O fator altitude pode contribuir positivamente no potencial da viticultura

Adair Sobczak

Leônidas Corrêa Ferraz, viticultor e presidente da Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude, Acavitis, explica que a altitude cria condições específicas de clima que, podem contribuir positivamente no potencial da viticultura. “A cada 100 metros acima do nível do mar, o ar perde 1% de seu carbono, o que representa dizer que nas regiões de produção da Acavitis, que possuem altitude mínima de 900 metros, na média, há cerca de 10 a 12% a menos desse elemento na sua atmosfera”, revela.

Ferraz explica que as folhas das videiras são usinas de fotossíntese, que extraem o carbono do CO e CO2 da atmosfera, retido e utilizado para o crescimento da planta. Desta forma, as videiras na altitude da Acavitis têm, com base nessa teoria, um processo vegetativo mais lento, devido à menor carga de carbono disponível.

“A pressão atmosférica menor e a maior proximidade do sol, têm ação sobre a evaporação nas folhas, que eliminam mais água do que o normal, concentrando os nutrientes que vêm do solo, formando a seiva rica de alimentação das bagas de uva. Já a temperatura baixa durante a noite, faz com que a respiração das folhas seja menor, economizando carbono”, aponta.

A amplitude térmica propicia atividade forte durante o dia e descanso durante a noite. “Na média, as atividades de vegetação e frutificação são mais lentas, o que implica em período mais longo de maturação da uva, com aumento da concentração dos polifenóis, que enriquecerão os aromas dos vinhos”, destaca, revelando que o cristal de gelo da marca Acavitis, representa essas condições climáticas, o frio, que faz do planalto catarinense o espaço geográfico ideal para a produção de vinhos finos de qualidade diferenciada.

Hoje, a Acavitis conta com 30 sócios produtores e uma produção ao redor de um milhão de garrafas, incluindo vinhos finos e espumantes, sendo que, anualmente, há um incremento entre 8% e 10% na área de produção.