Vinhaça para produção de algas com CO² tem alto potencial

Jaqueline Stamato

“Pensar em novos produtos da cana é preciso pensar em ciência, desenvolvimento e investimento de novos produtos”. Esta afirmação é de Claudinei Andreoli, presidente da Assembleia Geral da Sociedad Iberoamericana para El Desarrollo de las Biorrefinerías, em Portugal, e coordenador do Comitê Setorial de Novos Biocombustíveis do CEISE Br.

Segundo Claudinei, o Brasil deveria aproveitar melhor a energia que vem da cana, afinal, o país desperdiça um terço dela. É uma necessidade urgente do setor privado e do governo.

Como defensor de novos produtos da cana, Claudinei tem levado para a Espanha, Portugal e países iberoamericanos o conceito de biorrefinaria. “Saímos da base de só produzir açúcar, etanol e energia para buscar alternativas de renda para o setor, não só para a indústria, mas para o produtor”, disse.

Dessas ideias, é a produção de CO² a partir da vinhaça, resíduo da produção do etanol. Um litro de etanol resulta de 10 a 14 litros de vinhaça, o que corresponde a quase um quilo de gás carbônico que a usina libera. “Há um potencial enorme de capturar esse CO² da vinhaça que hoje já está dando problemas nos lençóis freáticos”, alertou.

Atualmente, são 200 milhões de litros de vinhaça no Estado de São Paulo que poderiam ser utilizadas para a produção de algas com CO² para ter um biodiesel de algas ou um bioquerosene de algas. E esse é um projeto que está em desenvolvimento e investimento no Brasil através de empresas americanas e que Claudinei acredita que seja um projeto com alto potencial para a usina.

Outro potencial que Claudinei desafiou é investir no carro movido a bioetanol e bioeletricidade da cana. Segundo ele, as indústrias de automação, juntamente com o governo poderiam viabilizar um projeto ambicioso lançando o carro mais limpo com motor 100% a etanol e 100% com bioeletricidade do bagaço. “Imagina como seria a limpeza das grandes cidades sem a intoxicação dos gases poluentes como os de atualmente”, comentou.