Custo dos insumos da pecuária de leite recua 2,97% em julho no RS

O mês de julho fechou com uma retração de 2,97% no Índices de Insumos para Produção de Leite Cru do Rio Grande do Sul (ILC). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (1o.), pela Farsul. Apesar de expressiva, a queda não é a maior de 2022. No acumulado do ano, o indicador teve alta de 1,03% e em 12 meses, 9,48%.

O resultado de julho teve forte impacto dos fertilizantes, especialmente dos valores da Ureia e do adubo 055-20-20 que tem maior relevância no grupo. A retração também teve influência pela queda nas cotações de soja e milho. O último está com preços em declínio pelo quarto mês consecutivo.

O pacote de produtos responsáveis pela retração também inclui os combustíveis, com média de -8%. Mesmo com a elevação do Diesel em 5%, a desoneração de impostos na gasolina puxou o preço para baixo em 14%, contribuindo para o resultado do indicador. O resultado do acumulado do ano está abaixo do IPCA e IPCA Alimentos (4,77% e 9,83%, respectivamente), sendo positivo após um longo período de elevação no preço dos insumos. 

Conforme análise da Assessoria Econômica, a política monetária vem surtindo efeito na inflação e com o ILC não foi diferente. O indicador vem demonstrando comportamento similar aos demais índices.

Em 12 meses, o acumulado vem apresentando boa desaceleração, sendo julho o primeiro mês a ficar abaixo de dois dígitos após 30 meses consecutivos. A Assessoria Econômica da Farsul alerta que o resultado não significa redução nos custos de produção do leite. "Na realidade, é um indicativo de que a pressão inflacionária nos insumos para produção de leite está diminuindo, porém as margens ainda seguem muito apertadas", aponta o relatório.

O documento também chama a atenção dos produtores para o fato da safra americana de milho estar apresentando dificuldades, podendo estimular o preço do grão no mercado internacional no último trimestre do ano. O movimento irá gerar uma nova elevação no ILC.