Montadoras investem em novas tecnologias no combate às mudanças climáticas
Otimização dos motores a combustão interna movidos a etanol pode colocar Brasil na dianteira global em termos de estratégia integrada nas áreas energética
DATAGRO
Novas tecnologias automotivas prometem reduzir drasticamente a emissão de gases do efeito estufa (GEE), avaliado em gramas de CO2 equivalente por quilometro. Segundo avaliações da AEA, Associação Brasileira de Engenharia automotiva, o veículo equipado com motor de combustão interna (MCI) quando utiliza gasolina emite em média 166 g CO2/km.
O estudo da AEA avaliou a emissão de gases do efeito estufa, em gramas de CO2 equivalente por km, e o consumo energético, em MJ por km, para combinações de gasolina ou etanol com alternativas de motorização. Esta avaliação mostra que, quando considerado o conceito poço-à-roda, os veículos flex em uso no Brasil equipados com motores de combustão interna quando utilizam etanol apresentam emissões até menores do que os veículos elétricos em uso no mercado europeu, tanto na atualidade, quanto os projetados até 2030 ou 2040.
A otimização dos motores a combustão interna movidos a etanol com o uso, por exemplo, de tecnologias como a biela variável, a introdução do híbrido flex, e da célula a combustível movida a etanol, poderá colocar o Brasil na dianteira global em termos de estratégia integrada nas áreas energética, e de desenvolvimento e valorização do setor agroindustrial, em atendimento a objetivos da Política Ambiental.
E isso já começa a acontecer. Esta semana, o presidente da Toyota para a América Latina, Steve St. Angelo, confirmou que pretende lançar no Brasil o primeiro carro híbrido flex, capaz de usar gasolina ou etanol. Não foi anunciado ainda qual o modelo irá equipar essa tecnologia, mas todas as apostas caminham na direção de que será o Corolla. Atualmente, a Toyota já vende um veículo híbrido (Prius), importado, mas que usa somente gasolina. A Ford também possui um veículo híbrido a gasolina, o Fusion.
Outra montadora, a NISSAN, anunciou que está pesquisando o sistema de célula a combustível que pode utilizar etanol até 2020. Em 16 e 17 de outubro de 2016, durante a sua 16ª. Conferencia Internacional de Açúcar e Etanol, a DATAGRO expôs o protótipo da NISSAN de veículo equipado com célula a combustível movido a etanol, e contou com a palestra do engenheiro Haruhito Mori, Diretor, EV System Laboratory, Nissan Research Center, da Nissan Motor Corporation, em Atsughi, no Japão. O protótipo foi posteriormente levado a Brasília, para apresentação ao Presidente Temer, no lançamento do programa RenovaBio, em 13 de dezembro de 2017.
Estes anúncios indicam a disposição de montadoras instaladas no Brasil aproveitarem a distribuição de etanol de baixa pegada de carbono, produzida a partir da cana-de-açúcar.
Segundo o estudo da AEA, nos dias atuais, enquanto o motor de combustão interna a gasolina emite 166 g CO2e/km, e o veículo com motor de combustão interna flex utilizando etanol emite 45 g CO2e/km, o híbrido flex usando etanol emite 23 g CO2e/km, e a célula a combustível emite 11 g CO2e/km. Até 2030, a AEA estima que a tecnologia irá evoluir para que o motor de combustão interna a gasolina emita 135 g CO2e/km, o veículo com motor de combustão interna flex utilizando etanol emita 20 g CO2e/km, o híbrido flex usando etanol emita 20 g CO2e/km.
O veículo elétrico a bateria usando energia 100% renovável teria uma emissão de 13 g CO2e/km atualmente, e poderá chegar a 10 g CO2e/km até 2030. O problema é como gerar e distribuir eletricidade 100% renovável. Na Europa, considerando a matriz de eletricidade disponível, o veículo elétrico a bateria emite atualmente 139 g CO2e/km, e até 2030 poderá chegar a 82 g CO2e/km.
Com veículos híbridos flex e movidos a células a combustível capazes de utilizar etanol, o Brasil poderá sair na dianteira da tecnologia limpa para atender os objetivos do Acordo do Clima.
O veículo com motor de combustão interna flex atualmente disponível no Brasil, utilizando o mix médio de gasolina e etanol disponibilizado no Brasil apresenta emissão de 129, e poderá chegar a 80 até 2030. O híbrido flex médio gasolina-etanol terá uma emissão muito mais baixa ainda. Isso poderá dar longevidade para o uso de combustíveis líquidos fósseis, dos quais o Brasil deverá ser crescente produtor. Portanto, o etanol e o biodiesel continuarão sendo aliados importantes da gasolina e do diesel no Brasil, com resultados bem melhores do que os obtidos com outras tecnologias no exterior.
Na 17ª. Conferencia da DATAGRO sobre Açúcar e Etanol , a ser realizada nos dias 6 e 7 de novembro próximos, este será um tema central de avaliação, pelo impacto positivo que poderá trazer para o mercado de combustíveis, e pela possibilidade que isso representa para a capacidade do País atingir os seus compromissos com o Acordo do Clima.
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