“O setor sucroenergéitico está mais vivo do que nunca"
Consultor Plínio Nastari exalta a capacidade que o setor tem de se reinventar
Universoagro
José Roberto Maia
Na 12ª Conferência Internacional Datagro de Açúcar e Etanol, em São Paulo, promovida nos dias 15 e 16 de outubro, o presidente da Datagro, Plínio Nastari, foi enfático ao dizer que está equivocado quem acredita que o mercado sucroenergético está em declínio. Segundo ele, essa visão não passa de um mito, assim como acreditar que os produtores não tiveram foco em produtividade ou que o Brasil não deveria importar etanol.
“Essa indústria está mesmo em estagnação ou para onde está indo?”, indagou Nastari. “Com o etanol de cana, o Brasil atingiu um marco inigualável na substituição da gasolina por combustível limpo e renovável. Em 2010, o País chegou a substituir com etanol 44,6% do combustível de ciclo Otto. Já os EUA estão em 9,5% e a União Europeia, em 3,4%”, disse. Ele lembra que em 2012 esse consumo por etanol caiu no País (de 44,5% para 33% do combustível de ciclo Otto). Mesmo com essa queda, o Brasil é mais do que o dobro em relação à meta mais avançada de substituição da gasolina por combustíveis limpos, que é a meta dos EUA.
Segundo ele, não se pode dizer que o etanol no País está perdendo importância. Para perceber isso, basta analisar os números. “Desde 2003, a moagem de cana passou de 358 milhões de toneladas de cana para 573 milhões de toneladas de moagem estimada." Além disso, a produção de etanol cresceu 40 vezes e de açúcar, 5 vezes, entre 1975 e 2012.” Além disso, desde 2003, a produção de etanol cresceu 52% e de açúcar cresceu 43%.
Para Nastari, o setor sucroenergético passa por uma fase de transformação. Se por um lado afirma-se que a cadeia passa por um período de crise, o consultor foi enfático: “o setor está mais vivo do que nunca, com total capacidade de se reinventar”.
“O etanol não está em declínio. O que ocorre na nossa visão é que o setor está em transformação. O plantio e a colheita está passando de manual para mecanizado, o que traz perdas que não existia anteriormente, a mão de obra que precisa ser treinada, os solos precisam ser melhor preparados.” Essas mudanças fazem parte desse momento que o setor atravessa.
A esse cenário, deve-se acrescentar a alta de custos para a produção de açúcar e etanol, a queda de produtividade agrícola e a condução da política de combustíveis no País. “O preço da gasolina no Brasil, se comparado com o preço internacional, está 20% abaixo da referência internacional hoje”, disse Nastari. Além disso, segundo o presidente da Datagro, o setor de combustíveis do país precisa de planejamento antecipado.
IMPORTÂNCIA PARA AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS - O que ajuda a mostrar a força do setor sucroenergético brasileiro, mesmo em tempos de crise, basta analisar a importância do que as usinas brasileiras embarcam na pauta de comércio global. Segundo Nastari, o Brasil ocupa as seguintes posições no cenário mundial:
- Primeiro produtor de cana-de-açúcar;
- Maior exportador de açúcar;
- Segundo produtor de etanol;
- Segundo exportador de etanol, mas em breve deve retomar a liderança na exportação do biocombustível.
“E ocupa essas posições em nível global com apenas parte da cana que produz voltada à exportação”, disse Nastari.
PASSOS LENTOS - Na opinião de Nastari, ainda não há no setor sucroenergético um movimento de investimentos na área industrial das usinas, mas acredita que em breve esse processo acontecerá, mas avisa: “quando começar, isso tende a acontecer de modo mais equilibrado do que na década passada”.
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