Usinas não tiveram aumento real para repassar aos trabalhadores

Luciana Paiva

Impasse marca as negociações salariais entre os trabalhadores e representante das unidades sucroenergéticas. A categoria pede, entre outros pontos, um reajuste salarial de 7,16% acrescido de um aumento real de 5%. A data-base da categoria é 1º de maio. Mas os representantes das usinas alegam ser impossível cumprir a exigência desses 5% de aumento real, uma vez que o setor vive período de preços baixos, menor faturamento e seus produtos não tiveram aumento real.

Frente ao impasse, os sindicalistas planejam realizar movimentos com trabalhadores nos portões das empresas, para chamar a atenção para as reivindicações. Também ameaçam deflagrar greve por tempo indeterminado, a partir de segunda-feira, 27, caso as reivindicações não sejam atendidas.

Erotides Gil Bosshard, coordenador da Comissão de Relações Trabalhistas do Grupo de Estudos em Recursos Humanos da Agroindústria (Gerhai), disse que as negociações continuam e aconselhou os representantes das usinas a conversarem com seus funcionários, deixá-los a par sobre a situação da empresa, apresentar os números de mercado que comprovam que não houve aumento real nos produtos da cana, qual é o custo da produção e qual o valor de venda do etanol, açúcar e energia. Segundo ele, é fundamental envolver os trabalhadores nessa negociação, eles precisam conhecer a realidade econômica do setor e da empresa que trabalham.