Setor madeireiro catarinense ainda sente os reflexos da crise imobiliária que atingiu os EUA
Setor florestal já participou com um quarto das exportações de Santa Catarina, mas acabou tendo o freio de mão puxado pela crise norte-americana
Redação UAGRO
Com 10% da área plantada com pinus e eucalipto no Brasil, Santa Catarina figurou como quinto maior exportador de produtos florestais em 2012, sendo um dos estados que mais se destacam no setor florestal brasileiro.
A atividade envolve cerca de nove mil empresas que geram quase 90 mil empregos diretos e é responsável por cerca de 9% do valor da transformação industrial produzido no estado.
Em 2012, a área cultivada com florestas comerciais em Santa Catarina foi estimada em 646 mil hectares (83% com pinus e 17% com eucalipto), sendo que, em 2011, foram colhidos 20 milhões de metros cúbicos de toras para transformação industrial. No entanto, ao analisar o setor florestal brasileiro, percebe-se uma inversão na opção por espécies. Dos cerca de 7,2 milhões de hectares cultivados com florestas no país, é o eucalipto que lidera, com 70% da área.
A indústria brasileira de base florestal empregou, em 2012, mais de 620 mil pessoas em suas atividades e gerou um valor bruto da produção (VBP) estimado em 56 bilhões de reais (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas, Abraf - 2013).
Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Bahia detêm mais de 70% da área plantada, com destaque para o aumento significativo no plantio de eucalipto e redução da opção pelo pinus.
De acordo com o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Epagri/Cepa, um dos destaques do setor catarinense, é a recuperação da indústria de móveis de madeira, que vem superando a forte queda ocorrida em 2008 e 2009, aproveitando o forte crescimento do mercado de móveis no Brasil dos últimos anos. “Em 2012, o consumo de móveis pelos catarinenses ficou próximo a R$ 2,4 bilhões, cerca de 4,5% maior que o registrado em 2011”, comenta Ilmar Borchardt, gerente do Epagri/Cepa.
Se por um lado o consumo apresentou crescimento, o mesmo não pode ser dito dos preços dos produtos primários e das matérias-primas florestais, que tiveram comportamento diferenciado em 2012. Enquanto a madeira em pé de pinus para celulose e para serraria teve aumento, as toras de eucalipto para serraria mostraram redução dos preços pagos ao produtor. Comportamento que se repetiu ao longo do primeiro semestre de 2013, embora as variações tenham sido pequenas.
“Esta variação houve em função por que há uma carência maior por madeira grossa para serraria” Luiz Toresan, também pesquisador do Epagri/Cepa.
As exportações da indústria catarinense de base florestal atingiram US$ 772 milhões em 2012, um resultado 5% inferior ao ano anterior.
Isto, porque após um longo período de aumento na participação da indústria florestal nas exportações do estado, observaram-se, a partir de 2003, quedas sucessivas na participação. “Em 2002, os produtos de origem florestal contribuíram com aproximadamente 25% do valor exportado, chegando a 2012 com menos de 9%”, aponta Borchardt.
A queda significativa de participação nas exportações pode ser atribuída a vários fatores. Mas, o principal, segundo Toresan, foi o abalo na economia norte-americana. “Houve um boom de facilidades na década passada, como o câmbio favorável e a demanda aquecida nos Estados Unidos, o que impulsionou as vendas. Porém, com o estouro da bolha, as vendas despencaram. Tanto que, hoje, praticamente estamos a patamares registrados em 2000”, explica o pesquisador, comentando que, enquanto isso, outros setores da agropecuária, apresentaram crescimento.
Hoje, Toresan destaca que o setor de papel e celulose vai bem no Brasil, com muitas empresas focando na produção de embalagens para atender a demanda interna de mercado. “A situação está complicada para a indústria da madeira, sendo que muitas fecham em função da crise nas exportações. E, embora haja sinais de recuperação, levará mais de cinco anos para que este setor atinja bons patamares. Mas, tudo dependerá da economia norte-americana, que era o principal comprador brasileiro”, observa.
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