Sexta, 15 de Março de 2013 - 11h27
BNDES comprova a crise nos investimentos do setor sucroalcooleiro
Além do alto nível de endividamento de algumas empresas, o momento é de contenção e redução da alavancagem,
NovaCana
Poucas instituições no Brasil estão tão bem posicionadas para saber com propriedade para onde as empresas estão direcionando seus investimentos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) certamente está entre elas. Os técnicos do banco aproveitaram a posição privilegiada que a empresa pública possui para fazer uma ampla pesquisa sobre o assunto. E o setor sucroalcooleiro foi um dos destaques, porém não da forma como o setor produtivo gostaria.
A pesquisa do BNDES, publicada no início do mês, comprovou o que o setor de etanol já vem alertando há tempos. Mantendo-se o cenário atual, os próximos quatro anos devem ser de investimentos mínimos por parte do setor sucroalcooleiro. Enquanto o quadriênio 2008-2011 marcou um período de grandes aportes do setor, com um volume financeiro aplicado de R$ 47 bilhões, o ano de 2013 abre um quadriênio de muita cautela, com drástica redução nos valores. Segundo a pesquisa, as perspectivas indicam que apenas R$ 5 bilhões serão investidos entre 2013 e 2016. O recuo equivale a 90,2% na comparação entre os períodos e está na contramão da expectativa de aportes da maioria dos segmentos revelados pelo banco.
O panorama geral mostra que este quadriênio terá um balanço favorável em 29% no volume investido pelas diferentes áreas, passando de R$ 2,951 trilhões para R$ 3,807 trilhões. "Espera-se um crescimento de quase 30% em comparação ao quadriênio 2008-2011", diz o relatório. De fato, entre os 19 setores de indústria e infraestrutura que tiveram as projeções especificadas, apenas três registram expectativa de menor investimento e, mesmo assim, a indústria de etanol é que mais perde percentualmente. Nos setores de extração mineral e de siderurgia, que também devem vivenciar um encolhimento dos valores, a redução estimada é de -15,1% e -21,4%, respectivamente.
As baixas seriam explicadas pela desaceleração dos segmentos após períodos de forte investimento. Em relação ao setor sucroenergético o mapeamento feito pelo BNDES não localizou projetos significativos. Além do alto nível de endividamento de algumas empresas, o momento é de contenção e redução da alavancagem, conforme diagnosticou a instituição bancária. A respeito dos dados, é notável que boa parte do forte investimento do período anterior foi viabilizado pelo próprio BNDES, que no quadriênio 2008-2011 desembolsou R$ 29,1 bilhões em financiamentos para o setor, o que significa 61,9% do total aplicado.
A variável pré-sal
Outro comprovação presente na pesquisa do BNDES é justamente uma que o governo não se sente muito a vontade em conversar. A polêmica de que o pré-sal faria o interesse pelos biocombustíveis diminuir na esplanada dos ministérios, ganhou reforço com o resultado dessa pesquisa do BNDES.
A indústria de petróleo e gás deverá ter um salto de 46,8% em investimentos. No quadriênio 2008-2011 foram aplicados R$ 276 bilhões, a partir deste ano devem alcançar nada menos que R$ 405 bilhões, boa parte na estatal Petrobras. "Do valor a ser investido pelo setor, destacam-se os recursos destinados ao desenvolvimento da produção no pré-sal e à construção de sondas de perfuração em estaleiros nacionais", detalha o próprio BNDES. A área é apontada como um dos destaques, "responsável por 11% do total do levantamento, bem como infraestrutura e serviços de transporte, que puxam o ritmo de crescimento do investimento".
O cenário não considerado pelo BNDES
A pesquisa levantou apenas as perspectivas de investimentos atuais e, portanto, não considera mudanças de políticas públicas ou situações que destravarão os investimentos. Para o setor sucroalcooleiro a perspectiva mais promissora é um pacote de incentivos ao etanol que estaria praticamente concluído dentro dos ministérios. O principal item conhecido até agora seria a redução no PIS/Cofins. Isto logo após o reajuste no preço da gasolina e o anúncio do retorno da mistura de etanol para o patamar de 25%. Medidas importantes que estavam sendo ansiosamente aguardadas pelo mercado. Além disso tivemos uma recente declaração pública da Presidente Dilma Rousseff valorizado o papel do etanol.
No entanto, diversos representantes do setor já afirmaram que as medidas adotadas até agora e esta redução de PIS/Cofins não serão suficientes para que o Brasil vivencie um novo ciclo de investimentos na cana-de-açúcar.
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