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Segunda, 24 de Setembro de 2012 - 21h38

O setor tem que reconquistar a confiança da presidente Dilma, segundo Maurílio Biagi

O empresário foi o último a palestrar no XI Seminário de Gestão de Pessoas e Sustentabilidade do Agronegócio do Gerhai

Universoagro

“É importante falar do passado para que possamos inclusive rever equívocos, como esse que estamos vendo agora”, disse Biagi

José Roberto Maia

O responsável pelo encerramento do XI Seminário de Gestão de Pessoas e Sustentabilidade no Agronegócio do Gerhai foi o empresário Maurílio Biagi, presidente do Grupo Maubisa. Ele contou algumas histórias interessantes sobre o setor sucroenergético brasileiro, sendo que de muitas delas teve participação direta.

“É importante falar do passado para que possamos inclusive rever equívocos, como esse que estamos vendo agora”, disse Biagi, referindo-se à dificuldade de interlocução entre as lideranças do setor sucroenergético nacional e o governo federal, para que seja possível superar o momento complicado que toda a agroindústria está atravessando.

O empresário aproveitou para recordar para os presentes um episódio muito interessante na história dos biocombustíveis no Brasil e que foi um dos principais responsáveis por “certa imagem negativa” que o setor ganhou junto ao governo e a sociedade. Responsável inclusive para que hoje a presidente Dilma Rousseff receba demandas e promessas da cadeia sucroenergética com um pé atrás.  “Foi um fato histórico muito importante para o nosso setor e para o País, mas poucos têm conhecimento exato do que realmente aconteceu.”

O episódio ocorreu em 1989. Auge do Proálcool brasileiro. Época em que praticamente todos os veículos fabricados e vendidos no País eram movidos a etanol (mais de 95%). O consumo do biocombustível crescia e da gasolina só caía - muitos anos antes do surgimento do flex (que foi em 2003). “Naquele momento, lideranças do setor foram chamadas pelo presidente da Petrobras da época para os dois lados chegarem num acordo para que, do total de carros produzido, 50% fosse a gasolina, reduzindo a quantidade de veículos a etanol a 50%.” O setor sucroenergético não viu com bons olhos aquela proposta da estatal brasileira. “Naquele momento, foi um erro estratégico”, afirmou Biagi.

Pouco depois, começou a faltar etanol no País. Em um dia, não havia o combustível em algumas cidades, em outro dia faltava em outras cidades. O empresário percebia aquele cenário com estranheza, pois havia produção nas usinas. Foi quanto decidiu ir até uma distribuidora de combustíveis, no anel viário de Ribeirão Preto. “Quando cheguei lá, fiquei sabendo que o DNC (Departamento Nacional de Combustíveis) tinha enviado em papel timbrado autorização de distribuição de apenas parte do etanol a ser distribuído em Ribeirão Preto.” Ou seja, parte considerável da frota de veículos a etanol na cidade não encontraria o combustível nos postos.

Depois, faltou esforço para que a verdade viesse à tona. Resultado: “Ficou para a opinião pública que os usineiros eram gananciosos. Que estava faltando etanol porque estavam dedicando parte da cana para produzir açúcar com finalidade de exportação, o que era mentira. Até porque o mercado internacional nem estava tão demandante”, contou Biagi. “O Programa do Álcool estava acabando.”

Mais de duas décadas depois, após o êxito do carro flex e do boom do setor na década passada, o que aconteceu foi que, em 2010, o setor cometeu um novo erro. “Todos nós sabíamos que não teríamos condições de produzir todo o etanol que o Brasil precisaria, considerando o crescimento da demanda e as dificuldades que toda a agroindústria vinha passando. O setor omitiu isso do governo. Omitimos que faltaria produção, e tem que se falar com clareza.” Pouco depois, no início de 2011, houve a falta do produto por alguns dias. Foi como uma bomba sobre a imagem do setor, mais uma vez. Suficiente para que perdesse confiança junto à presidente Dilma. “Nesse momento, é isso que temos que reconquistar.”

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