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Quinta, 14 de Setembro de 2017 - 15h43

Concentração de frigoríficos preocupa pecuaristas

Produtores defendem entrada de pequenas e médias empresas no mercado para melhorar concorrência no setor

DATAGRO

Em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) na última terça-feira (12), senadores, autoridades e pecuaristas defenderam a entrada de pequenos e médios frigoríficos no mercado para reduzir a concentração e melhorar a concorrência no setor de carnes. O senador Wellington Fagundes (PR-MT) explicou que, na última década, a intervenção do BNDES financiou a compra de estabelecimentos menores por grandes frigoríficos e estimulou a criação das chamadas campeãs nacionais na indústria de processamento de carnes e derivados.

“O caso mais notório de grandes empresas beneficiadas pela política de empréstimos subsidiados do governo é o caso da JBS. Conceder empréstimos a juros subsidiados a grandes frigoríficos acabou por prejudicar a rentabilidade dos produtores rurais e por causar o fechamento de postos de trabalho existentes em vários pequenos e médios municípios no interior do Brasil”, criticou.

Os criadores de bovinos, aves, suínos, ovinos e caprinos afirmaram que há muitos produtores e poucas indústrias, o que facilita a combinação de preços pelos compradores. O representante do Sindicato Rural de Cuiabá (MT), Jorge Miranda, lembrou que a recente crise no setor afeta toda a cadeia de compra e venda de gado. Miranda disse que, apesar dos esforços para melhorar a produtividade, no Mato Grosso existem 16 plantas frigoríficas paralisadas e os criadores dependem da empresa JBS.

“Hoje o Estado do Mato Grosso é refém de um grupo econômico. Nós temos rezado inclusive para que este grupo econômico continue de pé e tenha a sua saúde financeira inabalada. Por quê? Hoje 50% dos abates estão na mão da JBS. A nossa capacidade de dependência desta indústria é muito grande”, afirmou.

O representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luis Eduardo Rangel, reconheceu que o mercado brasileiro é dominado por poucas empresas. No entanto, destacou as ações do governo para implantar uma nova política para o setor que permita a reativação das fábricas que estão fechadas, uma maior participação das pequenas e médias empresas e a garantia da qualidade da inspeção sanitária.

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