O álcool hidratado é o pulmão do setor sucroenergético
O Brasil é o único país do mundo que pode direcionar a cana para a produção de açúcar ou álcool combustível, o que faz com que as empresas respirem melhor
Universoagro
Luciana Paiva
A crise que afeta o setor sucroenergético tem aquecido o debate entre seus integrantes sobre a continuidade da produção do álcool hidratado (combustível). Há quem defenda que o setor deva produzir apenas o álcool anidro, que passaria a ter maior porcentagem de adição à gasolina, algo como 40%.
Os defensores dessa tese dizem que a medida acabaria com a exigência da competitividade do hidratado em relação ao combustível fóssil, já que sua maior demanda acontece apenas quando o combustível verde apresenta preço inferior, pelo menos 30%, que o litro da gasolina.
Nos últimos anos, essa relação entre preço do etanol e da gasolina ficou economicamente inviável, pois o combustível da cana segue o preço de mercado, acompanhando o aumento do custo de produção, já o preço da gasolina está congelado há seis anos, sem computar custos de produção e o aumento do preço do petróleo – política desastrosa para o caixa da Petrobras e também para a agroindústria canavieira.
O Hidratado não pode acabar
Carmen Aparecida Ruete de Oliveira, diretora do Grupo Virgolino Oliveira, salienta que realmente é impossível o etanol competir com o preço artificialmente baixo da gasolina e, sem remuneração sua produção torna-se inviável. Mesmo com esse momento conturbado, Carminha faz parte da grande ala do setor que defende a continuidade do etanol hidratado. Seu fim representa a morte de uma conquista nacional: o etanol da cana-de-açúcar, combustível renovável que polui até 90% menos que a gasolina.
Outra conquista que não pode ser esquecida é que em decorrência do etanol se deu o desenvolvimento da tecnologia flex, com isso, o consumidor brasileiro é o único no mundo que tem a opção de escolher qual combustível quer abastecer seu carro: etanol, gasolina ou os dois. Hoje, as vendas dos veículos bicombustíveis já ultrapassam 90%.
Guilherme Nastari, diretor da Datagro Consultoria, salienta mais um motivo para a continuidade do hidratado, segundo Guilherme, o etanol combustível é o pulmão do setor sucroenergético. Como o Brasil rege o mercado internacional de açúcar, toda vez que o preço do produto cai, os produtores nacionais direcionam mais cana para a produção do etanol, essa ação eleva o preço do açúcar e permite que as empresas respirem. “O Brasil é o único país do mundo que pode usar esse artifício, se o hidratado acabar ficará mais difícil para o setor sucroenergético respirar”, observa Guilherme.
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