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Terça, 11 de Fevereiro de 2014 - 14h30

Realidade do setor sucroenergético domina encontro de empresários com Lula em Ribeirão Preto

Governo foi duramente criticado por conta da adoção de políticas públicas consideradas pouco eficientes para o setor

UNICA

Os desafios que vem sendo enfrentados nos últimos anos pelo setor sucroenergético, ligados principalmente a políticas públicas adotadas pelo governo federal, dominaram um jantar que reuniu mais de 200 lideranças do agronegócio e teve como convidado principal o ex-presidente Lula, na sexta-feira (07/02) em Ribeirão Preto.

Na abertura do encontro foram citados uma série de dados que demonstram as dificuldades enfrentadas pelo setor em função de medidas governamentais negativas, ou, em outros casos, a ausência de políticas públicas adequadas. “São 44 usinas fechadas nas últimas cinco safras, com outras 12 usinas que talvez não cheguem a processar cana na safra 2014/2015. Foram perdidos mais de 30 mil postos de trabalho na indústria de cana-de-açúcar e outros 50 mil na indústria de bens de capital fornecedora do setor,” afirmou Elizabeth Farina, presidente da ÚNICA, dirigindo-se a Lula e ao ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao governo paulista pelo PT, Alexandre Padilha, presentes no evento.

Farina concluiu o discurso afirmando que o setor sucroenergético “não sobrevive da forma como está”.

O ex-ministro da Agricultura, Gustavo Junqueira, também presente no evento, criticou duramente a atuação do governo e afirmou que "só a agricultura pode melhorar a balança comercial brasileira. O governo federal agride o agronegócio”.

Um documento de duas páginas resumindo a situação do setor foi entregue a Lula e Padilha. O texto aponta medidas emergenciais, de curto prazo, seguidas de uma série de ações de maior abrangência sugeridas pelo setor para alterar o quadro.

A presidente da UNICA também expressou sua preocupação em relação ao futuro das diversas tecnologias descobertas para substituição das fontes de energia existentes. Farina pontuou que na atual situação o país “caminha a passos largos para extinguir a mais bem sucedida iniciativa do mundo para a substituição em larga escala de combustíveis fósseis por uma opção limpa e renovável”.

Lula procurou diminuir o tom das críticas ao governo, disse que a crise é passageira e declarou que "nunca na história um presidente tratou o setor sucroalcooleiro com tanto respeito" como ele. O ex-presidente admitiu que há equívocos que devem ser corrigidos, apesar de não ter especificado quais, e disse que Dilma Rousseff quer fazer mais pelo setor, "mas a burocracia atrapalha".

Já Padilha afirmou que São Paulo precisa assumir papel de liderança para definir políticas para o agronegócio, inclusive com a defesa da proposta de aumento do percentual do etanol na gasolina. Ele também propôs aumentar investimentos em infraestrutura, com a ampliação do transporte de cargas por hidrovias e ferrovias. "Vamos construir o compromisso de que o governo do PT, no comando de São Paulo, vai assumir uma postura de defesa desse setor," disse o pré-candidato. "Temos potencial de crescer e de ter ganhos de produtividade".

O encontro foi promovido pelo empresário Maurílio Biagi, recém filiado ao PR e um dos principais nomes cotados para assumir a vaga de vice na chapa de Padilha.

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