O setor sucroenergético pode se espelhar no Corinthians

Luciana Paiva

Quando o negócio é futebol, os executivos do setor sucroenergético não são muito diferentes dos milhões de brasileiros. Alguns dizem que não ligam muito, mas em compensação, outros se declaram “loucos, doentes e roxos”, por seus clubes de futebol.

Entre os torcedores mais apaixonados, é claro, que a maioria deles torce para o Corinthians. Entre eles estão Alexandre Ruette Aspásio e seu avô Antônio Ruette, presidente do Grupo Ruette, que são um bom exemplo de que a “loucura” pelo Corinthians é hereditária. Alexandre que é sócio-torcedor do Timão, daqueles que não perde os jogos e acompanha a Fiel Torcida, conta que seu avô é: “corintianaço com direito a me levar ao Morumbi quando eu tinha 10 anos para ver a final contra o São Paulo, na conquista de nosso primeiro titulo brasileiro, com 120 mil pessoas no morumba”

Onório Kitayama, especialista em bioeletricidade, também integra o “bando de loucos”, tem até camisa do Corinthians com seu nome nas costas e ostenta o número 9. Na ausência do Guerrero, o Tite já tem quem colocar no lugar

José Pilon, presidente da J.Pilon Açúcar e Álcool, representa o Timão no Conselho da União da Agroindústria Canavieira (Unica) e se o ano não foi o melhor para a agroindústria canavieira, Pilon não tem o que reclamar do Timão, pois só deu alegrias à sua torcida, foi campeão invicto da Libertadores da América e sagrou-se bicampeonato mundial de futebol contra o Chelsea, da Inglaterra.

Sonho realizado – Antonio César Salibe, presidente-executivo da União dos Produtores de Bioenergia (UDOP),é outro “louco” confesso pelo Corinthians. Após o título mundial Salibe diz que com ele está tudo maravilhoso. “Melhor impossível. Sentindo-me como em um sonho realizado. O que poderia ser melhor que o Timão ser campeão Brasileiro de um ano, da Libertadores do ano seguinte e ainda campeão Mundial interclubes no Japão???”, pergunta.

Sobre o estigma de que ser corintiano é ser sofredor, Salibe salienta que não tem sofrido muito, pois a experiência acumulada de vida mostra que hoje no futebol o dinheiro fala mais alto que a camisa. “Mas esse grupo atual do Corinthians, talvez motivado pela torcida, colocou a camisa acima do dinheiro, e isso deu uma grande confiança ao torcedor”, observa.

Perguntando se a alegria com as conquistas do Timão ameniza a preocupação com o momento complicado do setor sucroenergético, Salibe responde: “Paixão, paixão, razão a parte. Temos que vibrar com as conquistas da paixão, mas temos que ter os pés no chão para saber que estamos passando um momento difícil do setor e que precisamos de atitudes concretas do governo para saírmos dessa crise.”

Para 2013, Salibe deseja ao Timão “mais conquistas de garra como essa que foi vencer o melhor time da Europa e ainda um dos que tem maior investimento. Essa conquista mostrou a força da garra perante a grana...” diz do Presidente-executivo da Udop. Em sua visão, em 2013, a vida não será mole para o Corinthians, porque todos vão querer ganhar do campeão do Mundo. “Vencer o Corinthians vai ser mais importante que ganhar um campeonato”, afirma.

Para o setor sucroenergético, Salibe espera que os profissionais acreditem que tecnologia é importantíssima para aumento de produtividade tanto agrícola como industrial. “E que não precisemos do Pedro Bial ("use protetor solar"), para que eles acreditem que viveiro de mudas é fundamental para aumento de produtividade”, diz Salibe que espera ainda que o governo acredite de uma vez por todas que o etanol traz muitos empregos, não exporta divisas, é uma energia sustentável e não contamina as grandes cidades com poluentes aumentando os problemas de saúde da população. E acreditando nisso construa uma política de sustentabilidade para o setor, propiciando que novos investimentos sejam feitos pelos empresários e o setor volte a crescer.

O exemplo a ser seguido – Dib Nunes Jr., presidente do Grupo IDEA, outro fiel corintiano, aproveitou a conquista do Timão para fazer uma analogia com o setor sucroenergético. Segundo Dib, o Corinthians e a sua torcida são exemplos a serem seguidos. A sua equipe de profissionais planejou cada detalhe para conquista deste titulo, há dois anos que vem fazendo ajustes e melhorias (contínuas). O Corinthians no segundo turno do campeonato brasileiro foi um grupo comprometido com resultados e pela busca progressiva de avanços táticos (administração e tecnologias). Ficou em quinto lugar apesar da campanha ruim do primeiro turno. Sua diretoria traçoumetas que foram gradativamente cumpridas, priorizando cada etapa do Campeonato (processo produtivo). Apesar de tropeços a equipe foi se ajustando e cada um foi buscando cumprir fielmente seu papel. No final o resultado surgiu mesmo enfrentando grandes dificuldades (o mercado) e um adversário mais forte (governo brasileiro).

A sua torcida, (colaboradores e fornecedores) observou Dib, também cumpriu seu papel agindo como verdadeiros brasileiros que não desistem nunca. Viajaram ao outro lado do mundo (andaram por todo lado em busca de resultados e soluções) para acompanhar sua equipe sem estrelas (com humildade e sem os doutores sabe tudo), mas altamente comprometida com seu papel.Todos apoiaram o tempo todo, sem desanimar nem um momento frente a adversidades (preços ruins do etanol, custos de produção em alta).

“Esperamos que os canavieiros formados por legiões de corintianos, palmeirenses, são paulinos e santistas, entre outros, tenham visto como se faz para obter sucesso mesmo em circunstancias difíceis. Salve o poderoso timão, que desta vez não foi só bicampeão foi também o nosso professor.”, ressalta Dib complementando que está muito feliz e quer continuar cumprindo seu papel, lutando sempre, buscando melhorias e ensinamentos a cada dia. “Para continuar junto com toda nossa galera, no topo, onde finalmente conseguimos chegar. Corinthians além de ser nosso exemplo de luta e perseverança, é antes de tudo uma nação de vencedores”, conclui.

VAI CORINTHIANS!!!