dos gestores públicos eleitos em 2012”, exemplificou.

Elizeth também ressaltou a importância das características femininas para a sustentabilidade do cooperativismo. Segundo ela, a mulher ou esposa virtuosa é competente, dirigente, honrada e de bem. “O sistema cooperativo necessita dessas características para dar sustentabilidade às cooperativas. Se não abrirmos os olhos e não fizermos mudança promovendo a inserção das mulheres talvez as cooperativas não sejam tão longas”, ressaltou.

Para finalizar, Elizeth convidou as cooperativistas para um novo desafio:  ingressar no conselho de administração do sistema cooperativo. “Gostaria que mais mulheres trouxessem suas habilidades femininas de gestão em prol do cooperativismo. Temos 740 mulheres virtuosas aqui e o sistema está sedento de vocês”, instigou. 

COOPERATIVAS COMO MODELO DE GESTÃO SUSTENTÁVEL

O engenheiro mecânico, doutor em gestão, fundador e sócio da Axia Sustentabilidade, Mário Henrique de Lima, abordou o tema “Cooperativas como modelo de gestão sustentável”.  Mas afinal, o que é sustentabilidade? Na visão do palestrante, desenvolvimento sustentável é garantir que as próximas gerações tenham a mesma qualidade de vida que temos hoje. 

A sustentabilidade, segundo o palestrante, está sendo vista como um novo propósito. “Independente do que você realiza, existe algo que te move -  um propósito -  e algo que te ajuda a chegar lá -  um recurso. O propósito é a resposta a necessidades e os recursos são a reputação, o relacionamento, competência, caixa e patrimônio. A utilização dos recursos é garantir prosperidade para as futuras gerações”,  disse.

O segredo da prosperidade, segundo o palestrante, é que os recursos devem estar sempre em movimento e a serviço do propósito do negócio. A melhor maneira de ter para sempre é compartilhar, e as cooperativas têm muito a ensinar às demais organizações.

VENCENDO OS DESAFIOS E CONSTRUINDO O FUTURO

O evento encerrou com público aplaudindo em pé o palestrante  Eduardo Shinyashiki que abordou o tema “Vencendo desafios e construindo o futuro”. Reconhecido pela trajetória acadêmica dedicada ao estudo e à pesquisa dos aspectos emocionais, mentais e físicos do ser humano, Shinyashiki prendeu a atenção dos participantes ao abordar aspectos comuns às pessoas vencedoras e que alcançaram o sucesso.

Ele demonstrou de forma interativa que é necessário saber lidar com os obstáculos de maneira confiante, eficaz e realizadora, mantendo o foco e a direção. “O tempo todo é uma escolha e, quando a gente acha que encontrou todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”, ressaltou.

Destacou, ainda, que não importa a origem das pessoas, mas sim, onde querem chegar. Também ressaltou a importância da comunicação nesse processo. “Toda atitude é comunicação e as pessoas nos seguirão não pelas palavras que falamos e sim pela maneira que nos expressamos”, finalizou.