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Segunda, 16 de Agosto de 2021 - 18h10

Oferta de leite deve prosseguir limitada no 2o. semestre

Segundo a Embrapa, custos de produção elevados e clima adverso são os principais fatores para baixa disponibilidade

DATAGRO

Os preços dos lácteos no mercado atacadista voltaram a registrar pequena valorização no início de agosto. Apesar das dificuldades no repasse de preços e nas negociações com os varejistas, as cotações têm refletido a baixa disponibilidade de leite no mercado brasileiro, aponta balanço do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa.

No primeiro semestre do ano, segundo os dados preliminares do IBGE, a produção de leite inspecionada ficou estável em relação ao mesmo período do ano passado. Já analisando apenas o segundo trimestre, houve uma queda de 1,16% ante o mesmo trimestre de 2020 (Figura 1). Com esse resultado, a disponibilidade média per capita de leite, que soma a produção com a importação e subtrai a exportação, fechou o primeiro semestre com aumento de 0,6% em relação ao ano passado.

Essa disponibilidade mais limitada está sendo influenciada por uma série de fatores. O custo de produção de leite segue apertando as margens do produtor, principalmente com a elevação do custo da alimentação do rebanho, sobretudo dos grãos. 

Outra pressão de custo tem vindo do alimento volumoso. O mercado de fertilizantes segue em alta, com forte elevação de preços em relação a 2020. A tonelada de ureia, por exemplo, subiu 64% entre maio do ano passado e maio de 2021, segundo o Instituto de Economia Agrícola de São Paulo. Os fertilizantes formulados tiveram alta entre 42% e 80% no mesmo período.

As sementes de milho para grão e silagem também registraram aumento expressivo. Portanto, seja pelo alimento concentrado ou volumoso, a pressão de custos é forte sobre o pecuarista. A ocorrência das geadas em junho e julho em boa parte da região Centro-Sul do país também afetou a produção de leite, prejudicando as pastagens, as capineiras e, consequentemente, a oferta de alimento volumoso.

Essa combinação de altos custos e frio intenso restringiu ainda mais a oferta doméstica de leite neste momento de entressafra. Ademais, as previsões climáticas para o segundo semestre indicam chuvas abaixo da média em importantes regiões produtoras, o que se coloca como mais um complicador para a pecuária de leite nacional. Aliás, este mês de agosto já tem mostrado chuvas abaixo da média no Sul do Brasil.

Neste contexto de elevado custo de produção e clima adverso, a tendência é que a disponibilidade siga mais fraca no segundo semestre também, colocando um certo piso nas cotações do leite e dos derivados. Isso seria muito importante neste momento, pois tanto produtores quanto laticínios encontram-se com margens bastante apertadas. Este será o grande desafio do ano. Ou seja, conseguir rentabilidade diante do forte aumento de custos que se apresenta em toda a cadeia produtiva.

O ambiente macroeconômico ainda está complicado, apesar das melhores expectativas para o PIB brasileiro em 2021, de 5,3% de expansão. O mercado de trabalho vem indicando melhorias também, com pequeno aumento do total de ocupados e do rendimento real. A maior abertura do setor de serviços também tem contribuído para uma expectativa econômica mais favorável para o segundo semestre, o que certamente é bom para o setor lácteo nacional. Por outro lado, uma inflação mais alta, exigindo elevação na taxa de juros e um aumento intenso nos custos dos diversos setores sugerem certa cautela e muita habilidade na busca por melhores resultados econômicos no negócio.

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