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Sexta, 18 de Janeiro de 2013 - 10h49

Qualidade do couro brasileiro melhorou

Para empresários do setor, expansão do manejo adequado nas fazendas é um dos motivos

Sou Agro

Ronaldo Luiz

Com exportações de US$ 2,071 bilhões – alta de 1,6% sobre 2011 -, o segmento do couro contribuiu com 10,5% do superávit da balança comercial do País no ano passado, apontam dados do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Para 2013, a expectativa é de que haja um aumento de 3% a 5% nos embarques da atividade, que movimenta um PIB de US$ 3,2 bilhões e emprega aproximadamente 50 mil pessoas.

Um dos motivos para o avanço do setor é a evolução na qualidade da matéria-prima que vem da fazenda. Segundo empresários, dirigentes de associações e autoridades de importantes polos calçadistas, que participam até hoje (17) da Couromodas em São Paulo (SP), as melhorias implementadas pelos pecuaristas no trato com os animais contribuíram para o ganho de qualidade do couro brasileiro nos últimos anos.

“O sapato bom começa na fazenda”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia, Trabalho e Turismo de Novo Hamburgo, Carlos Finck. O município gaúcho, localizado na região do Vale dos Sinos, tem o setor coureiro-calçadista como uma de suas principais atividades, movimentado cerca de 90% da economia local. “Novo Hamburgo vai bem se o agronegócio do couro também vai bem, caso contrário não”, assinala o secretário.

Segundo Finck, da maneira geral, a gradativa troca do arame farpado pelo fio liso nas propriedades rurais foi uma medida que contribuiu para melhorar a qualidade do couro. “O rebanho hoje está mais preservado”, diz Edson Ribeiro, supervisor comercial da calçados Di Pollini da capital paulista. A marcação do gado em áreas que não comprometem a parte nobre do couro; a identificação por brincos; o controle de parasitas como carrapato, berne, mosca-de-chifre; o cuidado com o pasto, entre outras medidas também colaboraram para o aumento da qualidade do couro brasileiro, desde sua origem nas fazendas.

Para Flávio Ferrari, proprietário da Goyazes, fabricante de botas e calçados no estilocountry, de Goiânia (GO), os próprios investimentos – genética, nutrição e sanidade – que os pecuaristas fizeram para melhorar a qualidade da carne brasileira resultaram num couro melhor. De acordo com Wilson Júnior, diretor comercial da Perlatto Calçados de Franca (SP) – outro importante polo coureiro-calçadista -, a oferta de matéria-prima de qualidade, com menos arranhões, furos, cortes, aumentou. Além disso, explica, com um couro já vindo melhor desde o campo, o processo de beneficiamento para correções no produto feito nos curtumes fica menor, o que também gera redução de custos na cadeia produtiva.

Marcelo Paula, supervisor da área de desenvolvimento de produtos da Rafarillo Calçados, também de Franca, destaca que se a matéria-prima já é originalmente boa, o sapato, por exemplo, fica mais macio e confortável. “Com muitos processos industriais e interferências químicas – entre os quais, amaciamento, pigmentação, tingimento -, esclarece Marcelo, o couro fica mais duro. “E o couro natural é cada vez mais valorizado.” Segundo dados do sindicato local, o setor calçadista de Franca e região congrega aproximadamente mil empresas.

Mário Frassati, diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (Abiacav), acentua que o couro brasileiro é bom. “A gente sabe fazer bem.” No entanto, o dirigente ressalva que, ainda, não enxerga um estímulo financeiro direto para que a oferta de matéria-prima de qualidade cresça. Na opinião de Frassati, faltam incentivos ao pecuarista. Pelo lado da indústria, diz ele, o maior problema é a concorrência com os produtos importados, principalmente da China. “Este é principal desafio para o setor em 2013.”

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