Biodiesel de cana é a bola da vez

Doca Paschoal, de Sertãozinho, SP

Desde o final de 2011, alguns ônibus da SPTRANS, que circulam na capital paulista, estão sendo abastecidos com biodiesel de cana. De acordo com Adilson Liebsch, gerente de Produto e Marketing da Amyris Brasil, esse combustível permite uma redução de aproximadamente 80% na emissão de gases de efeito estufa (GEE). A Amyris aposta no biodiesel de cana, em parceria com o setor sucroenergético.

Além da redução das emissões de GEE, o diesel de cana proporciona redução de poluentes tóxicos, os materiais particulados e óxidos de nitrogênio, que provocam doenças respiratórias nas populações de grandes cidades. A fabricação do biodiesel de cana utiliza microorganismos modificados para produção de um óleo que é facilmente recuperado e passa por uma etapa de finalização. Veículos movidos a diesel podem usar 100% do biodiesel de cana sem necessidade de modificação.

A ideia da empresa norte-americana de biotecnologia vai além de produzir diesel para o transporte coletivo público em grandes metrópoles. A Amyris quer também abastecer aviões com Querosene de Aviação (QAV) - também a partir da cana -, de olho nas perspectivas de ampliação do setor aéreo. O segmento tem crescido cerca de 11% ao ano no Brasil, país que importa cerca de 30% do combustível para aviação.

Durante a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Amyris forneceu QAV de cana para abastecer um jato Embraer 195 da companhia aérea Azul, que realizou um voo teste. Segundo Liebsch, que participou de entrevista coletiva ao lado de outros especialistas do setor sucroenergético, durante a Fenasucro & Agrocana 2012, os biocombustíveis são fundamentais para que a indústria de aviação alcance suas metas de crescimento sem aumentar a emissão de GEE. (DP)